Como evitar o burnout das IAs?

Afinal, é sempre bom monitorar o raciocínio de uma inteligência artificial

23 de julho, quarta-feira

Hoje, mais do que nunca, todo mundo vestido de preto: morreu ontem o “Príncipe das Trevas”, o (quase) imortal Ozzy Osbourne🦇, pouco mais de duas semanas após o show de despedida com sua banda Black Sabbath. Ozzy e seus parceiros musicais ajudaram a moldar a história da música e o Madman ainda criou um império multimilionário em todo tipo de mídia de comunicação possível. E pra curtir essa fossa, só uma playlist trevosa vai salvar!

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IA
COMO EVITAR O BURNOUT DAS IAs?

Imagem: Giphy

Por Felipe Vidal

Desde o ano passado a indústria de inteligência artificial vem maquinando um novo nome bonitinho para as suas tecnologias: os reasoning models. Em português, esses são os modelos capazes de raciocinar de maneira similar a nós, humanos. Spoilers: tem bastante gente preocupada com isso.

Na última semana, um grupo de 40 pesquisadores de empresas como Open, Anthropic, Google, Meta e até mesmo a xAI publicaram um artigo que expressa preocupações sobre esses modelos. O temor é a respeito da monitorabilidade de como essas linguagens de programação gigantescas funcionam — ou melhor, como elas pensam.

Antes de começar o pânico generalizado, não, esse artigo não menciona uma revolução das máquinas, Skynet, nem robôs assassinos tramando acabar com a humanidade. O objetivo dessa pesquisa é pontuar como a observação desses modelos pode ser uma oportunidade valiosa em segurança cibernética, e inibir “intenções de mau comportamento”.

“Assim como todos os outros métodos conhecidos de supervisão de IA, o monitoramento da CoT [cadeia de pensamento] é imperfeito e permite que alguns comportamentos inadequados passem despercebidos. No entanto, mostra-se promissor e recomendamos mais pesquisas sobre a monitorização do CoT e investimento na monitorização do CoT juntamente com os métodos de segurança existentes”, explicam os pesquisadores.

🧠 IA racional, sentada!

Se você ficou meio perdido com o termo CoT (de novo, cadeia de pensamento), esse nome permite explicar o processo de como os reasoning models funcionam. Basicamente eles pegam aquela solicitação que o usuário fez, muitas vezes mais complexa do que pedir uma receita de bolo de laranja, e dividem a tarefa em vários pedaços.

O CoT é como dividir essa tarefa em diversas etapas, como um humano faria. A grande questão é que nem mesmo os pesquisadores sabem por que os modelos usam a cadeia de pensamento e por quanto tempo vão se manter fazendo isso. Será que a IA vai ficar cansada de pensar e começar a ter burnouts também?

Então, a ideia dessa galera toda é que os desenvolvedores desses modelos prestassem mais atenção neles. Onde vivem? O que comem? Brincadeiras à parte, “monitorar o raciocínio” sugere a possibilidade de rastrear melhor essas IAs e até mesmo servir como um mecanismo de proteção.

🟨 Bandeira amarela?

Essa não é a primeira vez que um artigo importante sobre as IAs racionais foi publicado. Em fevereiro, pesquisadores da Universidade da Califórnia observaram que esses modelos devem ter maior alinhamento de segurança. Também foi citada a possibilidade de explorar mais caminhos para desenvolver estratégias que aprimorem o raciocínio seguro — ou seja, sem pensar besteira.

No mercado empresarial, a expectativa de crescimento para esses modelos é bem alta. O vice-presidente do Google para a Ásia-Pacífico, Sapna Chadha, projeta que em 2028 cerca de um terço das empresas de software terão IAs agênticas integradas, e poderão automatizar quase 15% dos fluxos de trabalho diários.

IAs agênticas e modelos racionais são muito próximos, já que esse termo, “agêntico”, é usado para descrever uma inteligência artificial autônoma que independe da intervenção humana para realizar tarefas.

