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Alibaba em busca do tempo perdido

Gigante chinesa ficou pra trás por vários motivos e agora aposta em IA para a retomada.

25 de setembro, quinta-feira

No dia 25 de setembro de 1513, o explorador espanhol Vasco Núñez de Balboa fez o que muitos só fazem nos videogames: ele “descobriu” o Oceano Pacífico por terra — sim, cruzou montanhas e selvas até dar de cara com o mar que ninguém do Velho Mundo sabia que existia! Imagina o choque: “Eita, achei o oceano”, ele pensou. E tudo isso num dia 25 de setembro que cifrou sua cara pra história. Vasco também fundou a primeiríssima cidade espanhola nas Américas, Santa María de la Antigua del Darién.

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IA & MERCADO
ALIBABA EM BUSCA DO TEMPO PERDIDO

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Imagem: Giphy

Por Nilton Kleina

Poucos anos atrás, o grupo Alibaba era sinônimo de domínio entre os conglomerados chineses. Ele era conhecido principalmente pelo comércio eletrônico Aliexpress, que durante anos foi um dos mais queridos dos brasileiros para  importações — leia-se comprar celulares mais em conta e traquitanas variadas.

Sob o comando do carismático Jack Ma, a empresa também apostou em lojas digitais para o mercado chinês (Tmall e 1688.com), uma plataforma de pagamentos (Alipay), um estúdio de cinema (Alibaba Pictures) e transformou o Dia dos Solteiros na China, que é em 11 de novembro, em uma versão chinesa da Black Friday.

Percebeu que ouvimos falar bem menos dela ultimamente? Não é por acaso: o Alibaba teve uma fase mais delicada, perdeu a sua principal liderança e viu a ultrapassagem de rivais. Agora, ela quer recuperar a boa fase e apresentou na quarta-feira (24) o planejamento para chegar lá.

🚶🏽‍♂️‍➡️🚶🏽‍➡️ Lá vem eles de novo

O atual CEO do Alibaba, Eddie Wu, foi quem apresentou os principais projetos da companhia para o futuro próximo — tendo a “superinteligência artificial”, que é o Santo Graal dessa indústria atualmente, no centro de tudo. 

As ações incluem:

  • o aumento de investimentos em infraestrutura de IA para mais de US$ 4 trilhões (ou R$ 21 trilhões) nos próximos três anos, além dos US$ 53 bilhões (ou R$ 281 bi) que já estavam prometidos;

  • o Qwen3-Max, o atual modelo de linguagem mais avançado dela, especialmente bom em programação e tarefas agênticas;

  • o modelo Qwen3-Omni, que é multimodal e serve para produtos e serviços de Realidade Virtual ou Aumentada;

  • acordos com França, Países Baixos e o nosso Brasilzão para a construção de novos data centers já em 2026, além da expansão de atividades no Japão, México, Coreia do Sul, Malásia e Emirados Árabes Unidos;

  • uma aliança com a Nvidia para desenvolver recursos de IA para sintetizar dados, treinar modelos de linguagem e lidar com simulações de ambientes ou processos.

O pacotão de novidades não é igual aos reforços de qualidade duvidosa que o seu time traz para fugir do rebaixamento no meio do ano. O mercado reagiu bem aos anúncios e as ações do Alibaba chegaram a subir 9% em um dia, chegando a um valor que não era atingido desde 2021, além de ser um crescimento de mais de 108% em relação ao mesmo período do ano passado.

O que deixou algumas pessoas com a pulga atrás da orelha é o acordo com a Nvidia: apesar da aproximação, empresas chinesas estão atualmente proibidas de usar chips da empresa para recursos de IA.

👀 Jack Ma 2: O Retorno

Outro ponto curioso sobre o futuro do Alibaba está na volta do cofundador e ex-CEO para os holofotes. O empresário, que já foi por uma grande distância dos demais a pessoa mais rica da China, hoje vive com uma fortuna mais modesta (ainda de bilhões, porém menor) e quase sem aparições públicas.

Ma estava em seu momento mais midiático no fim de 2020, quando criticou duramente o sistema de regulamentação de empresas na China e a falta de oportunidade para os jovens empreendedores. A fúria tinha motivo: o Ant Group, braço financeiro do Alibaba, foi impedido pelo governo de fazer uma IPO que seria uma das maiores da história.

A fala pegou mal, o Alibaba virou alvo de investigação por um suposto monopólio e Ma sumiu tão rápido quanto o Batman depois de soltar uma bomba de fumaça. Só muitos meses depois, ele começou a ser visto em clubes privados e cerimônias, enquanto o grupo Alibaba tomou decisões ruins de mercado e perdeu forças.

