(Es)cola Artificial

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(ES)COLA ARTIFICIAL

Por Felipe Vidal

Eu sei que você é da época dos lápis com a tabuada da multiplicação, e já usou até mesmo a borracha para conseguir aquela cola esperta na escola. E, sim, não é surpresa nenhuma que a evolução tecnológica chegou a um ponto em que a inteligência artificial é usada para colar e se dar bem nos trabalhos acadêmicos e escolares.

Cola sempre existiu, a grande questão é que agora os estudantes têm acesso, literalmente, à internet inteira, com raciocínio lógico avançado, e uma raspagem de dados impressionante para responder não somente sobre a fórmula de Bhaskara.

Em um levantamento realizado em 2023 pela Turnitin, que realiza a detecção de conteúdos criados artificialmente, 1 em cada 10 tarefas de redação analisadas foram feitas por IA. Se isso ocorreu ainda em 2023, quando as IAs estavam engatinhando, de certa forma, imagine a dimensão do problema em 2025.

Em um questionário para professores do ensino médio divulgado em março de 2024, 63% dos professores disseram que seus alunos “ficaram em apuros” ao utilizar IA para fazer suas tarefas. Mas eu e você sabemos bem que, assim como a inteligência artificial não sabe de tudo, os detectores de IA também não sabem de tudo.

Dois pesos, duas medidas

No fim de 2024, o The Guardian publicou uma matéria que contava a trajetória de Albert, um estudante de 19 anos no curso de graduação em inglês. O aparente bom aluno ficou surpreso quando o time de código de conduta realizou uma acusação chocante: ele usou IA para fazer um trabalho acadêmico. O plot-twist é: ele não usou IA.

Não faltam notícias por aí de professores que copiaram e colaram o trabalho de seus alunos nesses detectores de IA automáticos — e possivelmente grátis — da internet. Como resultado, boa parte desses sites ou ferramentas indica que os textos foram feitos com IA. Claro, um ou outro vai estar certo, mas a gente precisa parar de usar qualquer “DetectAI” como o suprassumo do julgamento contra o estudante. Acredite, às vezes o aluno é bom no que faz.

Também é preciso entender o lado dos professores, afinal de contas, os chatbots fornecem um mundo de possibilidades e respostas complexas, principalmente com ferramentas como a Pesquisa Profunda, que cria relatórios extensos sobre qualquer tópico. Uma pesquisa da Forbes indica que 90% dos estudantes conhecem o ChatGPT e 89% já utilizaram como auxílio para as tarefas.

Prompt bem feito

Seja o estudante brasileiro, chileno, indiano, norte-americano, ou holandês, ele vai utilizar a inteligência artificial para ter alguma vantagem educacional, seja uma simples ajuda, ou pedir um seminário inteiro para o Copilot. A IA já existe, está evoluindo, e não vai parar tão cedo.

Cola em sala de aula, ou em casa, acontece muito antes da internet e antes mesmo das apostilas. Porém, como aponta um artigo científico da Universidade do Estado de Oklahoma, as “ferramentas de GenAI têm o potencial de criar ambientes de aprendizagem mais inclusivos, envolventes e eficazes para alunos”, que embora foque na faculdade, também pode ser aplicado nas escolas.

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🏃‍♀️ ️ DON’T LEAVE, JUST READ ^{_{(pra ler rapidinho)}}

📉 É tax, é Trump, é o fim do caminho

Com a ameaça de novas tarifas sobre produtos chineses, empresas como Apple, Samsung e Motorola estão antecipando remessas e revendo preços. A expectativa é de retração nas vendas em 2025 e aumento de até 30% no custo final dos aparelhos.

Falando em aumento, por aqui a Apple já mexeu os pauzinhos e reajustou sua tabela de preços na App Store brasileira. O valor mínimo de um app ou jogo pago subiu de R$ 4,90 para R$ 6,99. A medida ainda não é sobre o tarifaço trumpista, mas acompanha a alta do dólar e os ajustes cambiais automáticos da Apple. A novidade pode gerar um impacto bem ruim para a base de usuários e para desenvolvedores locais também.

⚖️ De quem é esse jegue?

O Supremo Tribunal Federal retomou a discussão sobre a responsabilização das plataformas por conteúdo de terceiros, o tema central do famoso Marco Civil da Internet. O debate gira em torno de um caso envolvendo o Facebook e envolve a possibilidade de as plataformas serem responsabilizadas mesmo sem ordem judicial prévia, algo que pode afetar desde as redes sociais até marketplaces e apps de mensagem. A treta é grande e já está em um ringue: de um lado, as techs defendem que isso fere a liberdade de expressão e pode levar à censura preventiva. Do outro, os defensores da regulação pedem mais responsabilidade sobre desinformação e discurso de ódio. A votação foi suspensa por um pedido de vista do ministro Luiz Fux, mas deve voltar à pauta nas próximas semanas. Se rolar mesmo, o impacto financeiro estimado é de até R$ 780 milhões ao ano em processos, multas e moderação adicional.

🧠 AImunidade

Bill Gates deu uma declaração otimista em relação ao futuro do trabalho. Segundo ele, nem tudo será substituído por algoritmos. Gates afirma que profissionais de saúde (pela empatia e tato), professores (pela adaptabilidade) e trabalhadores manuais qualificados (como encanadores e eletricistas) continuarão relevantes mesmo com o avanço da IA. “A IA pode escrever código, mas não conserta um vazamento”, disse. A IA não, mas um robô com IA, talvez.

💸 Dinheiro na conta é vendaval

Hoje é a estreia oficial do aguardado Pix Automático, que vai permitir agendamentos de pagamentos recorrentes, como assinaturas e contas fixas, diretamente pelo app bancário. A ferramenta já nasce com apoio de grandes bancos e promete reduzir a dependência de boletos e cartões. Seria o fim dos calotes por esquecimento?

🤖 Bot, bot

Parece que a Amazon está se preparando para colocar em campo robôs humanoides que ajudem no empacotamento e, no futuro, na entrega de encomendas. A novidade faz parte de uma estratégia feroz de automação total dos centros logísticos e, obviamente, reacende o velho debate sobre empregos e substituição de mão de obra. O que Bill Gates diria disso?

🧾 Treta de gigantes

O Reddit entrou com uma ação contra a startup Anthropic, dona da IA Generativa Claude 4, acusando a empresa de usar conteúdos da plataforma para treinar seus algoritmos sem permissão. Pode até parecer pontual, mas a notícia deixa claro a crescente treta entre big techs e Gen IAs, que dependem de grandes volumes de dados, mas precisam contar com a colaboração de quem produz esses dados. 

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