Neocolonialismo digital

A tecnologia avança, mas os países pobres ficam mais pobres e os ricos ainda mais ricos.

28 de outubro, terça-feira

Hoje, 28 de outubro, é o aniversário de 70 anos de Bill Gates, o homem que transformou um computador em cada casa em uma realidade global! É o dia de celebrar o cara que fundou a Microsoft e fez a gente aprender a amar (e odiar) o Windows. Ele é a prova de que um garoto prodígio (e com muito dinheiro) pode mudar o mundo da tecnologia! Um brinde ao gênio do software que nos colocou todo mundo na frente do computador!

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MERCADO & TECNOLOGIA
NEOCOLONIALISMO DIGITAL

Im Poor Youtube GIF by Brittany Broski

Imagem: Giphy

Por Felipe Vidal

Inteligência artificial, data centers e aceleradores para computação massiva até podem ser algo novo para o grande público, mas desigualdade global já é um termo bem antigo.  Você já deve ter ouvido muito essa palavra em tempos de campanha eleitoral, ou enquanto sua professora de história explicava a colonização e lá estava você fazendo avião de papel.

A questão aqui não é sobre pessoas e nem necessariamente sobre empresas, mas sobre países e regiões. Sim, a IA está crescendo em um ritmo desenfreado e absurdamente rápido, mas alguns países ficam muito para trás nessa história, enquanto outros surfam em uma montanha de dinheiro.

Isso seria mais um episódio normal do sistema capitalista, ou dessa vez a gente precisa ter um olhar diferenciado para como a tecnologia vai moldar as relações de concentração e desigualdade de renda? Hoje, no seu The BRIEF mais próximo!

🍽️ Almoço grátis? Não, mas…

Sempre que falamos sobre desigualdade aparece alguém para dizer que “não existe almoço grátis”, ou que igualdade de renda é uma utopia. Irreal ou não, é importante discutir sobre desigualdades. Por exemplo, o continente africano detém 18% da população mundial e possui menos de 1% da capacidade global de data centers.

A Índia, que sozinha é o lar de 20% de toda a população da Terra, opera com somente 3% da capacidade de data centers. De forma analítica, a discussão não é mais sobre se um país pode ou não ter um data center: ele precisa ter. A nação com esse poderio tecnológico independe de infraestrutura terceirizada, enquanto quem não tem vai ser obrigado a terceirizar a tecnologia do exterior.

Mas qual é o grande problema disso? Bem, quando você terceiriza a tecnologia dos EUA ou China, são esses caras que ganham todo o dinheiro, enquanto outro país paga para usar. O valor, os dados, e dinheiro vai todo para os países vizinhos, e aquela nação vai se ver em um ciclo de ter que comprar de fora, porque não tem dentro de casa.

Agora, se você tem uma estrutura maneira de data centers, a conversa muda. O ciclo econômico começa a gerar, as empresas do país crescem, o governo coleta impostos — e no mundo ideal a população vive um pouco melhor.

🧑🏻‍💻 A disputa tecnológica do século

Por outro lado, o que acontece é bem alarmante. Os chamados países do Norte Global, ou seja, EUA e países da Europa e Ásia, acabam dominando os países do Sul Global, a galera da América Latina, América do Sul e África. A dominação aqui não é em força política ou bélica, mas tecnológica.

Enquanto as estruturas ficam nesses países do norte, antes chamados de desenvolvidos ou de 1ª mundo há algumas décadas, o sul é visto como um mero consumidor passivo dessas tecnologias.

Não, não existe almoço grátis, mas esses países perdem a oportunidade ou são sistematicamente impedidos de melhorarem sua economia, e correm um sério risco de perder sua soberania digital. Na briga, geralmente o lado mais influente vence, e aí já é tarde demais.

👀 DE OLHO NO TECMUNDO (o grande irmão)

📄COLUNA (por Harold Schultz)

Uma simples remoção de código pela Google — que reduziu os resultados de busca de 100 para 10 — fez as ações do Reddit caírem 15% em um dia, provando que as regras do jogo digital mudaram. O texto a seguir mostra por que o funil de vendas tradicional morreu, sendo substituído pela visão de "sua vida em um prompt", proposta pela OpenAI.

