📰 É bolha ou não é?

18 de março, Segunda 

Nesta data, mas em 1989, a cidade de São Paulo apreciou o lançamento do Memorial da América Latina. Criado por Darcy Ribeiro e projetado por Oscar Niemeyer, o local é até hoje um dos pontos turísticos mais conhecidos da terra do pastel de feira. E o passeio é válido demais. 

Why so layoffable? 

Quem acompanhava a cena tech no início do ano passado testemunhou a onda de demissões em massa (layoffs) que aconteceu globalmente. Na época, o argumento dos negócios era a de que o período pós-pandemia trouxe uma baixa nos lucros – o que levou ao corte de pessoas para equilibrar as contas. 

Mas por que, mesmo com as finanças em ordem até demais, as marcas passaram o facão corporativo? Bora conferir algumas teorias discutidas na imprensa gringa. 

Sem paciência pra quem está começando 

A primeira hipótese é a de que os cortes de início de ano chegaram para ficar, como parte de um processo de ajuste de pessoal com base na estratégia de médio e longo prazo de cada empresa.  

Aparentemente, esses negócios estão reavaliando em um prazo mais curto se vale a pena manter uma operação que já foi estruturada, mas cujo lucro não deve chegar tão cedo. Outro fator que reforça essa tese é de que, mesmo com layoffs, muitas empresas estão contratando novas pessoas. 

Bolha? Aqui não, jão 

Outra justificativa para os cortes atuais de pessoas seria a de que o mercado tech estaria passando por uma nova versão da bolha dos anos 2000.  

Apesar de o mercado de tecnologia estar em um momento com ações muito valorizadas, especialistas de mercado não acreditam que seja o caso de uma nova bolha. Isso porque 1) o mundo e a tecnologia evoluíram muito desde os anos 2000 e 2) os modelos de negócio dessas organizações estão muito mais claro do que antigamente.  

Trocando cérebros por inteligências 

E deixamos por último o motivo que ainda deve contribuir para muitas demissões do mundinho da tecnologia: ela, a inteligência artificial. Com esses softwares evoluindo dia sim, outro também, cada vez mais empresas devem liberar funcionários para tarefas que podem ser adotadas por IAs. 

Mesmo nos lugares em que a inteligência artificial ainda não substitui os trabalhos realizados, cada vez mais empresas estão investindo nesse setor. O que faz com que elas contratem pessoas com essas habilidades, o que pode gerar demissões para deixar as contas no azul. 

Mudança de planos 

Ao que tudo indica, a temporada de cortes chegou para ficar nessa área em que, durante (muitos) anos, a contratação era quase que certa. Uma notícia “boa” sobre esse momento é que, diferentemente do que acontece em outras áreas, essas demissões devem ocorrer mais por adequações aos objetivos de negócio. Ou seja: quem souber manusear as ferramentas usadas nas tecnologias mais hypadas (leia-se inteligência artificial e análise de dados) estará bem na fita. 

Demissões nunca são legais. Especialmente quando você trabalha em um lugar com benefícios acima da média – como é o caso de boa parte das firmas do ramo. Porém, esse tipo de situação deve ficar bem mais comum daqui pra frente.

Life in plastic, isn’t fantastic 🍾

O estilista Tom Ford e o ator Adrian Grenier ganharam o SXSW Innovation Award por Combate às Mudanças Climáticas. A dupla se destacou pelo Tom Ford Plastic Innovation Accelerator, uma parceria entre o designer americano e a ONG de Grenier, Lonely Whale, focada em prevenir a poluição plástica. 

O projeto une competição, aceleradora de negócios e campanha de marketing para impulsionar alternativas ao plástico. Três startups já foram premiadas com USD 1,2 milhão, todas desenvolvendo embalagens alternativas à base de algas. 

A aceleradora reúne mais de 50 stakeholders da moda, manufatura e tecnologia climática, oferecendo workshops e acesso a uma rede ampla, incluindo marcas como Estee Lauder, Burton e Dell. A fase final incluirá uma campanha de impacto para conscientizar sobre essas inovações. Segundo Emy Kane, da Lonely Whale, o prêmio SXSW valida o sucesso da abordagem inovadora da equipe.

