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Tech sem atrito, vida sem arbítrio

Quando a fricção for embora

9 de junho, segunda-feira

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TECH
TECH SEM ATRITO, VIDA SEM ARBÍTRIO

Imagem: Giphy

por Igor Almenara

A inteligência artificial vai governar a vida de todo mundo, querendo você ou não — ou pelo menos é essa a ambição por trás da io, nova startup de Sam Altman e Jony Ive, também conhecida como “a fusão de dois chefões do Vale do Silício que decidiram brincar de Deus”.

Em maio, a dupla lançou seu novo feudo tecnológico com a proposta de um dispositivo misterioso que serviria como interface definitiva para o mundo digital. Spoiler: é o tipo de mistério que grita “produto premium que você não precisa, mas vai acabar comprando mesmo assim”.

Como bem destacou Alessandra Orofino no episódio “Realidade é Fricção. I.A. e o Fim do Arbítrio”, do podcast CALMA URGENTE (Estúdio Fluxo), essa união parece uma espécie de dança de acasalamento entre bilionários tech. O episódio mergulha nos possíveis desdobramentos da tal colaboração e em como a ausência de “fricção” pode nos deixar literalmente dependentes de tecnologias que nem os próprios criadores conseguem explicar direito. Vale o play — e, calma, o mundo não vai acabar só porque dois homens ricos inventaram mais uma buzzword. Para Altman, isso é o limite do que uma tecnologia como um laptop poderia entregar.

“Se abrir um notebook é esforço demais…”

A proposta de Altman e Ive vai de encontro às interfaces atuais entre humanos e o digital. A ideia é cortar de vez o caminho entre você e a internet. Segundo Altman, “se eu quiser tirar uma dúvida sobre algo que conversamos antes, eu teria que abrir o notebook, iniciar o navegador, digitar o que quero perguntar, relembrar a conversa, apertar Enter e esperar a resposta”.

Depois disso, o vídeo promocional — porque sim, é só isso — vira um festival de autoelogios entre dois titãs da tecnologia. Dez minutos de pura espuma tech. Se você já viu um keynote da Apple ou uma propaganda da Tesla, já sabe do que estamos falando.

É só um comercial (com branding minimalista, claro)

A tal io — com i minúsculo, porque branding cool é minimalismo com ego — é vendida como a próxima revolução digital. Uma empresa “para nos tornar nossas melhores versões”. Basicamente, mais uma tentativa de transformar filosofia de buteco em feature de dispositivo.

Mas peraí: desde quando o notebook é o único jeito de acessar a internet? Altman convenientemente “esqueceu” da Meta, que já tem seus óculos inteligentes Ray-Ban; do Google, que está quase lançando os seus com Android XR; e da Apple, que, surpresa!, também está de olho nesse mercado.

E digitar em uma tela? Balela. Assistentes de voz existem há anos. E agora, com os modelos de linguagem (LLMs) dando aquela turbinada, é só dizer “e aí, Gemini” e pronto: sua IA já está pronta pra buscar seu histórico de navegação ou responder perguntas existenciais sem piscar.

A parede realmente vai ter ouvidos

No podcast, Bruno Torturra traz uma visão meio Black Mirror do futuro. A computação ambiente, com sensores e assistentes por todos os cantos, vai dissolver a barreira entre você e o digital — e isso exige atenção dos governos. Felizmente, no Brasil, os legisladores já estão debatendo o tema (entre uma CPI e outra).

As IAs generativas são candidatas perfeitas para virar o cérebro por trás de assistentes pessoais. Mesmo que, às vezes, elas confundam Freud com o Fred do Desimpedidos. Essa é a jogada de Altman — agora com dois chapéus: OpenAI e io — como revelam documentos da treta entre o Google e o Departamento de Justiça dos EUA.

E talvez ele esteja certo. Só chegou cedo demais. Não é de hoje a percepção de que os mais jovens, por diferentes razões, são analfabetos digitais. O assunto é bem descrito pela pesquisadora de ciências da informação e comunicação, Anne Cordier, nessa reportagem (em francês) do La Dépêche.

O futuro é sem atrito

Reduzir a fricção e criar interfaces que adivinham o que você quer antes mesmo de pensar — esse é o novo Santo Graal das empresas de tecnologia. Já tivemos conectores, depois linhas de código, depois botões coloridos e interfaces intuitivas. Agora, a pergunta é: qual é o próximo passo?

