Um império em pedacinhos

A decisão judicial sobre a Google nos EUA pode mudar indústrias inteiras, incluindo navegadores, busca e IA.

1º de setembro, segunda-feira

Há exatamente 40 anos, nesta mesma data, foram encontrados pela primeira vez destroços do Titanic, que afundou em 1912 no Atlântico Norte. Depois de 73 anos de mistério, ninguém sabia que o navio tinha quebrado no meio ao submergir, e que o naufrágio aconteceu a 21 km das coordenadas imprecisas fornecidas pelos operadores de rádio do Titanic na noite do acidente. Quem fez a descoberta foi uma expedição franco-americana liderada por Jean-Louis Michel e Robert Ballard. Confira aqui nessa matéria do nosso irmãozinho Mega Curioso 5 fotos do Titanic que contam a história do naufrágio.

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MERCADO
UM IMPÉRIO EM PEDACINHOS

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Imagem: Giphy

Por Nilton Kleina

Quando você pensa na Google, é normal pensar em referências como o Chrome e o buscador da empresa, que há anos é padrão em uma série de aparelhos e sistemas diferentes. Mas e se, de repente, outra companhia assumisse o navegador e rivais como o Bing passassem a ser usados em aparelhos como o iPhone?

Não, esse não é um exercício de imaginação de multiverso ou uma fanfic. Esse cenário pode acontecer, dependendo de uma decisão judicial nos Estados Unidos sobre um processo movido contra a Google pelo Departamento de Justiça (DOJ).

Nos tribunais, a companhia já foi considerada um monopólio no setor de buscas e o que falta é a lista de imposições para que o mercado seja considerado um ambiente competitivo de novo. A expectativa é de que o juiz Amit Mehta divulgue a decisão agora em setembro — e tem muito peixe grande para além da própria Google de olho nas consequências.

🫂 Adeus, Chrome?

O destino da Google tem tantas punições diferentes que parece um cardápio de restaurante indeciso, daqueles que servem frutos do mar, massas, churrasco, comida japonesa e feijoada no mesmo dia.

As possíveis obrigações incluem (individualmente ou combinadas) ações como:

  • Fragmentar o conglomerado e ter que vender a divisão do Chrome ou até o Android;

  • Encerrar contratos de exclusividade ou padronização do motor de busca com outras empresas;

  • Compartilhar dados ao vivo sobre pesquisas feitas por usuários com concorrentes.

Desse trio, a proposta mais radical de longe é obrigar o grupo (que, vale lembrar, se chama Alphabet há alguns anos) a se desfazer de produtos importantes. A venda do Chrome é tida como uma mais provável e já mobilizou até compradores apressadinhos, com ofertas da Perplexity AI e da startup Ecosia, que tem um buscador e é ativista por questões climáticas — ambas em busca de manchetes acima de tudo, porque até agora nada foi definido e essas negociações tendem a rolar só nos bastidores.

Já o compartilhamento dos dados pode parecer justo no papel, mas é uma ação bastante arriscada. Ela esbarra em diversas questões válidas de privacidade, além de ter que se adaptar às diferentes legislações regionais (alô, LGPD!).

🧑🏻‍❤️‍🧑🏼 Poliamor é a solução

O caminho que se desenha, portanto, é uma revisão nas atuais parcerias que a Google mantém com nomes como Samsung, Mozilla (do Firefox), Apple e tantas outras. A punição que está com odds mais altas entre os analistas é a de impedir contratos de exclusividade do buscador.

Outra alternativa seria ao menos liberar que outros pretendentes tenham um espaço igualitário nos dispositivos e deixe ao consumidor o poder de escolher qual será o motor usado. Isso já acontece na União Europeia e tende a resultar no Google sendo escolhido, mas pelo menos não é uma opção forçada.

Um farol no meio da tempestade

Punições mais severas contra a Google seriam um exemplo a ser seguido de regulamentação contra práticas anticompetitivas de mercado. Isso também evitaria a sensação de que tudo sempre acaba em pizza nesse meio: no fim da década de 1990, a Microsoft foi condenada por algo parecido e reduziu muito as exigências depois de recorrer, algo que também pode acontecer aqui.

