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A Amazon contra os agentes de IA (dos outros)

Gigante do varejo pede que robôs da Perplexity parem de acessar a loja mesmo a mando de humanos e começa uma briga que pode mudar o setor.

6 de novembro, quinta-feira

Hoje, 6 de novembro, o calendário está em festa: é o Dia Nacional do Riso e o Dia do Saxofonista! É a data perfeita para unir o útil ao agradável, soltando uma gargalhada no ritmo de um bom jazz. As duas datas juntas provam que, para um brasileiro, não importa se o som sai alto ou a piada é boa: o importante é fazer barulho e celebrar a vida com muito bom humor e uma boa melodia.

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IA & MERCADO
A AMAZON CONTRA OS AGENTES DE IA (DOS OUTROS)

Music Video Fight GIF by 99 Neighbors

Imagem: Giphy

Por Nilton Kleina

Uma das mais promissoras áreas da inteligência artificial é a dos agentes de IA. Explicação rápida para quem não está muito ligado no tema: esses são aqueles robôs que recebem comandos mais complexos do usuário para agir e são capazes de navegar sozinhos por sites ou até no seu computador, digitando e movendo o cursor.

Na prática, ferramentas de companhias como OpenAI e Anthropic já conseguem preencher formulários, coletar textos de sites e até fazer reservas ou compras online — e é justamente neste ponto que um conflito sobre fronteiras virtuais começou.

Essa briga de vizinhos envolve dois nomes de peso. De um lado está a Amazon, gigante do comércio eletrônico e da infraestrutura de nuvem, enquanto do outro está a Perplexity AI, uma das startups mais promissoras desse campo e especializada em buscas pela web.

⛔ Saia da minha propriedade!

A treta começou na terça-feira (4), quando a Perplexity publicou uma denúncia no blog da empresa. Segundo o texto, a Amazon enviou uma 'ameaça jurídica agressiva' ordenando que o navegador e agente de IA da companhia, o Comet, parasse de acessar a loja digital.

Isso significa que usuários não conseguiriam mais enviar comandos no Comet para que o agente de IA entrasse no site da Amazon para buscar e até comprar produtos. Em sua própria defesa, a startup compara a ação com bullying — analogia que faz algum sentido, já que a Amazon tem no mercado o tamanho daquele valentão da escola disposto a roubar o lanche dos alunos mais novos no recreio. 

O pivô da polêmica é o Comet, browser e agente de IA. (Imagem: Divulgação/Perplexity AI)

A dona da Alexa alega que esse tipo de ação piora o ato de compras do usuário e pode fazer com que a própria companhia tenha a imagem prejudicada no caso de uma experiência ruim. O Comet pode “não escolher o melhor preço, método de envio ou recomendações e clientes da Amazon podem não receber informações críticas do produto”, diz a carta da Amazon.

Ela chama os agentes de IA de "disfarçados e obscuros" por não confirmarem se eles são acessos humanos reais ou robôs — que, neste caso, precisam de algum tipo de aprovação da loja que o Comet não solicitou — e alega ainda falta de segurança, porque esses agentes usam credenciais de acesso para fazer a navegação.

⌛ Um futuro de agentes menos independentes?

Nessa troca intensa de socos, a Perplexity diz que agentes de IA são assistentes que agem somente com aprovação humana e mantê-los operando no formato atual é um direito do consumidor. Vale lembrar que a própria Amazon tem o próprio assistente de compras com IA, o Rufus, o que significa que ela pede uma proibição geral dessa tecnologia.

Só que a acusação mais forte é de que tudo, na verdade, é sobre anúncios. O problema para a Amazon, isso segundo a Perplexity, é de que os agentes impedem que a loja mostre mais publicidade para usuários humanos ou faça recomendações pagas de produtos — o robô ser impactado por esse tipo de propaganda não é a mesma coisa que um consumidor humano que teria a consciência para ser convencido a comprar um novo produto. 

Até agora, a briga não passa de troca de cartas e outras alfinetadas, mas não seria surpreendente se ela fosse parar nos tribunais. Por lá, ambos os argumentos podem ser considerados válidos: a liberdade do consumidor em usar o agente de IA em uma loja, e também a decisão de uma plataforma de exigir autorização ou negar que esses robôs acessem um serviço.

Independente de quem ganhe por nocaute ou contagem de pontos, essa disputa pode significar também limitações futuras de acesso de outros agentes de IA no futuro. E esse é um caminho que pode incomodar muitos outros nomes desse setor.

