Quem tá prompto pro mercado?

6 de março, Quarta 

Descobrimos que existem concursos profissionais de arrumação de camas de hotel. E também descobrimos que chegou a segunda temporada do The BRIEFcast no YouTube e no seu agregador favorito.

Trampo cerebral 

Piscamos e já faz mais de um ano que o ChatGPT foi lançado ao público em geral. Desde novembro de 2022, qualquer ser humano com acesso à internet pode fazer uma conta na OpenAI, acessar a plataforma para fazer um pedido maroto e se surpreender (positivamente, esperamos) com a resposta da IA. 

Atualmente conhecida como engenharia de prompt, essa área de trabalho envolve pessoas formadas em Engenharia de Software e que tenham experiência em ciência de dados. Com algumas habilidades extras (que vamos mencionar já, já) esse tipo de profissional está bem na fita no desenvolvimento de grandes modelos de linguagem (LLM, em inglês). 

Skill pra toda obra 

Trabalhar como engenheiro de prompt combina o processo de criação da persona do chatbot com um uso mais sofisticado de programação e o entendimento do objetivo do negócio, para garantir que a solução não apenas funcione, mas que seja útil. 

Um exemplo muito bacana desse ponto foi apresentado nessa reportagem da Você RH, em que um engenheiro desenvolveu uma IA para um festival que contou com a presença do cantor Ney Matogrosso. Pensando na forma como o público buscaria informações, ele ajustou a AI para que ela entendesse que as perguntas sobre o “Ney”, se referiam ao “Ney Matogrosso”.  

Parece bobo, mas esse tipo de detalhe faz uma baita diferença na experiência de uso dessas plataformas. 

Crie sua profissão 

Como deu para perceber, o  trabalho de engenharia de prompt envolve muita operação manual. Tanto a construção do LLM, como os ajustes, implementações de segurança e integrações com bancos de dados e outros recursos ainda são feitos “na unha”, por alguém que já tenha experiência em usar esse tipo de tecnologia. 

O salário para essa profissão depende da complexidade do projeto. No geral, uma pessoa desenvolvedora de prompts começa ganhando R$ 8 mil, podendo chegar a singelos R$ 30 mil. 

Menos foco no tático e mais no estratégico 

O hype por essa profissão está ativadíssimo, mas existe a turma do “calma, galera”. O argumento principal para reduzir a empolgação por essa área é que, com o tempo, as próprias inteligências artificiais deverão ficar mais eficientes no trabalho de entender o que o usuário deseja sem a necessidade de que o prompt traga um texto super detalhado e específico. 

Não que a profissão em si venha a acabar, mas a demanda por pessoas com todas essas habilidades deve ser bem menor do que o esperado. 

 Ponto positivo: ser humano 

É claro que boa parte dos pontos apresentados são hipóteses, pois a profissão mal começou a existir. 

Pode ser que, sim, muito em breve a área de prompts deixe de ser interessante para os engenheiros de software. Como também é possível que a tecnologia dê um duplo twist carpado e a profissão evolua para um lado estratégico ou ainda mais relevante para o mercado. A tecnologia, como o futuro, é cheia de momentos surpreendentes. 

Enquanto a gente não sabe o desenrolar dessa tour, fica a dica para quem sente inclinação e tem disposição/tempo/dinheiro para estudar, o mundinho da tecnologia está cheio de oportunidades. E, apesar de o futuro das máquinas estar cada vez mais perto, ainda tem bastante trabalho que precisa do nosso garbo e elegância humano para ser realizado. 

Software

iOS com corte europeu 📱

A Apple liberou a versão estável do iOS 17.4, uma atualização significativa que traz novidades importantes. Destaque para a abertura do sistema operacional devido à pressão europeia, permitindo agora instalar apps de terceiros e mudar o provedor de pagamento nos apps. 

A atualização, que se aplica somente em 27 países europeus, inclui ainda criptografia pós-quântica no iMessage, melhorias no CarPlay, novos emojis, transcrições em Podcasts, identificação avançada de chamadas, e a possibilidade de usar Apple Cash mesmo onde o Apple Pay não é aceito. 

