The Talking Dead

A realidade sintética e inorgânica da internet

15 de maio, quinta-feira

Hoje é o Dia da Família. Esta data, estabelecida pela ONU em 1993, foi criada para divulgar a importância da família na sociedade e promover a discussão sobre as políticas que afetam as famílias em todo o mundo. Deixamos aqui, então, a abertura de um dos melhores programas da história da TV: A grande família.

⚡ O que você vai ver?

Recebeu a news de um amigo?
Clica aqui para se inscrever

TEORIAS
THE TALKING DEAD

Imagem: Giphy

Por Igor Almenara

Chatbots, perfis automatizados em redes sociais, imagens e vídeos gerados por inteligência artificial e outras tecnologias de criação de conteúdo reacenderam uma teoria antiga: a internet está morta. A tese, que circula pela web há alguns anos, defende que a maioria das coisas que você vê online é, na verdade, sintética — ou inorgânica, por assim dizer —, gerada por computadores com o objetivo de manipular a percepção e o comportamento do público.

O conceito da “Internet Morta” existe há muitos anos, mas ganhou tração em 2010, quando o usuário “IlluminatiPirate” relatou sua estranha experiência de navegação na web no post Dead Internet Theory: Most of The Internet is Fake, publicado no fórum Agora Road’s Macintosh Cafe. Antes disso, a ideia circulava sem chamar tanta a atenção, mais comuns em sites como 4chan e Wizarchan.

“Uma grande proporção do conteúdo supostamente produzido por humanos na internet é, na verdade, gerado por redes de inteligência artificial em conjunto com influenciadores secretos contratados para manufaturar consumidores para uma gama crescente de produtos culturais recentemente normalizados”, afirma o autor.

Na publicação original, ele argumenta que a internet está longe de conter tanto conteúdo orgânico quanto em 2007, e que a maior parte da web atual é “inteiramente estéril”. A discussão, segundo IlluminatiPirate, já existia antes, mas seu post reacendeu o debate — em um momento que coincidiu com a popularização dos grandes modelos de linguagem, como GPTs e Gemini.

🧟 The last of us

Aqueles que defendem a Teoria da Internet Morta acreditam que, por volta de 2016 ou 2017, a maior parte do tráfego online passou a ser composta por bots, e não por pessoas reais. Esses acessos automatizados fariam parte de um esforço de corporações e governos para substituir interações autênticas por conteúdo sintético, dispersando os usuários reais e diminuindo as chances de interações humanas genuínas.

Todo esse material artificial publicado na internet (texto, imagens e vídeos) teria como objetivo controlar e manipular a opinião pública em diversos temas: consumo, política, esportes, mercado financeiro, entre outros.

No X, por exemplo, publicações sintéticas frequentemente têm cunho racista, homofóbico e preconceituoso, tentando provocar revolta nos públicos afetados e reforçar divisões sociais. Até mesmo sites considerados utilitários, como o buscador do Google, estariam envolvidos nesse processo. Segundo a teoria, o mecanismo de busca filtraria conteúdos indesejados (isto é, feitos por humanos) para redirecionar o público ao material gerado por IA — na prática, censurando a internet.

🕵️ Cadê você?

Os principais canais de atuação desses bots são, naturalmente, as redes sociais. Já deu uma olhada no Facebook recentemente? Por incrível que pareça, ainda é uma das plataformas mais acessadas do mundo — sabe-se lá como —, e foi lá que surgiram fenômenos como as imagens de Jesus Cristo geradas por IA, repletas de comentários, compartilhamentos e interações.

Mas não é só o Facebook: o X, rede social com foco em publicações de texto, também estaria completamente tomada por contas automatizadas. Nesse caso, o problema é percebido até pelos próprios gestores da plataforma, que supostamente travam, há anos, uma batalha para reduzir esses números.

🤖 Fundo verde (ou de verdade?)

É fato que a internet atual abriga muito mais bots do que no passado. Isso se deve à popularização e ao barateamento dessas tecnologias, aplicadas em diversas situações do cotidiano. Bots são usados para inflar o número de seguidores de criadores de conteúdo, facilitar a disseminação de mensagens em larga escala nas redes sociais, e muito mais.

