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viagem, OOAC e mercado latino
29 de janeiro, Segunda
Segundamos com esta reportagem da equipe da Folha de S.Paulo, que fez a rota Rio de Janeiro a Lima/Peru, uma das mais longas do mundo. Um rolê que durou nada mais, nada menos que 5 dias e 6,3 mil km. Faria?
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Imagem: Giphy
Os caras estavam em 2050
Os microchips estão presentes no dia a dia há tanto tempo que ninguém pensa muito sobre eles. Mas esses pequenos componentes, que alimentam nossos dispositivos eletrônicos, não são só parte de um processo de miniaturização para tornar equipamentos mais leves, compactos e otimizados.
Há pouco mais de duas décadas, por exemplo, o químico Shuichi Takayama (hoje professor na Georgia Research Alliance Eminent Scholar, nos EUA) migrou para a engenharia microfluídica e mostrou que era possível colocar órgãos em um chip.
Nesse período, quando também fazia PhD em Harvard, ele descobriu que dava para manter células vivas em um canal microfluídico de borracha transparente e permeável ao oxigênio. Já em 2004, ele se juntou ao futuro bioengenheiro Dan Huh para observar vírus, além de males do fumo nos pulmões.
Assim, a dupla obteve um pulmão em um chip, considerado o primeiro organ-on-a-chip (OOAC), em inglês. De lá para cá, a área tem transformado desde a testagem de medicamentos até a redução de animais em experimentos.
William Gibson, corre aqui!
Também conhecidos como chips de tecido, os OOAC têm tecidos naturais em miniatura. Eles podem ainda ser derivados de órgãos cultivados e moldados em vidro, polímero ou silício. Em seu interior, microcanais conduzem soluções que reproduzem funções reais.
Eles são mais simples em relação a órgãos humanos, no entanto, além de bons imitadores, podem ter diversos tamanhos — de uma unha a um cartão de crédito. Ou seja, dá para observar como doenças e medicamentos são capazes de interagir.
O Instituto Wyss, da Universidade de Harvard, gerou 15 modelos microfisiológicos de órgãos humanos vivos. São miniaturas funcionais de pulmão, fígado, intestino, rim, pele, medula óssea e até de sistema reprodutor com útero.
É possível, inclusive, ligar até 10 órgãos diferentes em um chip para ver como eles interagem, sobretudo em estudos que envolvem medicamentos.
O bioengenheiro Dan Huh segurando um exemplar de OOAC. Fonte: Wyss Institute-Harvard/Reprodução.
Vamos, galera, veganos
E, quando o assunto é ciência, não faltam testes laboratoriais. Novos medicamentos passam por células cultivadas em placas ou frascos, a parte in vitro. Depois, seguem para animais vivos (in vivo) e, por fim, após 10 ou 15 anos, são realizados em pessoas.
O OOAC ainda permite acelerar essas etapas e diminuir o uso de animais. O motivo? A solução é capaz de emular funções tradicionais que mudam de outras espécies para a humana, portanto, são mais certeiras na entrega de análises ou resultados. É como dizem por aí: melhor que isso só dois disso.
Em entrevista ao Metrópoles, Suélia Fleury, professora da Universidade de Brasília (UnB), destacou ainda que os órgãos em chip podem ser usados em tratamentos personalizados e mais eficientes. Ao retirar células do paciente, é possível ver qual medicação funciona de modo individual.
Juntos e emulados
Dan Huh (o cara da foto) junto ao bioengenheiro Don Ingber, conseguiu imitar respostas complexas que acontecem no pulmão em um chip. Huh ainda modelou processos de um edema pulmonar.
Mesmo com os obstáculos para a recriação da microbioma intestinal, os órgãos em chip estimulam estudos em cocultura, ampliando bancos de dados e avanços técnicos.
Agora, estudiosos da área buscam abordagens consistentes para validar os modelos. Dando tudo certo, os OOAC resolvem atritos no desenvolvimento clínico reproduzindo ambientes complexos e oferecendo melhores soluções de saúde. É, briefers, estamos vivendo o futuro!