Descubra na coluna de Harold Schultz a nova sigla que você precisa dominar, GEO (Generative Engine Optimization), e as três táticas essenciais— incluindo o vibe coding e o uso de URLs semânticas — que funcionam para garantir que sua marca seja citada e não invisível na era da Inteligência Artificial generativa.

Harold Schultz
Head of Product & AI na Labrynth (Vale do Silício). Sócio da MakeOne LAB, vencedora do prêmio de melhor empresa de IA para CX no CONAREC 2025.

🏃‍♀️ ️ DON'T LEAVE, JUST READ (pra ler rapidinho)

🤖 Tio Sam e AMD dão as mãos pela IA


O Departamento de Energia dos EUA (DOE) e a AMD fecharam uma megaparceria de US$ 1 bilhão para construir supercomputadores com IA de última geração. O acordo envolve o fornecimento de chips AMD para máquinas como o Discovery e o Lux, que serão usados para pesquisa científica, segurança nacional e, acredite, para simular novos tratamentos de câncer.

O objetivo é acelerar a base americana de ciência e inovação, garantindo que os EUA não percam a corrida da supercomputação para a concorrência global. Leia mais.

🤑 Google boys estão surfando na grana


Os "Garotos Google", Larry Page e Sergey Brin, ficaram US$ 50 bilhões mais ricos em apenas três meses, graças à alta de 35% nas ações da Alphabet. Eles só perdem em ganho de riqueza este ano para Larry Ellison, da Oracle. A fortuna combinada dos dois, que já soma US$ 439 bilhões, rivaliza com a de Elon Musk.

A disparada veio após a Google ganhar um caso antitruste e fechar um mega-acordo com a Anthropic, acalmando o medo de a empresa ficar para trás na corrida da IA. Leia mais.

💥 Google quebra a Matrix com chip


O CEO da Google Sundar Pichai anunciou que o chip quântico Willow do Google alcançou uma "vantagem quântica verificável" inédita, rodando um algoritmo 13 mil vezes mais rápido que o melhor supercomputador clássico.

O feito impressionou até Elon Musk, que reagiu com um "parabéns" e disse que a computação quântica está finalmente ficando relevante. O novo chip e o algoritmo Quantum Echoes abrem as portas para a descoberta ultrarrápida de medicamentos e novos materiais. Leia mais.

🚨 Crise do chip chinês ameaça carros na europa


As montadoras europeias estão suando frio: a produção de carros pode parar por falta de chips simples, mas cruciais, fornecidos pela empresa Nexperia, de propriedade chinesa. A treta começou quando a Holanda tomou o controle da Nexperia por “segurança” e a China retaliou, proibindo a reexportação dos chips para a Europa.

O setor automotivo, que depende da Nexperia para quase 50% dos componentes, já prevê cortes de até 30% na produção se não acharem fornecedores alternativos logo. Leia mais.

✍️ A REDAÇÃO RECOMENDA

  • O lado difícil das situações difíceis (livro, 295 páginas, em português)

    O guru do Vale do Silício, Ben Horowitz, usa a sua experiência e letras de rap para dar conselhos essenciais e sem filtro sobre os problemas mais difíceis de uma empresa de tecnologia.

  • Do inbox pra sala de aula (vestibular, até 13/11)

    Se o mercado muda rápido, a sua formação precisa acompanhar. O Mackenzie está com o vestibular 2026 aberto, bora transformar leitura em ação?

  • Jogo sujo (filme, 127 min, dublado e legendado)

    Um ladrão profissional e sua equipe de craques se unem para dar o golpe da vida deles, mas acabam se metendo numa enrascada contra a máfia de Nova York.

  • The Entire History of Japan (vídeo, 22 minutos, em inglês)

    Essa jornada épica mostra o Japão, da pré-história ao domínio dos samurais e do Shogunato, que foi derrubado para o país virar uma potência mundial pós-guerra.

É perigosamente desestabilizador ter metade do mundo na vanguarda da tecnologia enquanto a outra metade luta no limite da sobrevivência.

Bill Clinton, 42º presidente dos Estados Unidos

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