Cardápio de IA

Narrow, General ou Superintelligent?

16 de junho, segunda-feira

Hoje nosso querido Ariano Suassuna faria 98 anos. Deixamos aqui uma dica de leitura do mestre paraibano e umas curiosidades sobre o O Auto da Compadecida.

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TECH & IA
CARDÁPIO DE IA

Imagem: Giphy

Por Igor Almenara.

IA, IA, IA… parece que inteligência artificial virou queijo ralado: colocam em tudo. E, como qualquer modinha tecnológica, tem muita gente apenas surfando na onda. Só que achar que IA se resume a ChatGPT, Gemini e outras figurinhas carimbadas é um erro básico. A tecnologia é bem mais antiga — e muito mais complexa — do que essa febre recente dá a entender.

Existem vários tipos de inteligências artificiais circulando por aí, cada uma com um propósito específico (ou uma desculpa para chamar algo de "inteligente"). O ChatGPT (sim, a IA que você já usou como terapeuta, confesse!) e o Gemini são exemplos de IAs focadas em Processamento de Linguagem Natural, conhecidas como LLMs — os tais “Grandes Modelos de Linguagem”. Elas interpretam texto, geram conteúdo com base em dados anteriores e, agora, também jogam na categoria “multimodal”, ou seja: veem, escutam, falam, desenham… quase um reality show do Silvio Santos em forma de algoritmo.

No cardápio das IAs, temos três níveis principais de autonomia: Narrow AI (a famosa “IA Restrita”), General AI (ou AGI, a tal da inteligência geral) e Superintelligent AI (a ASI, inteligência artificial que nos faria parecer amebas existenciais). Spoiler: só temos acesso às Narrows. Todo o resto é teoria de bar com PhD, e pode envelhecer tão bem quanto leite fora da geladeira em um domingo de 40°C.

Então sim: GPTs, Gemini, Sora, Veo, Claude, Anthropic, DeepSeek e todos os outros nomes que parecem personagens de Evangelion são, no fundo, Narrows AI. Por mais geniais e polivalentes que pareçam, são especialistas em tarefas limitadas. Sabem programar, conversar, desenhar e gerar vídeo, mas não saem dessa caixinha — por enquanto. O Gemini, por exemplo, até muda de roupa dependendo do ambiente (buscador, NotebookLM etc.), mas o DNA é o mesmo.

AGIs e ASIs ainda são ficção científica, embora muitos executivos gostem de citá-las em keynotes emocionadas para ver se a galera do capital risco se anima e assina o cheque. Além dessas celebridades da IA, existem outras variantes menos hypadas, mas igualmente relevantes no backstage tecnológico:

Reactive Machine AI (IA Reativa): reage a estímulos em tempo real, mas não tem memória. É tipo aquele colega que responde rápido no grupo, mas nunca aprende com os próprios erros. Exemplo: Google Assistente e Siri.

Limited Memory AI (IA de Memória Limitada): consegue guardar informações por um tempo, como seu amigo que lembra de aniversários só porque colocou no calendário. Exemplos? ChatGPT e Gemini novamente.

Theory of Mind AI (IA de Teoria da Mente): promete entender pensamentos e emoções humanas. Seria ótimo, mas ainda não existe. No máximo, temos tentativas desajeitadas de emular empatia.

Self-Aware AI (IA Autoconsciente): seria a Skynet da vida real — autoconsciente e ciente da própria existência. Também é ficção. Ainda bem.

Visão Computacional: a IA que transforma imagens e vídeos em dados. É quem está por trás de carros autônomos, câmeras espertas e reconhecimento facial — aquela tecnologia que confunde você com um vaso sanitário em aeroportos.

Claro, essas categorias se misturam, se sobrepõem e, às vezes, viram um belo caldo tecnológico. E sim, novas variações vão surgir porque nada nesse meio é fixo. Definições mudam mais do que os termos de uso do Instagram.

Agora, se olharmos a coisa pelo lado técnico — por baixo do capô — a conversa muda um pouco. As implementações mais comuns são:

Machine Learning (Aprendizado de Máquina): a espinha dorsal da IA moderna. Sistemas que aprendem com dados e vão ficando melhores com o tempo (ou pelo menos essa é a promessa).

Deep Learning (Aprendizagem Profunda): subcategoria do Machine Learning que tenta copiar o cérebro humano usando redes neurais. Ideal para reconhecimento de padrões, tomada de decisão e outras mágicas que impressionam em apresentações no PowerPoint.

