Domínio dos céus

Desafiando a SpaceX

18 de junho, quarta-feira

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TECH & MERCADO
DOMÍNIO DOS CÉUS

Imagem: Giphy

por André Gonçalves

Provavelmente, as empresas do setor aeroespacial acompanharam com atenção e um pouco de torcida a troca de farpas entre Elon Musk e Donald Trump. É que em meio às acusações de um lado e do outro, o presidente dos Estados Unidos ameaçou cancelar todos os contratos do governo com as empresas do antigo aliado.

Isso atingiria em cheio a SpaceX, responsável por nada menos do que 87% dos lançamentos orbitais no país em 2024, conforme dados da SpaceNews, abrindo uma nova brecha para concorrentes. Apesar de atender muitos clientes comerciais, grande parte desses serviços é prestada por meio de acordos governamentais com a NASA e o Pentágono, principalmente.

A companhia chefiada pelo bilionário domina os contratos com a Casa Branca desde meados da década passada, mas essa posição quase monopolista nunca foi tão ameaçada quanto agora. Antigas e novas rivais estão investindo cada vez mais para alcançá-la, e algumas delas já começaram a mostrar que podem substituí-la se houver a oportunidade.

🚀De olho

Entre as empresas que ameaçam o domínio da SpaceX nos lançamentos espaciais vale destacar a Blue Origin, fundada por Jeff Bezos, o mesmo da Amazon e que rivaliza com Musk também na lista das pessoas mais ricas do mundo. Em janeiro, o foguete reutilizável New Glenn alcançou a órbita terrestre pela primeira vez e se prepara para transportar cargas de segurança nacional em um futuro próximo.

Mas há outras empresas mais adiantadas, como a Firefly e o seu foguete Alpha, que pode partir de diversos centros de lançamento, alcançando diferentes órbitas. Em março, ela realizou uma importante missão para a NASA, levando o módulo Blue Ghost até a Lua, além de ter ganhado contratos com a Força Espacial dos EUA.

Quem também promete entrar forte na briga é a United Launch Alliance (ULA), uma joint-venture entre a Lockheed Martin e a Boeing. Fruto da união, o lançador Vulcan Centaur é um concorrente direto do Falcon Heavy de Musk para transportar cargas massivas ao espaço profundo. Ele já tem mais de 80 missões agendadas, incluindo levar parte dos satélites Kuiper da Amazon para a constelação que pretende desbancar a Starlink.

Com o foguete Neutron, a Rocket Lab é outra à espera de uma ligação da Casa Branca, planejando realizar o voo inaugural ainda em 2025. Por sua vez, a Relativity Space quer estrear o Terran R, que se diferencia por usar componentes feitos em impressoras 3D, no ano que vem, perto da apresentação do lançador reutilizável Nova, da Stoke Space, um dos muitos projetos apoiados por Bill Gates.

🚀Vem aí

A concorrência também acontece fora dos EUA e é lógico que a China está no meio. Com um programa espacial avançado, que prevê construir uma usina nuclear na Lua, na próxima década, a gigante asiática possui pelo menos sete empresas com capacidades semelhantes à rival americana, segundo Kari Bingen, diretora do Projeto de Segurança Aeroespacial do Center for Strategic and International Studies.

O lançador Yueqian, da Cosmoleap, é uma das principais apostas das startups chinesas, conforme a especialista, trazendo um “braço de agarramento” parecido com o mecanismo testado pela SpaceX na nave Starship, que auxilia em retornos mais seguros à superfície. O foguete reutilizável Tianlong-3, da Space Pioneer, também aparece entre os destaques.

Ainda no mercado internacional, não podemos deixar de citar o Ariane 6, foguete de carga pesada construído pela Arianespace. Apesar dos atrasos, ele fez seu primeiro lançamento em 2024 e já abocanhou uma fatia que era da empresa americana nas missões da Agência Espacial Europeia (ESA).

