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Eu, eu mesmo e o meu deepfake
Quem é dono da sua própria aparência na internet?

17 de julho, quinta-feira
Há 175 anos, a estrela Vega foi a primeira estrela a ser fotografada (depois do Sol, é claro, mas essa era muito óbvia). Um pouco mais recentemente, em 1994, as estrelas da Seleção Brasileira ganhavam o TETRA nos EUA, o que me fez lembrar que ano que vem vamos empatar com o maior hiato de títulos mundiais da Amarelinha: 24 anos. E aí, será que teremos alguma chance em terras americanas novamente em 2026?

Em um mercado que exige respostas rápidas, pensamento estratégico e adaptação constante, cada metro quadrado da sua casa precisa funcionar como um hub de eficiência. Da localização próxima a centros corporativos à estrutura pensada para o digital-first, morar no Triunfo Campo Belo é como escalar uma operação com infraestrutura pronta.
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⚡ O QUE VOCÊ VAI VER?
Eu, eu mesmo e o meu deepfake - matéria principal do dia
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Brasil e EUA conversando civilizadamente
Por que Trump quer azedar o Pix?
E o governo BR tá fazendo o quê?
Netflix com ações nas alturas
O mercado animado com a computação quântica
A redação recomenda - dicas de conteúdos diferentões para consumir
Frase do dia - para refletir, concordar, discordar e compartilhar
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IA & COMPORTAMENTO
EU, EU MESMO E O MEU DEEPFAKE

Imagem: Giphy
Por Nilton Kleina
A cada nova notícia sobre o uso de deepfakes para cometer crimes, e elas são muitas, é inevitável sentir um calafrio. E se algum dia a minha aparência for usada para alguma irregularidade, ou até em montagens totalmente falsas para me chantagear?
Esse tipo de criação com IA infelizmente tem se tornado comum e cada vez mais acessível — inclusive por causa da preguiça de empresas de tecnologia de fiscalizar quem contrata seus serviços — e essa preocupação é natural.
Tem como combater esse tipo de coisa? Uma das frentes possíveis é a partir da lei e, recentemente, um país da Europa apontou um caminho… curioso.
✊🏼 Poder para o povo
O governo da Dinamarca está disposto a alterar a lei de direitos autorais no país para combater deepfakes. A solução é ao mesmo óbvia e criativa: cada cidadão teria automaticamente o direito sobre a própria aparência, impedindo a reprodução realista da imagem de alguém sem a devida autorização.
Com isso, praticamente qualquer deepfake sem autorização já seria considerado automaticamente criminoso e daria à vítima a capacidade de acionar judicialmente os responsáveis, inclusive para pedir a remoção do conteúdo. Justíssimo, né?
O texto ainda tramita no país, recebeu críticas por ainda ser muito vago e há exceções, como no uso em sátiras. Além disso, essa não é uma solução definitiva: a lei "só" criminaliza e ajuda na punição, mas não é uma forma de coibir tecnologicamente a existência dessas criações.
Ainda assim, o governo tem esperanças de que isso vire lei. No cenário mais otimista, a União Europeia e outros grupos de países podem se inspirar e criar uma diretriz parecida.
👯 Copia, mas sem fazer igual?
Agora é a hora daquela clássica pergunta: tá, mas e no Brasil? Por aqui, podemos dizer que estamos com meio caminho andado. Avanços até aconteceram, antes tarde do que nunca, mas tem muito espaço pra melhorar.
Primeiro, a má notícia: especificamente, o deepfake não é crime em nossa legislação. O que acontece é que ele pode até ser enquadrado em algumas irregularidades, como estelionato, crimes contra a honra, falsidade ideológica ou extorsão, dependendo de qual foi o abuso cometido com a montagem. Isso até pode resultar em danos morais e materiais, mas com resultados pouco expressivos.
Por outro lado, também não é tudo liberado assim. Por aqui, temos o chamado “direito de imagem”, que já impede o uso não autorizado da aparência.
Outro exemplo é o nosso famoso Marco Civil da Internet. Ele não cita esse termo, mas pode ser acionado por lidar com privacidade e proteção de dados pessoais.
É uma cilada:
• Segundo a iProov, menos de 1% das pessoas consegue identificar com precisão conteúdo falso gerado por IA, incluindo fotos e vídeos;
• O mesmo estudo aponta que pessoas com mais de 55 anos tendem a desconhecer essa tecnologia e, até por isso, são vítimas mais vulneráveis no caso de fraudes ou extorsões;
• Entre 2022 e 2023, ainda antes do atual boom do setor, o Brasil registrou um crescimento de 830% em crimes com deepfakes, segundo a Sumsub;
• Outra pesquisa da firma notou outro aumento de 800% no número de deepfakes encontrados no país, comparado com o mesmo período do ano anterior;
A novidade mais interessante veio na proteção das mulheres, que tendem a ser as principais vítimas de deepfakes. Este ano, o Código Penal foi alterado para aumentar a pena do crime de violência psicológica contra a mulher quando praticado com o uso de IA ou "qualquer outro recurso tecnológico que altere imagem ou som".
Além disso, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tende a proibir o uso de IA na criação de conteúdos falsos durante campanhas eleitorais a partir de resoluções temporárias. Isso significa que ninguém vai usar? Claro que não, mas não foi por falta de aviso.
No mundo ideal, esse tipo de uso ilegal de montagens já seria proibido em uma categoria específica em nossa legislação. E você provavelmente já sabe onde vamos chegar: uma regulamentação de toda a tecnologia da IA no país, que englobaria inclusive a prática de crimes. As nossas diretrizes brazucas sobre a tecnologia caminham a passos de tartaruga no Legislativo, uma velocidade bem diferente do avanço e do uso desses recursos.


