He shot the tariff

Tim, Trump, Treta

11 de abril, sexta-feira

Não era uma sexta, mas um domingo quando foi lançado o Apple I, em 1976, o primeiro produto da empresa fundada pelos Steve’s - o Jobs e o Wozniak. O computador pessoal foi inovador, como bem sabemos, mas logo deu espaço ao seu sucessor o Apple II. Entre as curiosidades envolvendo esse ícone da tecnologia, está o fato de que Wozniak quis vendê-lo por USD 666,666, apesar de besta ele não ter nada. Ele só curtia números repetidos mesmo.

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Imagem: Giphy

He shot the tariff

A semana foi totalmente marcada pelo “tarifaço” de Trump – e todos os memes envolvendo a polêmica. E apesar de estar claro que os mais afetados com isso são os “parceiros” comerciais dos Estados Unidos, alguns cofres bilionários também sofreram. Segundo o Bloomberg Billionaire Index, nos dois dias seguintes ao anúncio, as 500 pessoas mais ricas do mundo perderam US$ 536 bilhões juntas, o equivalente a R$ 3,2 trilhões pela cotação atual.

Uma contextualização básica antes de continuarmos:  

O “tarifaço” de Trump é a mudança na política tarifária dos EUA;

Agora, o país passa a aplicar uma taxa mínima de 10% aos produtos fabricados em outros países quando eles chegam ao território americano;

A tarifa varia conforme a relação com o parceiro comercial, chegando a 104% no caso da China. Isso porque a treta entre os dois países não para.

Com a tariff on the table, Trump resolveu também expor mais um de seus desejos: arrancar da China a fabricação do iPhone. Vale lembrar que a Apple começou a realocar a fabricação de iPhones para fora dos EUA pelo menos desde 2010, porque Jobs considerava que os EUA não tinham engenheiros qualificados suficientes. Desde então, o próprio Tim Cook já repetiu que a força de trabalho chinesa é superior e manteve a estratégia. Porém, agora, o cenário pode mudar.

O lance é que a fabricação do iPhone nos Estados Unidos, como é o desejo do presidente Donald Trump, é tecnicamente possível. Mas, a consequência disso seria um custo de fabricação bem maior por unidade — e que provavelmente se refletiria aonde? No nosso bolso, claro, porque seria sentido no preço final do celular.

De acordo com um novo relatório publicado pelo Bank of America, o preço para se produzir o iPhone subiria automaticamente em 25% nos EUA apenas por questões trabalhistas. Ainda tem outros pontos: 1) Custo da mão-de-obra e outras variáveis relacionadas aos funcionários no país é consideravelmente maior e 2) Boa parte da guinada do custo viria de componentes específicos que ainda precisam ser produzidos na China e, graças às tarifas atualmente impostas entre os dois países, o valor do iPhone américano poderia ficar, pasmem, até 90% maior.

Outro ponto que o Bank of America não chega a considerar é a estrutura. Para chegar no mesmo patamar que as linhas de produção de empresas como a Foxconn, seria necessário um alto investimento e tempo.

Enquanto isso ainda é só especulação, a própria Apple deve aguardar antes de assumir essa bronca. A marca também pode ampliar a diversificação de países que fazem essas etapas, apostando ainda mais na Índia — que tem maiores chances de negociar a tarifa de Trump — ou outras regiões ainda sem a presença da companhia.

O que vai acontecer, ninguém sabe. A Apple ainda não comentou oficialmente o caso e, por enquanto, só arquitetou o plano de retirada de alguns aparelhos da Índia, a fim de evitar a cobrança das tarifas de Trump. As ações da empresa estão em baixa, com uma queda de 12% nos últimos seis meses e um desempenho especialmente ruim nos últimos dias, quando as tarifas passaram a ter efeito.

Pois é, agora deve ser a hora da empresa seguir o preceitos deixado por Jobs: “Nós nunca tivemos vergonha de roubar ótimas ideias.”

TL;DR

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