Inovar para preservar

Startups e o futuro sustentável

25 de junho, quarta-feira

Hoje estreia The Bear e como essa redação curte muito o seriado, decidimos relembrá-los do que rolou antes de iniciar a quarta temporada. De nada. Bom show!

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SUSTENTABILIDADE
INOVAR PARA PRESERVAR

Imagem: Giphy

Por André Gonçalves

Recordes de temperaturas altas quebrados consecutivamente, com 2024 se tornando o ano mais quente desde a metade do século XIX. Geleiras derretendo, tempestades severas e aumento do nível dos oceanos. Estes são apenas alguns dos efeitos do aquecimento global registrados recentemente. E a tendência é que isso piore, se mudanças drásticas não acontecerem.

Um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) de outubro do ano passado apontou que os países integrantes do G20 precisam se comprometer a reduzir as emissões anuais de gases de efeito estufa em 42% até 2030. Isso se quiserem manter a meta de subir a temperatura do planeta em “apenas” 1,5ºC até o final da década, para evitar problemas ainda maiores.

Mas de acordo com Inger Andersen, diretora executiva do Programa da ONU para o Meio Ambiente (PNUMA), somente uma mobilização em escala global como nunca vista anteriormente evitaria o aumento acima do pretendido. Sem cumprir os compromissos acordados, estima-se a elevação da temperatura em até 3,1ºC para 2030.

Diante deste cenário catastrófico, startups que investem em inovações para mitigar as mudanças do clima se tornaram essenciais no caminho rumo a uma economia de baixo carbono. Da mobilidade elétrica a soluções para detectar incêndios florestais no início, elas se destacam na tentativa de moldar um futuro mais sustentável.

🔥 Combatendo a fumaça

Em 2024, o Brasil registrou quase 280 mil focos de incêndio, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), aumento de 46,5% em relação ao ano anterior e o maior desde 2010, causando problemas para o meio ambiente e as pessoas. Identificá-los rapidamente é uma das formas de combate, trabalho feito pela startup Um Grau e Meio.

A empresa desenvolveu um sistema que mescla monitoramento por câmeras, modelos matemáticos e as características dos biomas para detectar novos focos de fogo em segundos, possibilitando a ação imediata para detê-los. Atualmente, o sistema cobre 17,5 milhões de hectares, a maior parte de áreas nativas e florestas.

Outra iniciativa que propõe reduzir a fumaça — neste caso dos automóveis — e, por consequência, a quantidade de gás carbônico na atmosfera é a da Lev, marca brasileira de bicicletas elétricas. Os modelos dela têm até 30 km de autonomia, aparecendo como alternativa aos carros, motos e ônibus em deslocamentos urbanos.

Além de diminuir o impacto ambiental, as bikes elétricas ajudam a desafogar o trânsito e a melhorar a saúde, já que também dependem das pedaladas. A Lev prepara uma expansão para mais estados nos próximos três anos, com a abertura de 50 lojas, prometendo popularizar as e-bikes.

🗑️Sem desperdícios

Itens como colchão, travesseiro, estofamento, calçados e esponjas de cozinha utilizam espuma de poliuretano, um polímero bastante útil que, por sua vez, tem na fórmula o poliol, resina feita a partir do petróleo em um processo com grande emissão de poluentes. Outro problema associado à espuma é a degradação lenta, demorando centenas de anos.

Pensando em substituir o derivado do petróleo, a Leaf desenvolveu uma espuma de colchão biodegradável feita de óleos vegetais com pegada de carbono negativa. Conforme estudo feito pela francesa Société Générale de Surveillance (SGS), o poliol vegetal da marca retira o equivalente a 730 kg de CO² do ambiente a cada tonelada produzida.

Algo parecido foi feito pela Ziel, que reaproveita milhares de quilos de bagaço de uva descartados por vinícolas e agricultores do Rio Grande do Sul na produção de desodorantes, xampus e condicionadores. Os produtos são veganos, têm entre 96% e 100% de ingredientes naturais e também se destacam pela ausência de insumos tóxicos.

Seguindo o conceito de beleza circular (upcycling beauty), caracterizado pelo uso de insumos que seriam descartados, a marca vende seus produtos no formato de barra, diminuindo a presença de água e o peso, resultando em menor emissão de carbono no transporte. Eles também são embalados em caixa de papelão, cortando o plástico da linha de produção.