O fim dos acordos bilionários de exclusividade poderia até impulsionar o desenvolvimento de um estagnado setor de motores de busca — e, além de surgirem possíveis novos players, além de animar os já existentes a ficarem ainda melhores, como Bing e DuckDuckGo.

Analistas enxergam até um ponto positivo para a própria empresa: o direcionamento do dinheiro que a Google paga aos parceiros como a Apple, de nada menos que US$ 26 bi anualmente, poderia ser usado em outros setores que ela ainda precisa melhorar, como o atual mercado de IA.

No fim das contas, essa é uma situação meio filosófica. Afinal, tanta gente usa o buscador do Google hoje em dia por causa do monopólio ou porque ele realmente se tornou a opção mais completa? A segunda alternativa tende a ser verdade. Por outro lado, cada vez mais gente concorda que o mecanismo de pesquisa dela perdeu muito em qualidade e precisão nos últimos anos — e nada como um susto no mercado para fazer uma liderança se mexer.

👀 DE OLHO NO TECMUNDO (o grande irmão)

🏃‍♀️ ️ DON'T LEAVE, JUST READ (pra ler rapidinho)

🤑 Tem pra todo mundo!


Apesar das restrições de exportação para a China, a NVIDIA provou que a demanda por sua tecnologia de IA continua imparável, com a empresa registrando receita recorde no último trimestre. O crescimento se deve principalmente às vendas para gigantes como OpenAI, Microsoft e Meta.

A empresa acredita que a corrida por IA levará a trilhões de dólares em gastos com infraestrutura, e que sua tecnologia é crucial nesse cenário, mesmo com as incertezas do mercado chinês.

📲 AIBaba


A Alibaba desenvolveu um novo chip de IA mais versátil que os anteriores, para preencher a lacuna deixada pela Nvidia no mercado chinês. A notícia, divulgada pelo The Wall Street Journal, mostra que empresas chinesas estão investindo pesado em tecnologia local para combater as restrições dos EUA.

Esse novo chip, que ainda está em fase de testes, é fabricado na China, em contraste com os chips anteriores da Alibaba que eram produzidos em Taiwan.

🚗 Poluição demais


A Stellantis foi multada em um total de US$ 773,5 milhões desde 2018, sendo US$ 190,6 milhões somente neste ano. As multas foram aplicadas por não cumprir as exigências de economia de combustível nos Estados Unidos.

O motivo, segundo as fontes, é que a linha de veículos da empresa, com muitos SUVs e caminhonetes, não atinge as metas de eficiência exigidas pelo governo americano.

🤔 Finalmente algum benefício?


O CEO da Nvidia, Jensen Huang, afirmou que a IA pode levar ao regime de quatro dias de trabalho por semana. Segundo ele, como em outras revoluções industriais que reduziram a jornada de sete para cinco dias, a IA vai aumentar a produtividade e o PIB, permitindo que a sociedade evolua.

No entanto, ele alertou que isso não significa menos trabalho. Pelo contrário: com a capacidade da IA de resolver tarefas rapidamente, as empresas terão mais ideias para explorar, e as pessoas ficarão mais ocupadas do que nunca, mesmo em menos dias.

🤔 PENSAMENTOS DE SEGUNDA (voltamos para sua alegria!)

💪🏼 A confiança é 10% trabalho duro e 90% ilusão

😰 Trabalho duro nunca matou ninguém, mas por que arriscar? 

⚰️ Ninguém vai embora antes do tempo, a menos que o chefe saia mais cedo

💉 Não importa o que você faça, sempre dê 100% — a menos que esteja doando sangue

💰 Descubra o que você mais gosta de fazer e arrume alguém para lhe pagar por isso

🍺 Ah, o álcool! A causa e a solução de todos os problemas da vida

Imagem: Giphy

Ontem eu era inteligente, então queria mudar o mundo. Hoje eu sou sábio, então estou mudando a mim mesmo.

Rumi de Bactro, poeta e teólogo sufi persa do século XIII

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