- The BRIEF
- Posts
- 📰Big Techs, Big Moves
📰Big Techs, Big Moves
Entre bilhões em IA, mudanças editoriais e contratos polêmicos
28 de fevereiro, sexta-feira
Esta semana, há 70 anos, nascia em São Francisco (EUA) o lendário Steve Jobs, cofundador da Apple e figura central na revolução dos computadores pessoais, da música digital - com o iPod e o iTunes - e dos smartphones - com o iPhone. Sua visão influenciou fortemente o design e o desenvolvimento de produtos tecnológicos em todo o mundo.
Recebeu a news de um amigo? |

Imagem: Giphy
Starlink e os negócios paralelos de Musk
A SpaceX de Elon Musk está prestes a tomar da Verizon um contrato bilionário para modernizar as comunicações do controle de tráfego aéreo dos EUA. Segundo o Washington Post, a FAA (Administração Federal de Aviação) está reconsiderando um acordo de US$ 2,4 bilhões e pode transferi-lo para a Starlink, subsidiária da SpaceX. Musk, que lidera a polêmica "eficiência governamental" de Trump, vem atacando a Verizon nas redes sociais, alegando – sem provas – que o sistema da empresa está “à beira do colapso”. Enquanto isso, funcionários da SpaceX já operam dentro da FAA e até possuem e-mails institucionais.
O nome da Starlink também aparece em outra polêmica. Dados revelados pela WIRED mostram que redes criminosas no Sudeste Asiático estão usando a internet via satélite da empresa para aplicar golpes e manter milhares de pessoas em condições análogas à escravidão. Em um complexo no Myanmar, traficados relataram que, mesmo após cortes de internet pelo governo local, dezenas de antenas Starlink garantiram a continuidade das operações. Autoridades tailandesas pediram publicamente que Musk desligasse os equipamentos usados por criminosos, mas a SpaceX não respondeu.
Além disso, a mesma Starlink que pode substituir a Verizon na aviação também está expandindo seu uso dentro do próprio governo americano. A FAA tem adotado cada vez mais os satélites da SpaceX, levantando dúvidas sobre conflitos de interesse. No centro da questão está o papel duplo de Musk: um empresário bilionário com contratos cada vez mais lucrativos com o governo e, ao mesmo tempo, um dos rostos da administração Trump.
Benioff cutuca Microsoft e duvida do hype da IA
Marc Benioff, CEO da Salesforce, não comprou a empolgação das Big Techs com IA. Durante a divulgação dos resultados da empresa, ele questionou se os investimentos bilionários de Microsoft, Amazon e Meta em data centers e infraestrutura realmente estão valendo a pena. “Não estamos gastando US$ 100 bilhões em data centers que podem ou não dar retorno”, disse. Em vez disso, a Salesforce aposta na integração da IA aos seus produtos sem comprometer caixa e margem.
O alvo principal foi a Microsoft, que planeja investir US$ 80 bilhões em IA este ano. Benioff ironizou a estratégia da rival, chamando-a de mera “revendedora da OpenAI” e duvidando da eficácia de suas ferramentas. “Onde estão os agentes deles? Eles realmente usam IA para gerar sucesso com clientes?”, provocou. Ele já havia criticado o Copilot antes, comparando-o ao falecido assistente Clippy, o saudoso clipe de papel animado do Word.
Enquanto isso, os resultados da Salesforce decepcionaram: a empresa reportou receita de US$ 9,99 bilhões no último trimestre, abaixo das estimativas. Mas, pelo visto, Benioff prefere apostar no crescimento sem entrar na corrida desenfreada por infraestrutura. Se a IA das concorrentes realmente trouxer retorno ou não, ele parece disposto a esperar para ver.
📰 Bezos redefine o tom do Washington Post
O Washington Post está mudando de tom. Jeff Bezos anunciou que o jornal vai direcionar sua seção de opinião para “defender as liberdades individuais e os mercados livres” – um movimento que marca uma guinada à direita. O editor David Shipley, responsável pela área desde 2022, decidiu sair após o executivo sugerir que, se ele não estivesse 100% comprometido, era melhor partir.
A mudança ecoa a linha editorial do Wall Street Journal, conhecido por seu viés pró-mercado. Bezos, que há anos mantém um relacionamento diplomático com Trump, argumenta que a internet já oferece um amplo leque de opiniões, e que o Post agora deve se posicionar de forma clara. O CEO do jornal, Will Lewis, garante que o foco não é favorecer um partido político, mas “ser cristalino sobre o que defendemos como publicação.”
A decisão levanta preocupações internas sobre o futuro da independência editorial e o impacto dessa nova linha na credibilidade do jornal. Para muitos, o discurso de Bezos sobre “liberdade” pode ser um eufemismo para desregulação, redução de impostos e um viés mais favorável ao grande capital. Se haverá uma real separação entre opinião e reportagem, só o tempo (e a próxima eleição) dirá.
Apple aposta alto na produção local (e na IA)
A Apple anunciou um investimento de US$ 500 bilhões nos EUA nos próximos quatro anos, com foco em manufatura, engenharia e… inteligência artificial, claro. Entre os planos, estão a construção de uma fábrica de servidores para IA no Texas, a ampliação do Fundo de Manufatura Avançada para US$ 10 bilhões e a criação de uma academia em Michigan para treinar profissionais para indústrias do futuro.
A medida responde à pressão do governo para que gigantes da tecnologia reforcem sua presença no país, reduzindo a dependência de fornecedores estrangeiros, especialmente da China. Apesar do grande número, o valor não significa uma mudança completa no modelo de produção da Apple, mas reforça sua estratégia de fortalecer a infraestrutura local e, claro, garantir benefícios fiscais no processo.
Além da fábrica no Texas, a Apple está expandindo data centers em estados como Carolina do Norte e Arizona, além de reforçar sua parceria com a TSMC para fabricação de chips no Arizona. No meio de uma corrida trilionária pela liderança em IA, a empresa quer garantir que sua tecnologia seja projetada — e cada vez mais produzida — dentro de casa.

