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Um CEO inimigo do 100% presencial
Os argumentos de um executivo contra a maré do fim do regime híbrido

4 de agosto, segunda-feira
Em 4 de agosto de 1789, a Assembleia Nacional Constituinte da França aboliu o regime feudal e vários privilégios da nobreza e do clero! Este foi um momento de transformação histórica radical na Revolução Francesa, um passo gigante em direção à igualdade e à liberdade. Da noite pro dia, séculos de tradições foram abalados pra dar lugar a um novo mundo! Ah, foi nessa revolução que foram criados os termos políticos “direta” e “esquerda” que tanto usamos hoje.
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Um CEO inimigo do 100% presencial - matéria principal do dia
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Apple e Amazon nos holofotes
As ações da Coinbase caíram
Conversas do ChatGPT em público
Pensamentos de segunda - insights questionáveis, porém mind blowing!
Frase do dia - para refletir, concordar, discordar e compartilhar
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MERCADO
UM CEO INIMIGO DO 100% PRESENCIAL

Imagem: Giphy
Por Nilton Kleina
É absolutamente desnecessário explicar que o período de isolamento da covid-19 mudou os nossos hábitos, inclusive no trabalho. E um dos fatores que mais se alterou no mundo dos negócios durante a pandemia foi o formato do regime: na maior parte dos casos, por no mínimo dois anos, o presencial se tornou híbrido ou totalmente remoto.
A pandemia ficou para trás — não, a gente não cansa de comemorar isso — e, desde então, cada companhia tem repensado como manter o expediente e ainda está tomando decisões sobre isso.
Um caso específico que gerou burburinho recente foi o setor de bancos internacionais, com um executivo de um gigante desse mercado defendendo que trabalhar de casa não é esse bicho de sete cabeças que muitos pintam por aí. Ou será que é?
🤪 O diferentão
O mais recente gerente a defender o home office é Bill Winters, CEO da Standard Chartered. Esse é um banco internacional poderoso, também lembrado pelo patrocínio nas (quase) sempre belas camisas do Liverpool da Inglaterra.
"Nós trabalhamos com adultos e adultos podem ter conversas de adultos com outros adultos e decidir como eles vão gerenciar da melhor forma a sua equipe", disse ele para a Bloomberg. Ou seja, ele prefere confiar que a pessoa será responsável e vai se concentrar e executar as tarefas normalmente em casa, por mais que a cama quentinha e a TV estejam a poucos passos de distância.
A resposta de Winters envolvia especificamente os banqueiros sênior da firma, mas a flexibilização vale para toda a equipe que não possui exigências no cargo de estar no escritório.
E essa é uma ação que coloca o banco StanChart (só para os íntimos) na contramão de alguns rivais. A holding do HSBC e os gigantes estadunidenses Goldman Sachs e JPMorgan Chase encerraram a flexibilização em 2025 para boa parte dos cargos.
🎉 Não é pra virar festa
As aspas fortes do CEO vieram depois da notícia de uma carta interna com alguns detalhes sobre o posicionamento do banco. Lá, ele escreveu que o trabalho flexível e a colaboração presencial "são complementares, não mutuamente exclusivos". Ou seja, se combinar direitinho, é possível trabalhar em casa alguns dias sem problemas.
Já na entrevista, ele reconhece que em alguns mercados há pressão, inclusive dos próprios colegas, para que se vá ao escritório com maior frequência, mas isso não é lei em todos os setores. O que deve acontecer, inclusive, é que "a pessoa vá para o escritório porque ela quer ir para o escritório".
Pode ser difícil resistir ao conforto do lar, evitar o tempo de deslocamento e tantos outros argumentos? Muito. Mas ele também parece acreditar que a equipe não vai querer ficar 100% no home office ou pode ser convencida a não fazer isso.
Isso seria importante para que os colaboradores se conhecessem presencialmente, o que é particularmente importante para os funcionários júnior que ainda precisam (e estão empolgados) com uma mentoria mais próxima.
Para não parecer que é liberdade demais, o CEO também diz que isso exige negociação e disponibilidade entre as partes: "Não é uma confusão generalizada. É tudo feito por um acordo entre o funcionário e o seu líder".
Mas será que funciona mesmo?
Se por um lado, executivos como o do StanChart defenderam nos últimos dias que é preciso confiar que a equipe não vai se esbaldar na liberdade caseira do híbrido, um texto de dois especialistas de RH no Harvard Business Review vai na direção contrária com uma pedrada no título: "O híbrido ainda não está funcionando".
No texto, a dupla argumenta que a confiança no comprometimento da equipe não é o suficiente — e nem é o maior problema. As questões levantadas incluem:
Dificuldades de relacionamento profissional, como novos contratados não observando outros trabalhando, pedindo menos ajuda e tendo essas dificuldades menos percebidas pelas lideranças;
Menor colaboração em projetos e atividades de outros colegas e foco quase exclusivo em tarefas individualizadas;
Reuniões virtuais frequentes demais, muito longas e menos produtivas ou eficazes, fora a maior sensação de isolamento social no ambiente de trabalho;
Dificuldade de absorção e fortalecimento de valores da cultura organizacional e uma separação mais evidente entre funcionários contratados no pós-pandemia e no mínimo em regime híbrido.
A solução, como você já deve imaginar nessa altura do campeonato, não é nada fácil e nem é resolvida por uma fórmula pronta. Ela envolve "redesenhar o funcionamento do trabalho híbrido", caso a ideia seja manter ele como opção, sendo que cada companhia terá os seus próprios desafios e modos de solucioná-los.
Por aqui, seguimos curiosos para acompanhar essas histórias de reformulação.