É isso que toda gigante tenta desvendar, e há anos está no centro de muito projeto por aí. Várias empresas tentaram sacadas próprias, seja com inteligência aumentada, virtual ou mista, óculos inteligentes (prematuros, às vezes, como é o caso do Google Glass) ou os pins e acessórios teens que falharam miseravelmente.

Distopia? Ou só marketing com buzzwords?

É tudo muito otimista, né? Mas também meio distópico. A ausência de fricção pode nos colocar em um modo dependente, quase como a energia elétrica — que, quando faltou em Portugal e parte da Europa, causou um caos. Mas ninguém saiu quebrando lâmpadas em defesa do lampião.

Só que invisibilidade não é sinônimo de inexistência. E esses projetos precisam de vigilância. Porque, se o futuro das máquinas não chegar com lasers e guerras estilo Exterminador do Futuro, pode muito bem vir com uma IA te fazendo chantagem enviada diretamente na sua caixa de entrada bem no estilo “Eu sei o que vocês fizeram no verão passado”.

👀 DE OLHO NO TECMUNDO (o grande irmão)

🏃‍♀️ ️ DON’T LEAVE, JUST READ (pra ler rapidinho)

Broght to you by

🕴️CMÓtimos  

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🚀 Quem perde mais?

O rompimento entre Trump e Musk pode ter consequências para os negócios do SpaceMan. As empresas do bilionário receberam pelo menos US$ 38 bilhões em subsídios do governo nas duas últimas décadas, o equivalente a R$ 213 bilhões pela cotação atual. Caso as ameaças do republicano sejam cumpridas, este auxílio financeiro será cortado imediatamente, afetando tanto a SpaceX quanto a Tesla;

No caso da empresa do setor aeroespacial, ela também pode perder os contratos que possui com a administração federal, resultando em outra redução significativa nas receitas. Já a Tesla sofreu, de imediato, uma queda de 14% no valor de suas ações, assim que os antigos parceiros começaram a discutir publicamente, embora os papéis tenham se recuperado nesta sexta-feira (6). O fim da amizade também coloca o apoio do governo à infraestrutura de carros elétricos em dúvida.

📱 Aos pouquinhos

A Apple perdeu mais uma posição no mercado de smartphones brasileiro no primeiro semestre — desta vez, para a Realme. A fabricante do iPhone agora ocupa o 5º lugar no ranking apresentado pela Canalys, empresa especializada em análise de mercado. 

  1. Samsung: 43%

  2. Motorola: 23%

  3. Xiaomi: 15%

  4. Realme: 7%

  5. Apple: 5%

A marca chinesa superou a gigante norte-americana, provavelmente devido à sua ampla oferta de modelos intermediários com bom custo-benefício. A Apple também perdeu força no México. Por lá, Samsung (25%), Xiaomi (17%) e Motorola (14%) lideram o mercado, enquanto a Apple caiu para a 5ª colocação, com 8% de participação.

💸 Foco total

A Meta está mexendo os pauzinhos para comprar a Scale AI por USD 10 bilhões. Fundada em 2016, a startup é especializada em rotulagem de dados e já conta com o apoio de gigantes do setor como Nvidia, Amazon e a própria Meta. Avaliada recentemente em cerca de US$ 14 bilhões, a Scale AI também oferece uma plataforma para pesquisadores trocarem informações sobre IA, com contribuições vindas de mais de 9 mil cidades e localidades. Nenhuma das empresas ainda se manifestou sobre o assunto.

🤔 PENSAMENTOS DE SEGUNDA (voltamos para sua alegria!)

🧠 Toda memória que você tem é uma edição e você mesmo é o editor.

📱 Você carrega um dispositivo no bolso que pode acessar todo o conhecimento humano... e o usa pra ver vídeos de gatos.

⏳ O “você do futuro” é alguém que você está constantemente decepcionando com decisões do presente.

🛏️ A gente passa um terço da vida deitado, inconsciente e alucinando, e chama isso de sonho.

🧼 O sabão é a única coisa que fica sujo ao fazer as coisas ficarem limpas.

Imagem: Giphy

Bom de briga é aquele que cai fora.

Adoniram Barbosa

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