Naturalmente, há quem use esses recursos com objetivos mais questionáveis, como influenciar a opinião pública. Não é raro encontrar publicações no Reddit, Instagram, X ou Facebook com interações visivelmente artificiais, especialmente em temas delicados como política.

De acordo com o site Statista, cerca de 47% do tráfego da internet é composto por bots — 30% destes maliciosos, voltados para disseminação de fake news, golpes e manipular trends. Portanto, é real que existe um problema.

Agora, se a internet está mesmo tão cheia de bots quanto dizem os defensores da Teoria da Internet Morta? Difícil dizer. Mas pelo menos dá pra garantir que este texto foi escrito por um ser humano — ou será que não?

Ajude o brifão a ficar ainda melhor. Quebra essa e responde a pesquisa!

🏃‍♀️ ️ Don't leave, just read (pra ler rapidinho)

💰 Amo Muito Dinheiro


☝️ O que rolou? A AMD vai recomprar USD 6 bilhões em ações, podendo chegar até USD 10 bilhões. A medida é para reduzir o número de ações em circulação, o que pode aumentar o lucro por ação e sinalizar confiança na saúde financeira da empresa. Vale lembrar que as ações da empresa despencaram 6% no ano e houve um queda de 33% no fluxo de caixa livre (free cash flow) no primeiro trimestre, o que deixou a galera preocupada.

👀 Pra ficar de olho: A iniciativa também vai ajudar a empresa a sustentar o preço das ações da empresa em meio a uma desaceleração da IA. Ou melhor: uma estabilização. O fato é que a AMD tem enfrentado desafios devido à pressão de chips personalizados e a dominância da Nvidia. Apesar disso, depois do anúncio, as ações da AMD subiram 6,4%. Parece que o truque funcionou.

📱 Último suspiro


☝️ O que rolou? As remessas de smartphones pros States cresceram 30% em março, com Apple, Samsung e Motorola acelerando importações para evitar o tarifaço de Trump de abril. A Apple levou US$ 2 bilhões em iPhones da Índia, usando fornecedores como Foxconn e Tata Electronics. A diversificação das cadeias de suprimento é uma forma de diminuir a dependência da China. E a Índia e Vietnã têm ganhando importância frente ao país. A Apple planeja levar a maioria dos iPhones ao solo americano via Índia no segundo semestre.

👀 Pra ficar de olho: Embora as tarifas tenham sido suspensas por 90 dias, e os EUA reduziram significativamente as porcentagens - passando de 120% para 54% em itens abaixo de US$ 800 (Shein e Temu agradecem) e para 30% em entregas comerciais -, as fabricantes já estão adotando estratégias para não se ferrarem lá na frente: tudo passa por aumentar a produção nos países citados.

🧠 Meta de insistência


☝️ O que rolou? A Meta iniciou o "Project Warhol" e está pagando USD 50 por hora para quem quiser dar uns sorrisos para as câmeras. A ideia é coletar expressões faciais e gestos para criar avatares hiper-realistas e aprimorar a interação com dispositivos de realidade aumentada. É mais uma iniciativa da empresa para tentar alavancar o metaverso tornando as interações por lá mais autênticas e envolventes.

👀 Pra ficar de olho: Com perdas na casa dos USD 60 bilhões desde 2020, a Meta ainda busca validar o metaverso em 2025. Ironicamente, o projeto atual deixa clara a dependência da empresa por dados humanos, não apenas para vendas ou insights, mas também para treinar suas próprias tecnologias.

👀 De olho no TecMundo (o grande irmão)

THE BRIEFCAST
A GEN Y DESCOBRIU A FALÁCIA DO PROPÓSITO?

Levamos esse papo pra 3ª temporada do The BRIEFcast.
Episódio da Geração Y já disponível.

✍️ A Redação Recomenda (voltamos para sua alegria!)

🦜 Frase do dia

“É hora de esquecer os erros do passado e começar a planejar os erros do futuro.”

Agostinho Carrara

O que achou da news de hoje? 🕵️

Conte aí embaixo pra que possamos melhorar nosso conteúdo!

Faça Login ou Inscrever-se para participar de pesquisas.

Somos o The BRIEF, o briefing diário de inovação, tecnologia e negócios com inteligência e personalidade pra quem precisa estar por dentro de tudo sem perder tempo e o bom humor. Uma criação original do TecMundo.