🚀Luz do céu

Empresas que pensam em tirar a SpaceX da liderança devem oferecer, no mínimo, capacidades iguais às que ela disponibiliza. Mas fazer isso não é fácil, como ficou claro no caso dos astronautas “presos no espaço” por quase nove meses. A estadia estendida na Estação Espacial Internacional foi causada por uma falha na cápsula Starliner, da Boeing, desenvolvida como alternativa à nave Crew Dragon.

Além dos obstáculos técnicos, as interessadas em acabar com a hegemonia de Musk no segmento aeroespacial precisam superar barreiras econômicas e políticas. No caso das finanças, a ampla gama de clientes garante uma receita considerável para a marca e uma das rivais que tentou acompanhá-la já ficou pelo caminho: a Virgin Orbit fechou as portas em 2023 após declarar falência.

Na esfera política, ainda não se sabe como ficarão os contratos das empresas do bilionário com o governo depois da briga com Trump. Mas antes que as discussões se tornassem públicas, rumores sugeriram uma grande influência do empresário nos orçamentos da NASA e do Departamento de Defesa, além da pressão feita em órgãos reguladores para afrouxar regras em benefício próprio.

Desafios à parte, a boa notícia para as rivais da SpaceX é que a agência espacial americana e o Pentágono procuraram algumas delas para saber como estavam seus projetos de foguetes, no início de junho. Segundo o The Washington Post, não é a primeira vez que isso acontece, pois as autoridades estariam preocupadas com as bruscas mudanças de humor do bilionário.

👀 DE OLHO NO TECMUNDO (o grande irmão)

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🏃‍♀️ ️ DON’T LEAVE, JUST READ (pra ler rapidinho)

Minuta de golpe

O Google tem 48 horas para informar a origem da chamada “minuta do golpe” publicada na internet. A decisão atende a um pedido da defesa de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e Segurança Pública no governo de Jair Bolsonaro e réu no chamado “núcleo crucial” da suposta tentativa de golpe que culminou nos atos de 8 de janeiro. Os advogados de Torres terão cinco dias para apresentar exames periciais que comprovem possíveis diferenças entre o documento encontrado na casa do ex-ministro e outras versões que rodam a internet. A alegação da defesa é que é necessário verificar se o arquivo apreendido é o mesmo online.

Time to go

A Intel planeja demitir até 20% de sua força de trabalho nas unidades de fabricação (da divisão Intel Foundry), segundo um memorando interno enviado aos colaboradores no sábado, e confirmado por quatro fontes internas. Os cortes estão previstos para acontecer em julho deste ano e não há detalhes sobre quais setores específicos dentro das fábricas serão afetados. A última redução significativa de pessoal na Intel ocorreu em 2024, quando 15 mil postos foram eliminados — 3 mil deles na unidade de Oregon.

Sem futuro

O futuro do TikTok nos Estados Unidos foi adiado mais uma vez, segundo Trump. A definição sobre quando será discutido o banimento da plataforma deve rolar até dia 19 de junho, mas o tema em si parece estar longe de se resolver. Caso o adiamento se confirme, será a terceira vez que Trump muda a data limite para decidir a respeito da venda das operações do app no país. A primeira aconteceu assim que ele assumiu o novo mandato, em janeiro, e a segunda no mês passado.

Os maiorais

Os serviços de streaming finalmente destronaram a televisão aberta e a cabo nos Estados Unidos, conquistando mais espectadores em maio do que ambas combinadas. A Nielsen, em seu relatório mensal The Gauge, afirmou que o streaming representou 44,8% do uso total de TV nos EUA em maio, destacando a crescente dominância de plataformas como YouTube e Netflix nos últimos quatro anos. A TV aberta representou 20% da audiência televisiva em maio, enquanto a TV a cabo ficou com 24%, de acordo com a Nielsen.

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Eu gosto do impossível porque lá a concorrência é menor.

Walt Disney

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