Fuerza latina 💪
O mercado digital da América Latina vai quase dobrar de tamanho até 2026, atingindo USD 944 bilhões após crescer a uma taxa composta anual de 23%, de acordo com dados da Payments and Commerce Market Intelligence (PCMI) para o novíssimo estudo “Beyond Borders”, do Ebanx.
E o Brasil? Segundo a Insider Intelligence, nosso mercado foi avaliado em USD 275 bilhões no ano passado, ocupando o quarto lugar globalmente em número de compradores digitais. Como falamos na semana passada, inovações como o Pix devem dar um empurrãozinho no avanço do setor no país.
“Há uma razão demográfica sólida para isso: as economias em ascensão têm uma população jovem e em crescimento, contrastando com as regiões mais maduras. Além do impulso demográfico e econômico, as economias em ascensão se beneficiam amplamente da digitalização”, afirma Paula Bellizia, presidente de pagamentos globais do Ebanx.
“Até 2027, mercados em ascensão na América Latina, África e APEC representarão 40% do valor total de pagamentos B2B feitos online em todo o mundo”, projeta a empresa.
Ruim para uns, bom para outros ⤴️⤵️
O mercado de carros elétricos tem tudo para bombar neste ano, certo? Mais ou menos. Segundo uma projeção da LG Energy Solutions, vai rolar uma baita desaceleração global no setor. Dentre as razões, estão forte concorrência na Europa, incertezas políticas (como a eleição dos EUA), além de alteração no ritmo em planos de transição para o modelo elétrico.
Aliás, a sul-coreana não está sozinha nesse rolê: Elon Musk, CEO da Tesla, também fez uma previsão similar na semana passada, o que derrubou as ações de sua montadora, gerando perda de USD 80 bilhões em seu valor de mercado.
Mas há exceções, briefers. Em algumas economias emergentes, como o Brasil, a previsão é de que o setor acelere, diante do forte investimento de empresas, como GWM e BYD.
Avatarizados 🥽
A Microsoft integrou recentemente ao Teams recursos do Microsoft Mesh, plataforma de realidade mista, que permitirá a realização de reuniões com o uso de headsets de realidade virtual.
A ideia deve ser um atrativo para firmas que atuam no home office, afinal será possível imitar algumas interações comuns de um escritório físico, como personalizar/decorar espaços públicos e privados.
Ao que tudo indica, o Mesh é uma versão repaginada da tecnologia da AltspaceVR, plataforma social de realidade virtual, adquirida pela Microsoft em 2017. Portanto, a big tech não parece lá muito empenhada em ter uma rede 3D à la Second Life, mas sim oferecer um mimo para clientes do Teams premium.
TL;DR
Ainda mais little e mais BRIEF
👁️A Worldcoin, startup de cripto de Sam Altman, vai lançar uma nova versão do Orb, seu polêmico leitor de íris que promete substituir senhas.
🛬A Gol entrou na semana passada com pedido de recuperação nos EUA e esta matéria explica se isso afeta o público brazuca.
🚨Virou rotina: a Salesforce demitiu 700 colaboradores de suas operações globais.
🤝Só para chegados: o Instagram está testando o Flipside, perfil que permite exibir postagens no feed, Reels, stories e afins para amigos próximos. Enfim, a alegria da turma low profile.
Pensamentos de Segunda
😸gatos ficam basicamente vendo a gente andar de um jeito bizarro no escuro
👵🎮em breve, será comum avôs e avós jogarem videogame
🤯conspiracionistas sempre dizem que os outros são manipulados, mas nunca consideram que eles podem ser manipulados
❌não queremos ser parte da geração que vai receber anúncios em sonhos
A Redação Recomenda
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insights interessantes para a turma de MKT e publicidade
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recursos que alinham tanto interesses individuais quanto coletivos
Nada é mais presunçoso do que a ignorância ligada à convicção de que se possui ciência.
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