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👩🏻⚖️ Não tá fácil pro Google
A Epic Games venceu o Google no Tribunal de Apelações dos EUA, que confirmou a violação de leis antitruste e o monopólio da Play Store. A decisão obriga o Google a abrir sua loja de aplicativos pra concorrentes, como a Epic Games Store, e a permitir pagamentos alternativos.
O Google planeja recorrer, mas a decisão de 2024 já impôs mudanças no marketplace por três anos, prometendo maior concorrência no Android.
🪢 Na corda bamba
Os resultados financeiros da Apple e Amazon são vistos como cruciais para dissipar temores de uma bolha no mercado de ações de tecnologia. Expectativas de fortes lucros de ambas as gigantes podem validar o rali recente do setor, especialmente com seus investimentos em IA.
No entanto, resultados decepcionantes poderiam intensificar as preocupações com supervalorização. O desempenho dessas empresas, pilares do setor, será um indicador chave para a saúde geral do mercado.
🪙 Cripto pra baixo
As ações da Coinbase caíram significativamente após a empresa reportar uma queda no lucro trimestral ajustado devido à menor volatilidade das criptomoedas e consequente desaceleração da atividade de negociação. Analistas da Morningstar consideram as ações "significativamente supervalorizadas", projetando crescimento futuro excessivo.
Apesar da queda e dos desafios em sustentar o forte crescimento de receita, a Coinbase planeja focar em ser uma bolsa “tudo-em-um”, com ênfase em tokenização, e volumes de negociação podem melhorar.
😯 Tá todo mundo vendo!
A OpenAI removeu uma funcionalidade do ChatGPT que permitia que conversas privadas aparecessem nos resultados de busca do Google, após relatos da Fast Company revelarem a exposição de conteúdo sensível. O problema rolou por causa de uma opção de compartilhamento ambígua, que levou usuários a tornarem seus chats publicamente "descobríveis".
A OpenAI admitiu que o recurso gerou oportunidades para compartilhamentos acidentais e está trabalhando para remover o conteúdo indexado, embora uma especialista em ética de IA critique a prática de usar usuários como "cobaias".
🤔 PENSAMENTOS DE SEGUNDA (voltamos para sua alegria!)
🧠 A inteligência artificial nunca será páreo para a estupidez natural
👷🏻 O único momento em que o sucesso vem antes do trabalho é no dicionário
💤 Sou tão bom em dormir que consigo fazer isso com os olhos fechados
🛏️ Minha cama é um lugar mágico onde eu lembro de tudo que esqueci de fazer
⏰ Eu sou uma pessoa matinal... mas só depois das 10h
👀 A melhor cura para uma obsessão é arrumar uma obsessão nova
📈 O progresso é a capacidade do homem de complicar a simplicidade
🤔 Eu nunca morreria pelas minhas crenças porque posso estar errado

Imagem: Giphy
A chave não é priorizar o que está na sua agenda, mas sim agendar suas prioridades.
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