👀 DE OLHO NO TECMUNDO (o grande irmão)
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🏃♀️ ️ DON'T LEAVE, JUST READ (pra ler rapidinho)
🗣️ Peraí, vamos conversar?
Os Estados Unidos já estão pegando mais leve no papo das tarifas de 50% em produtos brasileiros, e agora tentam chegar em uma solução negociada, segundo Matheus Spiess da Empiricus Research via Money Times. Era nítido no começo dessa história toda que a ameaça de Trump tinha argumentos bem meia-boca, mas agora há uma tentativa de dar uma certa base técnica com uma investigação sobre práticas brasileiras como o Pix, comércio digital e desmatamento.
Quem vem lidando diretamente com isso agora é o vice-presidente Geraldo Alckmin, que evita comprar essa treta e busca uma saída diplomática, apesar da dificuldade em conversar diretamente com a bagunça que está Casa Branca.
💰 Tá, mas o que o Pix te fez, bicho?
O pobre do Pix, que revolucionou a maneira das pessoas pagarem coisas no Brasil, agora está sendo investigado pelo governo dos EUA sob a administração Trump, como já contamos. A desculpa deles? Segundo informou a Isto É Dinheiro, "práticas desleais" do Brasil em pagamentos eletrônicos. Mas se a gente procurar direitinho, onde há fumaça, há fogo, né? A principal motivação seria por causa da Meta, que teve o WhatsApp Pay barrado pelo Banco Central em 2020, favorecendo o Pix.
As Big Techs, através de lobby, veem o Pix e outras regulamentações brasileiras como uma pedra no sapato para suas soluções de pagamento. O grupo CCIA (Computer & Communications Industry Associations), que inclui Google, Meta e Amazon, está enchendo o saco do governo dos EUA para agir contra essas medidas brasileiras que, segundo eles, prejudicam os interesses de empresas americanas no setor digital.
🤷🏼♂️ E o governo, tá como?
Alckmin recebeu representantes de 18 grandes empresas, incluindo Cargill, GM e Coca-Cola, além da AMCHAM Brasil em uma reunião do Comitê Interministerial de Negociação e Contramedidas Econômicas e Comerciais.
Tudo isso pra avaliar melhor o impacto das tarifas de 50% anunciadas pelos EUA, que entrarão em vigor em 1º de agosto. O empresariado propôs buscar 90 dias adicionais de discussão e evitar retaliações, pedindo cautela ao governo brasileiro nas negociações.
📺 Atirando (e acertando) em todos os lados
A Netflix vai divulgar seus resultados do segundo trimestre, mas já tem spoiler: ações em alta de 40%. Analistas preveem receita de US$ 11,06 bilhões e lucro por ação de US$ 7,09. A empresa tem diversificado bastante sua programação, focando em engajamento e eventos ao vivo, especialmente esportes, como as lutas da WWE, de MMA e a NFL, para impulsionar o crescimento.
O forte crescimento de lucros projetado e a expansão da receita com publicidade, esperada para dobrar, justificam o otimismo para muitos investidores.
🖥️ Ações quânticas!
A Rigetti Computing anunciou um marco significativo: alcançou o marco de 99,5% de fidelidade em seu sistema modular de 36-qubits, construindo o maior computador quântico modular até hoje e reduzindo sua taxa de erro pela metade.
A notícia impulsionou as ações da empresa em mais de 30%, indicando que investidores veem o avanço da computação quântica como algo bem mais palpável e promissor. O CEO Subodh Kulkarni fez alarde sobre a velocidade superior de seus qubits supercondutores e prometeu que teremos mais novidades “em breve”.
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Só porque é viral, não significa que seja verdade. Só porque é popular, não significa que seja certo.
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