Natural Language Processing (Processamento de Linguagem Natural): ramo que ensina máquinas a entender e responder à linguagem humana — ou fingir que entendem, o que já é suficiente para enganar meio LinkedIn.

Isso tudo é uma visão panorâmica, meio telescópica e meio crítica, sobre o mundo da IA. Para mergulhar de verdade no tema, só encarando artigos acadêmicos densos como pedra ou fazendo um curso completo sobre o assunto — que, por sinal, é exatamente o que o autor deste texto fez.

Agora vá lá, diga que foi tudo gerado por uma IA.

👀 DE OLHO NO TECMUNDO (o grande irmão)

🏃‍♀️ ️ DON’T LEAVE, JUST READ (pra ler rapidinho)

🏝️É BrAIsil !

O governo brasileiro apresentou a versão final do Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA). Esse documento de 108 páginas, coordenado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), prevê a injeção de até R$ 23 bilhões até 2028 para expandir a tecnologia no país. A versão final do PBIA tem como lema “IA para o Bem de Todos”. O que isso significa? Uma tecnologia centrada no ser humano e acessível a todos. Em três anos é esperado a expansão de 100% da capacidade nacional em IA, conectando ao menos 50% das instituições de pesquisa no país. Daqui a cinco anos, o Brasil espera que o PBIA o posicione entre o top 5 países em capacidade computacional para IA.

🐦Um pássaro na mão ou dois voando?

Parece que a Google, a maior cliente da Scale AI, pretende romper relações com a empresa depois da notícia de que a Meta vai adquirir 49% de participação na startup de rotulagem de dados de IA. A Google havia planejado pagar cerca de USD 200 milhões à Scale AI este ano por dados de treinamento rotulados por humanos, essenciais para o desenvolvimento de modelos avançados de IA que alimentam o Gemini. A gigante das buscas já iniciou conversas com vários concorrentes da Scale AÍ, buscando transferir grande parte dessa demanda, acrescentaram as fontes do bafafá. A OpenAI, por sua vez, deve continuar trabalhando com a startup queridinha do momento.

🔥Fogo no parquinho

A treta entre Musk e Trump rendeu uma revisão dos contratos do dono da Tesla por parte do Departamento de Defesa e da NASA. Depois das declarações do bilionário contra o presidente, a Casa Branca instruiu as agências a examinar minuciosamente os contratos de Musk para se preparar para uma possível retaliação contra o empresário e suas empresas, disseram fontes da Reuters. Vale lembrar que, segundo o veículo, autoridades do Pentágono também estão considerando reduzir o papel que a SpaceX vai desempenhar em um novo (e bastante ambicioso) sistema de defesa antimísseis dos EUA. A Reuters não conseguiu confirmar se a Casa Branca pretende cancelar algum dos cerca de USD 22 bilhões em contratos firmados com a SpaceX. Mas, independente disso, só a revisão indica que o governo está levando a sério a ameaça feita por Trump na semana passada, de possivelmente dar um fim aos negócios entre o governo e Musk.

🖥️Otimismo e esperança

A AMD anunciou o lançamento da série de aceleradores Instinct MI350, voltados a aplicações de inteligência artificial e computação de alto desempenho. Segundo a empresa, os novos chips são até quatro vezes superiores à geração anterior e trazem um avanço de 35 vezes em tarefas de inferência — etapa em que a IA aplica conhecimento adquirido para processar dados. A fabricante também revelou detalhes da próxima geração de processadores gráficos, chamada de Instinct MI400, com lançamento previsto para 2026. Entre os primeiros parceiros da AMD a adotar os chips estão Dell, HPE e Supermicro. Eles também informaram que sete das dez maiores empresas de desenvolvimento de modelos de IA usam seus aceleradores Instinct, incluindo Meta, Microsoft e OpenAI. Nvidia que se cuide.

🤔 PENSAMENTOS DE SEGUNDA (voltamos para sua alegria!)

🧠 É frustrante lembrar que se esqueceu de algo, mas não saber o que foi esquecido.

🧠 A humanidade provavelmente tentou montar em diversos outros animais até saber que os cavalos deixariam.

🧠 Se você adiar seu alarme muitas vezes, vai associar o barulho dele com a volta ao sono.

🧠 A gelatina, apesar de mole, é cheia de ossos. 

🧠 Elefantes provavelmente nem sabem que ursos polares existem. A recíproca é verdadeira.

Imagem: Giphy

Quem gosta de ler não morre só.

Ariano Suassuna

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