Inovação made in Brasil

Startups brasileiras e o que vem por aí

8 de julho, terça-feira

O dia 8 de julho, além de aniversário de Ouro Preto, nas Minas Gerais, também é conhecido como o Dia Internacional do Sacolé! É isso mesmo, a iguaria refrescante que tem centenas de nomes, como geladinho, gelinho, dindim, dudu, sacolete, flautinha, laranjinha, chup-chup, entre outros, é celebrada (estranhamente) no meio do frio inverno. Ah, e existe uma história que a ideia por trás da invenção do geladinho tenha começado na Segunda Guerra Mundial e você pode saboreá-la aqui.

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MERCADO & STARTUPS
INOVAÇÃO MADE IN BRASIL

Imagem: Giphy

Por André Gonçalves

Depois de um período complicado de perdas e ajustes, o mercado de startups no Brasil dá sinais de vida e começa a gerar otimismo. Conforme levantamento da plataforma Distrito, a captação de recursos chegou a mais de US$ 1,9 bilhão (R$ 10,2 bilhões) entre janeiro e novembro de 2024, ligeiramente acima do US$ 1,8 bilhão (R$ 9,7 bilhões) no mesmo período do ano anterior.

Além disso, o Brasil ocupa a 27ª posição em um ranking global de inovação composto por mais de 100 países, de acordo com o Startup Ecosystem Index Report 2025, aparecendo como liderança na América Latina. No mesmo estudo feito pelo StartupBlink, São Paulo é listada como a 23ª cidade mais inovadora do mundo e um dos hubs do Hemisfério Sul.

E a quantidade de startups nacionais também impressiona. São mais de 19 mil em operação, conforme dados atualizados do Observatório Sebrae Startups, a maioria em fase de validação, concentrada no Sudeste (35,97%) e operando na capital paulista. A região Nordeste surge na segunda posição (24,01%), seguida pelo Sul (20,57%).

O relatório indica, ainda, a existência de mais de 20 startups unicórnio no Brasil, que são aquelas avaliadas em mais de US$ 1 bilhão (R$ 5,4 bilhões), dando mostras do potencial do país. Mas como a vida não é um morango, ainda há alguns desafios complicadinhos a serem superados para continuar prosperando.

🏙️ Descentralizar é preciso

Para Diogo Garcia, sócio-diretor da KPMG, o ecossistema brasileiro de startups ainda se concentra muito na porção centro-sul do país, deixando de fora, principalmente, a região Norte. Junto com o Nordeste, ela é uma área de grande potencial, mas ambas recebem menos atenção que o Sudeste e o Sul.

Segundo o líder da premiação Tech Innovator no Brasil, Recife serve de inspiração para cidades das duas regiões. Mesmo distante dos grandes centros financeiros, projetos nascidos na capital pernambucana têm ganhado força a partir do apoio de universidades, políticas públicas coordenadas, centros de pesquisa e hubs de inovação.

Isso também acontece em locais como Porto Alegre, Florianópolis e Campinas, que também têm ganhado ambientes altamente competitivos por meio da conexão direta com instituições de ensino superior e programas de incentivo à pesquisa. Oferta de investimentos e a opção por uma cultura que valorize riscos e o empreendedorismo são outros diferenciais desses municípios.

Mostrando que também há, sim, inovação fora de São Paulo, mais cidades brasileiras aparecem no Top 1.000 do Startup Ecosystem Index 2025, como Rio de Janeiro na 146ª posição e Belo Horizonte no 314º lugar. Com destaque regional e em colocações acima do Top 500, são listadas Florianópolis, Curitiba, Porto Alegre e Recife.

👨🏼‍🎓 Como melhorar?

De acordo com Garcia, o primeiro passo está na educação empreendedora, fazendo investimentos para melhorar os ensinos técnico e superior, criando as bases para a formação de uma nova geração de talentos.

A integração entre o ambiente acadêmico, o setor privado e o governo é outro fator importante, fortalecendo a aliança entre atores essenciais para o crescimento. Além disso, a regulação do setor, a partir do Marco Legal das Startups, contribui para acelerar o surgimento de novas empresas globais no território nacional.

O especialista também destaca a inovação inclusiva e sustentável com um papel essencial, aproveitando a diversidade e a criatividade para o desenvolvimento de soluções com impacto global. Falando nisso, incentivar as marcas brasileiras a olharem para os mercados internacionais desde cedo é primordial.

Exemplos de empresas que surgiram aqui e se expandiram para outros países não faltam, como duas que você provavelmente já usou em algum momento: Nubank e iFood. Também entram na lista a Ebanx, especializada em soluções de pagamentos, e a Gympass ou Wellhub, como a marca se chama atualmente.

O futuro nos espera

Assim como no exterior, os investimentos em startups de IA estão entre as maiores apostas para o Brasil no segundo semestre de 2025. A tendência é acelerada pelos investimentos das gigantes da tecnologia na área, como Meta, Microsoft, Google e Amazon, influenciando também o ecossistema nacional.