O que será?

Iniciativas de sustentabilidade também são destaque na construção civil. A Noah, por exemplo, vai erguer três edifícios corporativos de madeira perto da Faria Lima, coração financeiro de São Paulo, até o final do ano, substituindo o aço e o concreto em um projeto que reduz as emissões de carbono e modifica a paisagem da região.

Já a Brimstone desenvolveu o cimento verde, método inovador para combater as altas emissões das cimenteiras, que respondem por cerca de 7% das emissões globais da indústria. Liderada por um brasileiro, a startup americana substituiu o calcário por basalto na produção, resultando em um processo que pode até capturar CO².

Outros destaques são a Carrot.eco, criadora de um sistema para tornar a compostagem de resíduos orgânicos mais barata que o aterramento, e a Mantel, uma empresa que planeja baratear a captura de carbono na indústria pesada.

E você, o que tem feito para ajudar a reduzir as emissões e colaborar para um planeta mais saudável?

👀 DE OLHO NO TECMUNDO (o grande irmão)

  • Mais vazamento - Correios alertam que dados de usuários teriam vazado

  • Disputa judicial - Elon Musk “não usa computador”

  • Prime Day - Amazon revela datas no Brasil com cupom de R$ 60

  • Galaxy Z Flip 7 - Tudo o que já sabemos sobre o próximo dobrável da Samsung

  • Poco F7 - Lançado internacionalmente como intermediário premium e visual gamer

🏃‍♀️ ️ DON’T LEAVE, JUST READ (pra ler rapidinho)

👟 O calo apertou

O Google Brasil polemizou ao dizer que considera restringir sua atuação no Brasil caso sejam feitas mudanças muito amplas no artigo 19 do Marco Civil da Internet, em relação à responsabilização das big techs pelos conteúdos postados por terceiros. O presidente da empresa, Fábio Coelho, disse que apoia alterações moderadas, como incluir crimes graves, terrorismo e exploração infantil, mas acredita que modificações mais radicais podem ter consequências no mercado. Ele também disse que espera que as determinações para remoção de conteúdos continuem sendo de responsabilidade da justiça. O Supremo Tribunal Federal (STF) deve retomar o julgamento do tema nesta quarta-feira.

💰 Quem pode, pode

O CEO da Nvidia, Jensen Huang, vendeu 100 mil ações da empresa, segundo documento protocolado na SEC. As vendas representam um valor de quase USD 15 milhões. Essas transações são a primeira etapa do plano de Huang para vender até 600 mil ações da Nvidia até o final de 2025. O plano busca cumprir as condições da Regra 10b5-1 SEC, que pede uma programação específica para que pessoas com informações privilegiadas possam vender ações. O plano foi anunciado em março e teria um valor estimado de USD 873 milhões. O fundador da Nvidia ainda possui mais de 800 milhões de ações da empresa, com um patrimônio líquido estimado em nada menos que USD 126 bilhões, ocupando a 12ª posição no Índice de Bilionários da Bloomberg. O executivo de 62 anos também vendeu cerca de USD 700 milhões em ações da Nvidia no ano passado, como parte de um plano pré-estabelecido.

🎵 MusicAI

Sim, já estamos tendo que diferenciar músicas geradas por IA das músicas produzidas por humanos. A partir de agora, as músicas artificiais serão identificadas no Deezer. Álbuns que incluírem faixas criadas sinteticamente receberão um selo especial, em um formato semelhante ao adotado por redes sociais.“Algumas faixas desse álbum podem ter sido criadas utilizando inteligência artificial”, informa a tag exibida no topo da página da playlist. Segundo o CEO da Deezer, Alexis Lanternier, houve um “aumento significativo” no envio de músicas feitas com IA nos últimos meses — e não há indícios de que essa tendência vá desacelerar. 

😮‍💨 Ganhando fôlego

O bitcoin voltou a subir após o cessar-fogo entre Israel e o Irã. As perspectivas de um aumento do conflito e o consequente impacto para a economia global vinham pesando nas últimas semanas. Mas, com o cumprimento do acordo por ambas as partes até o momento e a projeção de uma desescalada, as criptos ganharam força. No fim da tarde de terça, o bitcoin subiu 2,39%, chegando a USD 105.463,38, e o ethereum avançou 5,46%, subindo para USD 2.436,46.

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