👀 DE OLHO NO TECMUNDO (o grande irmão)

📄COLUNA (por Simone Bervig)

Aceleração tecnológica e a reinvenção da liderança: você está à frente ou freando o futuro da sua empresa? Em um cenário onde intuição e experiência se unem a dados e IA, como no case de sucesso do Mercado Livre, a inovação começa no topo.

Veja na coluna de Simone Bervig como líderes visionários estão transformando negócios ao abraçar a tecnologia, criando ambientes resilientes e adaptáveis para os desafios de hoje e de amanhã. Sua liderança está pronta para essa disrupção?

Simone Bervig
Executiva com experiência global, atuando em mercados na América Latina e Estados Unidos. Com quase 20 anos de experiência em marketing, branding e tecnologia, passagens por multinacionais de tecnologia como SAP, Citrix e SAS, é colunista da MIT Tech Review, membro da Angel Investor Club e mentora na AngelUs Network. Atualmente é Diretora de Marketing na MakeOne. Além disso, disponibiliza diversas aplicações orientadas à experiência do cliente (Customer Experience - CX), como contact center omnichannel, chatbots e big data analytics.

🏃‍♀️ ️ DON'T LEAVE, JUST READ (pra ler rapidinho)

🤳🏻 O segredo de milhões


O ex-CEO do Google, Eric Schmidt, revelou o segredo de milhões: 🙄 a importância de desligar o smartphone para manter o foco no trabalho, principalmente em pesquisas aprofundadas, devido às incessantes distrações de notificações (ah, cê jura?). Segundo ele, “até pesquisadores jovens adotam essa medida”. Schmidt, que esteve à frente do Google por quase uma década, é alguém que, de fato, entende bem sobre o impacto da monetização da atenção dos usuários.

A capacidade de concentração humana diante das telas tem diminuído drasticamente, com o Brasil em segundo lugar em tempo de tela no mundo, ressaltando a urgência de gerenciar o uso de dispositivos pra uma qualidade de vida melhorzinha.

🎲 Atenção nos dados


Conforme Marcelo Araújo contou em seu artigo para o TecMundo, empresas subestimam o valor de seus dados internos não estruturados, como contratos e e-mails, vendo-os como custos, não ativos. Essa negligência impede a transformação digital e o uso eficaz da IA, que depende de conteúdo confiável.

Segundo Araújo, é crucial mudar essa percepção, investindo em gestão documental para integrar documentos ao core business, transformando informações em vantagem competitiva e impulsionando a liderança no mercado.

🗺️ O GPS é nosso!

Um grupo de estudos interministerial foi criado para, em 180 dias, propor um sistema brasileiro de posição, navegação e tempo (PNT). O objetivo é identificar vulnerabilidades e fomentar uma nova tecnologia de geolocalização para o país.

🖥️ Pequena gigante


A pequena startup de IA Reka AI, fundada por ex-pesquisadores do Google e Meta, arrecadou US$ 110 milhões em financiamento Série B, elevando seu valor para mais de US$ 1 bilhão. Com o apoio da Nvidia e da Snowflake, a Reka desenvolve modelos de linguagem personalizados para empresas.

A Snowflake, claro, tem interesses: planeja integrar os modelos da Reka em sua plataforma, e a Nvidia demonstra confiança na otimização de inferência da Reka em suas GPUs, impulsionando a expansão da startup no mercado de IA empresarial.

🚀 A segunda vez vale por todas


A SpaceX realizou um lançamento bem-sucedido de satélites para a SES (uma operadora de comunicações de Luxemburgo) a partir do Cabo Canaveral, na Flórida, em sua segunda tentativa. Após um aborto a 15 segundos da decolagem na segunda-feira sem motivo revelado, o foguete Falcon 9 da missão mPOWER-D finalmente decolou na terça-feira às 17h12 (horário do leste dos EUA).

Este foi o 15º lançamento da SpaceX para a SES e a 62ª missão na Costa Espacial em 2025, com a SpaceX sendo responsável por quase todos os lançamentos da região.

✍️ A REDAÇÃO RECOMENDA

O poder das pessoas, quando se concentram em algo positivo, nunca deixa de me surpreender.

Ozzy Osbourne, cantor, compositor e pai do Heavy Metal

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