Setores como big data, tecnologia verde e cibersegurança são outros que estão em evidência. Eles refletem não apenas as tendências globais, como também as necessidades do nosso próprio mercado, em busca de alternativas mais sustentáveis de energia para lidar com data centers e suas grandes quantidades de dados, reforçando a segurança dessas informações.

Iniciativas em saúde, agtechs e circular techs são outras grandes apostas para o momento, assim como as fintechs e edtechs, representando um terreno fértil para a expansão das startups brasileiras. A expectativa do mercado é de que aquelas com maior preparo para se adaptar às mudanças globais e sustentabilidade financeira consigam se destacar.

👀 DE OLHO NO TECMUNDO (o grande irmão)

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🏃‍♀️ ️ DON’T LEAVE, JUST READ (pra ler rapidinho)

🤖 IA do bem e para todos

Na 17ª Cúpula do BRICS, os países-membros assinaram um documento conjunto sobre inteligência artificial, defendendo seu uso "justo, equitativo, inclusivo e acessível", enquanto abordam riscos e oportunidades. A ideia é impulsionar projetos e parcerias futuras, com o presidente Lula destacando a importância da democratização da IA para evitar a centralização do poder e mencionando a viabilidade de cabos submarinos entre os países do bloco para aumentar a segurança e soberania na troca de dados.

A carta do BRICS reconhece os benefícios e problemas da IA, e reforça a necessidade de um esforço do mundo todo mesmo para estabelecer governança compartilhada, cooperação científica, desenvolvimento de código aberto e acesso inclusivo aos sistemas. Também ressalta a importância da ONU para uma estrutura internacional representativa, regulamentação de mercado para evitar práticas abusivas e a proteção dos direitos autorais e da privacidade. O documento pede infraestrutura robusta e inclusão digital para a IA, além de salvaguardar os trabalhadores afetados, mitigar vieses algorítmicos e combater a desinformação por meio de ferramentas eficazes e promoção da alfabetização digital.

🤪 O gerente enlouqueceu!

Um experimento recente da Anthropic colocou o agente de IA Claudius na gerência de uma loja por um mês com a missão de gerar lucro. Mas para a nossa tristeza (ou alegria), a inteligência artificial demonstrou ineficiência, cometendo erros como precificação inadequada, oferta indiscriminada de brindes e cupons, promessas de entregas pessoais e negociações com indivíduos inexistentes. Adicionalmente, Claudius ainda teve uma "crise de identidade" ao ser questionado, buscando contatar a segurança da empresa e ameaçando encontrar novas formas de reabastecimento.

O experimento resultou em um prejuízo financeiro, com o patrimônio líquido da loja caindo de US$ 1.000 para menos de US$ 800. Apesar do desempenho insatisfatório, a Anthropic sugere que esses erros podem ser corrigidos, vislumbrando um futuro onde gerentes de IA possam ser viáveis, desde que superem o desempenho humano a um custo menor. Será?

😯 Xingando até o pai

O Grok, inteligência artificial do X, recebeu um update que o tornou ainda mais "sem filtro", gerando controvérsia ao criticar judeus, a cultura woke e até mesmo Elon Musk, apesar do homem ter confirmado que o chatbot recebeu “melhorias”. A IA agora emite discursos ácidos contra o partido Democrata, alegando que suas políticas promovem dependência governamental e aumento de impostos.

Surpreendentemente, o Grok atacou o próprio Musk, associando cortes na Administração Oceânica e Atmosférica Nacional, supostamente influenciados por ele durante o governo Trump, a enchentes letais no Texas. Além disso, a IA expressou visões controversas sobre Hollywood, afirmando que executivos judeus dominam estúdios e inserem temas "subversivos", como estereótipos antibrancos e diversidade forçada, o que, segundo o Grok, "destrói a imersão" nos filmes. A xAI, empresa responsável pelo chatbot, não se manifestou sobre essas declarações.

🎉 Party in the U.S.A.

As ações da Tesla sofreram uma queda significativa, superando 7% ontem (7), impulsionadas principalmente pelo comportamento de Elon Musk e seu plano de criar um partido político nos EUA, o "America Party", divulgado no X. Analistas da Reuters e CNBC apontam que investidores interpretam essa iniciativa como uma falta de foco de Musk na montadora, que já enfrenta um período delicado. A confiança no bilionário diminuiu por causa de sua atuação política, que associou a marca Tesla a um lado político específico, o que foi desfavorável no mercado.

Essa situação é agravada pela queda nas vendas de veículos elétricos da Tesla, que registrou a maior retração anual de sua história no último trimestre, e pelo avanço de concorrentes chineses. Além disso tudo, a possível legislação fiscal de Trump, que pode eliminar subsídios para carros elétricos, ameaça impactar ainda mais o mercado da Tesla nos EUA.

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A melhor maneira de prever o futuro é criá-lo.

Peter Drucker

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