Dos dois lados do balcão 📉

A B3 revelou movimentações mistas entre investidores: estrangeiros retiraram R$ 268,3 milhões no segmento secundário, contrastando com o Ibovespa que subiu 0,26%. Com isso, o déficit mensal desse grupo atingiu R$ 6,11 bilhões, e o anual chegou a expressivos R$ 23,46 bilhões. 

Enquanto isso, investidores institucionais e individuais mostraram mais otimismo, com aportes de R$ 7,6 milhões e R$ 53,7 milhões, respectivamente, levando a superávits consideráveis tanto mensais quanto anuais. 

Essa oscilação de investimentos ocorre em um contexto onde o PIB brasileiro cresceu 2,9% em 2023. Entretanto, a taxa de investimento, vital para a produtividade econômica, caiu 3%. Esse cenário reflete a cautela do empresariado diante de incertezas políticas e econômicas, ponderando os riscos antes de realizar investimentos significativos.

Imparável? 📈

A NVIDIA, que vem ganhando tração graças aos seus chips de inteligência artificial, se mantiver seu ritmo de crescimento atual, pode simplesmente ultrapassar a economia global em valor de mercado. 

A ação da empresa disparou 290% no último ano, alcançando mais de USD 2,2 trilhões. Esse sucesso gerou debates sobre a sustentabilidade dessa ascensão e suas implicações para o mercado. E ao questionar justamente os chatbots de IA sobre o futuro da NVIDIA, a resposta foi unânime: 

“É improvável que a empresa mantenha tal ritmo de crescimento. Se continuasse, sua capitalização de mercado chegaria a quadrilhões de dólares, ultrapassando a economia global.”

Esse cenário nos lembra do auge da Apple e da Microsoft, que mantiveram um crescimento ao longo do tempo, desafiando expectativas. A trajetória da NVIDIA será interessante de acompanhar, mas, por enquanto, sua história nos lembra a importância da cautela e da diversificação de investimentos.

Maria da Vila Matilde 🚓

Se você não conhece o GTA RP, saiba que é uma das coisas mais interessantes da cultura de games/internet dos últimos anos. São servidores privados que rodam uma versão modificada do jogo GTA V, onde não basta controlar um personagem; é preciso interpretá-lo como se estivesse em uma partida de RPG. E lá dentro os jogadores se organizam como uma sociedade real, com leis, regras, bandidos, polícia e etc.

Pois bem, esse “espelho” da sociedade funciona para o bem e para o mal. De modo que, para combater a violência de gênero que vazou do real para o virtual, a ONG Wonder Women Tech criou a primeira delegacia da mulher virtual no GTA RP. 

A e-Police Station, criada dentro do game, funciona como um portal para denúncias reais de violências enfrentadas por jogadoras. Ao encontrar situações de assédio, as jogadoras são orientadas a salvar provas na plataforma e levar seus avatares até a e-delegacia. Lá, recebem instruções para preencher um boletim de ocorrência eletrônico no site oficial da polícia, seguindo os procedimentos normais de apuração.

TL;DR

Ainda mais little e mais BRIEF

🌑 Ex-funcionários da Blue Origin lançam empresa para extrair hélio-3 da Lua, visando criar um novo mercado na Terra para materiais supercondutores. 

🤑 Perseguida nos EUA, a chinesa ByteDance, dona do TikTok, está bem perto da Meta em receita, registrando USD 120 bilhões em 2023, embora a Meta ainda lidere com USD 135 bilhões e maior lucratividade.

🤳 Diferente da BeReal (lembra dela?) que enfrenta dificuldades financeiras, com apenas dez meses de recursos restantes, enquanto busca atrair investidores.

🚙 Uber e Lyft planejam suspender serviços em Minneapolis a partir de 1º de maio, após decisão do conselho da cidade sobre salário mínimo para motorista - tema que está quente também por aqui. 

A Redação Recomenda

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afinal, as opções podem variar conforme cada projeto