Esses avanços representam um passo significativo na flexibilidade e segurança do sistema operacional da Apple.

Trabalho

Vem com outra ⚖️

Enquanto aqui no Brasil o Governo Federal deu início a formulação de leis trabalhistas para proteger os motoristas de aplicativos, nos EUA as empresas intensificaram a batalha legal contra as novas proteções aos trabalhadores da administração Biden. 

As companhias argumentam que as regras, que visam melhores salários, são custosas e podem prejudicar a gig economy. A disputa pode impactar motoristas de aplicativos, auxiliares de saúde domiciliar, faxineiros e caminhoneiros que trabalham como terceirizados. 

As novas regras definem o processo pelo qual as empresas devem determinar como um trabalhador é classificado e, como resultado, os benefícios que devem receber. Ao serem obrigadas a contratar essas pessoas, as empresas temem ter que elevar custos e serem forçadas a reduzir sua força de trabalho — argumento importado lá da Revolução Industrial. 

Trabalho [2] e justiça

Baleou na Justiça 👨‍💼

Quatro ex-executivos do X (eterno Twitter) processam a empresa e Elon Musk por mais de USD 128 milhões em indenizações não pagas, após demissões em massa orquestradas pelo executivo. 

O ex-CEO Parag Agrawal, CFO Ned Segal, CLO Vijaya Gadde e Conselheiro Geral Sean Edgett alegam que Musk os demitiu de forma retaliatória e sem justificativa, negando-lhes benefícios contratuais. A aquisição conturbada do Twitter/X por Musk, inicialmente resistida e depois concluída, parece ter deixado ressentimentos. 

Agrawal, Segal, Gadde e Edgett exigem indenizações de cerca de USD 57,4 milhões, USD 44,5 milhões, USS 20 milhões e USD 6,8 milhões, respectivamente. Sob Musk, X enfrenta declínio de 70% em valor e disputas por falta de pagamento a funcionários e fornecedores, refletindo uma gestão financeiramente questionável.

Mudanças climáticas

Para a surpresa total de 0 pessoas… 🌏

Um relatório da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) alerta que mulheres chefes de famílias rurais em países pobres são mais afetadas pelas mudanças climáticas e enfrentam discriminação ao adaptarem fontes de renda. 

O estudo "The Unjust Climate" revela que essas mulheres perdem, em média, 8% mais de renda durante ondas de calor e 3% mais em inundações, comparadas a famílias lideradas por homens. Isso significa uma redução per capita de USD 83 por estresse térmico e USD 35 por inundações, somando um total anual de USD 37 bilhões e USD 16 bilhões, respectivamente. 

Apenas 6% dos mais de 4.000 propostas de adaptação climática mencionam mulheres. O relatório pede estratégias direcionadas para enfrentar as vulnerabilidades dessas famílias, destacando a urgência de mais recursos financeiros e atenção política para inclusão e resiliência nas ações climáticas globais e nacionais

TL;DR

Ainda mais little e mais BRIEF

🚫Todas as plataformas sociais da Meta (Facebook, Instagram, Threads e Messenger) sofreram apagões globais por cerca de duas horas nesta terça - vocês notaram? 

💰Jeff Bezos passou Elon Musk na competição para ver quem no mundo tem a maior… fortuna. É a primeira vez desde 2021 que o fundador da Amazon lidera o índice de bilionários da Bloomberg.

🕹️A Netflix está levando a sério sua linha de jogos e vai trazer o game indie ‘Hades’, um dos maiores destaques nos últimos anos, para iOS em março.

🚗A BYD anunciou o início da construção da primeira fábrica de carros elétricos no Brasil, localizada em um terreno anteriormente utilizado pela Ford na Bahia, com um investimento de R$ 3 bilhões.

📻O The BRIEF agora tem uma versão em áudio! E se você perdeu a edição de ontem é só ouvir aqui.

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