TL;DR
Ainda mais little e mais BRIEF
🎙️ YouTube domina os podcasts
Mesmo sem ser um app de podcasts, o YouTube já tem 1 bilhão de ouvintes mensais, deixando Spotify e Apple para trás.
🏡 Zuckerberg aposta em moradias no quintal
A BuildCasa, startup apoiada pela Chan Zuckerberg Initiative, quer transformar quintais em novas moradias acessíveis nos EUA.
📵 Dinamarca também proíbe celulares nas escolas
Seguindo a tendência global, a Dinamarca proibiu celulares em escolas para melhorar o aprendizado e reduzir o tempo de tela dos jovens.
👔 Passarela corporativa
As grandes grifes migraram para o LinkedIn, que virou plataforma de luxo com lives de desfiles e campanhas voltadas a profissionais de alta renda.
⚡ Corrente de choque no mercado de IA
Ações ligadas à IA caíram, com Nvidia e outras empresas pressionadas por restrições dos EUA e pela concorrência dos modelos chineses de baixo custo.

Não aceito mais as coisas que não posso mudar. Estou mudando as coisas que não posso aceitar.
O que achou da news de hoje? 🕵️Conte aí embaixo pra que possamos melhorar nosso conteúdo! |
Faça Login ou Inscrever-se para participar de pesquisas. |
Somos o The BRIEF, uma newsletter semanal trazendo o resumão dos principais destaques da seção Mercado do TecMundo. Se quiser ficar ligado em tempo real, é só dar um pulinho no TecMundo e acompanhar tudinho por lá. Estamos aqui desde 2017, ou quando isso tudo era mato, trazendo uma visão analítica e cheia de personalidade à sua caixa de entrada.