👀 DE OLHO NO TECMUNDO (o grande irmão)

📄COLUNA (por Lucian Fialho)

Embora o LinkedIn esteja cheio de CEOs falando sobre IA e estratégias "data-driven", a realidade das empresas brasileiras é outra: a maioria ainda patina no básico, mal conseguindo calcular o ROI sem planilhas intermináveis. A coluna a seguir expõe o gap brutal entre o discurso e a prática, revelando os sinais de que sua empresa está no grupo "faz de conta que é data-driven" e os 3 níveis de maturidade que definem o mercado nacional.

Descubra na coluna de Lucian Fialho por que o problema não é a falta de tecnologia, mas a resistência cultural, e confira o panorama que promete ser o "espelho" desconfortável do real estado da transformação digital no Brasil.

Lucian Fialho
CTO e cofundador da Métricas Boss, programador e especialista em tecnologia e dados.

🏃‍♀️ ️ DON'T LEAVE, JUST READ (pra ler rapidinho)

🤑 Bônus de 1 trilhão na Tesla causa guerra

Investidores da Tesla votam uma proposta de bônus para Elon Musk que pode chegar a quase US$ 878 bilhões. A bonificação está ligada a metas ambiciosas, como transformar a Tesla em líder em robótica. O pacote gerou uma grande polêmica, com fundos como o da Noruega a votarem contra.

O próprio Musk ameaçou deixar o cargo ou focar-se noutras empresas, como a SpaceX e a xAI, caso o super bônus não seja aprovado, numa manobra que o conselho de administração diz poder "colapsar" as ações da montadora. Leia mais.

🛰️ Satélite MEO chega ao Brasil para bater a Starlink

A Telebras fechou um acordo com a operadora europeia SES para trazer ao Brasil uma nova internet via satélite de 1 Gbps, concorrente direta da Starlink de Elon Musk. Diferentemente da rival, a SES usa satélites de órbita terrestre média (MEO), que prometem maior velocidade com menos equipamentos.

A parceria visa levar conectividade a regiões remotas e projetos de políticas públicas, e a tecnologia será testada durante a conferência COP30 em Belém. O acordo reforça a corrida pela soberania digital e inclusão. Leia mais.

🛡️ China barra chips estrangeiros em centros de IA

A China elevou a tensão na guerra tecnológica ao proibir o uso de chips de Inteligência Artificial estrangeiros em todos os data centers que receberam financiamento do governo. A medida afeta diretamente gigantes como Nvidia, AMD e Intel, e faz parte do plano de Pequim de acelerar o desenvolvimento da sua indústria nacional de semicondutores e garantir a segurança.

Com o banimento, empresas chinesas como a Huawei ganham força e têm prioridade para fornecer a tecnologia. A restrição aplica-se imediatamente a projetos novos e em fase inicial, reduzindo a dependência de fornecedores dos Estados Unidos. Leia mais.

💸 Câmara aprova novo imposto sobre os streamings

A Câmara dos Deputados aprovou o texto base do Projeto de Lei 8.889/17, que regulamenta os serviços de streaming no Brasil e cria um novo imposto obrigatório. A cobrança, que varia de 0,1% a 4% sobre a receita bruta (sem contar outros impostos), afetará plataformas como Netflix e HBO Max, com a verba destinada à Contribuição para o Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica Nacional (Condecine).

Para compensar, os serviços terão descontos na taxa se investirem na produção audiovisual brasileira. O texto segue agora para o Senado, onde deve enfrentar mais debates. Leia mais.

✍️ A REDAÇÃO RECOMENDA

  • Pachinko (livro, 528 páginas, em português)

    No Japão do século XX, uma jovem coreana rejeita o amante e inicia uma saga de três gerações sobre a luta de imigrantes por identidade e sobrevivência. Recomendação de ninguém menos que Barack Obama.

  • A newsletter que a newsletter lê (no seu tempo)

    Sim, a Criticópolis é uma das nossas favoritas. Porque quem lê The BRIEF, entende o valor de uma boa curadoria. Inscreva-se no link.

  • Ameaça profunda (filme, 97 min, dublado e legendado)

    Presos a 10 km de profundidade após um terremoto, a tripulação de uma plataforma de mineração precisa andar no fundo do oceano para sobreviver, mas descobre que não está sozinha nas trevas!

  • 'Miau-miau': por dentro da crise de mefedrona entre jovens da Rússia (vídeo, 15 minutos, em português)

    Esta investigação chocante acompanha a cadeia da droga "miau-miau" na Rússia, do contrabando chinês aos laboratórios clandestinos, mostrando vidas destruídas e o drama de jovens que trocam a prisão pela guerra.

O sucesso nem sempre se resume à grandeza. Trata-se de consistência. Trabalho árduo e consistente leva ao sucesso. A grandeza virá.

Dwayne “The Rock” Johnson, ator e ex-lutador profissional estadunidense

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