Agora, mesmo sem cargo fixo, ele visita o QG do Alibaba com frequência e há relatos de que só a presença dele tem animado a equipe — embora muita gente também tenha receio de que um gestor-que-não-é-mais-gestor possa atrapalhar a tomada de decisões.

Apesar da empolgação nas ações, há dúvidas se o plano do Alibaba em IA vai mesmo fazer a companhia recuperar a boa fase. Aqui, vale o mesmo para qualquer outra companhia que está torrando o orçamento na área: se isso vai compensar a longo prazo ainda é incerto — e praticamente qualquer outra empresa desse porte também está investindo pesado nos mesmos elementos.

👀 DE OLHO NO TECMUNDO (o grande irmão)

📄COLUNA (por Harold Schultz)

Já pensou em ter uma equipe de especialistas trabalhando para você 24 horas por dia, praticamente de graça? Vamos como a IA generativa está transformando as abas do seu navegador em colaboradores de alta capacidade, capazes de realizar desde análises complexas a projetos inteiros.

Descubra na coluna de Harold Schultz como essa tecnologia está redefinindo a produtividade e por que a pergunta não é mais se a IA vai mudar seu trabalho, mas sim se você vai liderar essa transformação.

Harold Schultz
Head of Product & AI na Labrynth (Vale do Silício). Sócio da MakeOne LAB, vencedora do prêmio de melhor empresa de IA para CX no CONAREC 2025.

🏃‍♀️ ️ DON'T LEAVE, JUST READ (pra ler rapidinho)

📷 Instagrande!


O Instagram, parte da Meta, atingiu a marca de 3 bilhões de usuários ativos mensais, juntando-se a outros gigantes como Facebook e WhatsApp. O recorde foi confirmado por Mark Zuckerberg e Adam Mosseri.

O crescimento da plataforma tem sido impulsionado pelo foco em recursos como Reels, DMs e recomendações, com planos de continuar investindo nessas áreas no futuro.

😱 Nvidia e AMD ameaçadas?


O engenheiro Chris Lattner, que já trabalhou na Apple, fundou a startup Modular, que arrecadou US$ 250 milhões para criar um software que ajuda a rodar códigos de IA em diferentes chips, facilitando o trabalho de desenvolvedores.

A meta da empresa é se tornar a principal plataforma de software para chips de IA, diminuindo a dependência de gigantes como Nvidia e AMD.

🤖 Mais IA no Google


O Google lançou nos EUA o Search Live, uma ferramenta inovadora com IA que transforma a busca em uma conversa fluida e em tempo real. O recurso, que utiliza o modelo Gemini, permite que os usuários interajam com o Google através da voz e da câmera do celular.

O objetivo principal é oferecer respostas mais imediatas e personalizadas, compreendendo o contexto visual do ambiente e as perguntas do usuário. Enquanto a IA fornece as respostas de forma conversacional, o sistema continua a exibir links relevantes para que o usuário possa aprofundar a pesquisa.

💻 Datacenters forever!


O CEO da OpenAI, Sam Altman, anunciou o Stargate, um projeto de infraestrutura com data centers de IA em parceria com Oracle, Nvidia e SoftBank. O projeto, que exigirá US$ 400 bilhões e uma quantidade de eletricidade enorme, reflete o crescimento acelerado da empresa.

Altman reconhece que as pessoas estão preocupadas com o ritmo e o investimento, mas afirma que é necessário para a evolução da IA.

✍️ A REDAÇÃO RECOMENDA

  • Inovação: como implementar uma cultura de inovação na sua empresa e prosperar (livro, 290 páginas em português)

    Aborda não só o “quê” da inovação, mas como fazer a cultura inovadora se enraizar — útil para executivos que querem não só ideias, mas execução prática.

  • Periféricos (série, 1 temporada, 8 episódios)

    Em um futuro próximo, uma tecnologia de realidade virtual hiper-realista cria cenários onde o real e o virtual se misturam, revelando conspirações e dilemas éticos.

  • Inovação e IA no varejo brasileiro com Pedro Janot (vídeo, 52 minutos, em português)

    Um especialista em varejo conta como a tecnologia e a IA estão mudando o setor, usando como exemplo sua experiência com marcas como Zara e Lojas Americanas.

Dinheiro sempre pode ser ganho; tempo perdido nunca pode ser recuperado.

Matshona Dhliwayo, filósofo e empreendedor canadense

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