Você pinta como eu pinto?

O bicho-papão do Canva

10 de julho, quinta-feira

Ontem (9) foi feriado no estado de São Paulo por causa da Revolução de 1932. Sim, a celebração de uma guerra elitista que São Paulo perdeu, mas que serviu pra criar uma, digamos, “identidade paulista”. Seja como for, importante é que foi feriado! 🏖️ Ah, e hoje é Dia da Saúde Ocular, portanto, assim que acabar de ler tudinho aqui, vai descansar essa vista aí! Segundo oftalmologistas, um ótimo exercício pra descansar a musculatura dos olhos depois de tanta tela é ficar pelo menos 15 minutos ao dia olhando pra uma distância de pelo menos 15 metros.

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IA
VOCÊ PINTA COMO EU PINTO?

Imagem: Giphy

Por Felipe Vidal

O medo de ter os empregos roubados pela inteligência artificial é o receio de quase todo profissional moderno. Esse medo não é para menos, afinal de contas há décadas somos alimentados por essa ideia de que uma tecnologia cibernética irá acabar com os empregos — e exterminar os humanos, claro.

Talvez a galera do design seja quem mais esteja com medo do rápido avanço das IAs, até porque parece que a cada mês que passa temos uma nova trend de imagens feitas por IA. Primeiro foi aquela do Studio Ghibli, depois a de personagens da Disney, e depois a de animaizinhos, e assim vai.

O COO e cofundador do Canva, Cliff Obrecht, vê esse tema com outros olhos. Em uma entrevista no podcast da Fast Company, Obrecht comparou esse medo das IAs com o lançamento do próprio Canva e entende o recurso como somente mais uma evolução tecnológica.

“Então, na Canva, quando lançamos, muitos designers disseram: ‘Canva, nós odiamos vocês. Vocês estão arruinando a nossa indústria. Vocês estão deixando todo mundo criar’”, explica Obrecht.

🎨 Canva virou verbo

É. O tempo passou, o Canva virou o sinônimo de Photoshop para amadores e toda aquela pressão no aplicativo diminuiu. Porém, se você perguntar a qualquer designer sobre o Canva, é bom se preparar para o esporro — e com certa razão. Um profissional vai usar ferramentas profissionais para criar suas artes do zero.

No Canva é muito mais a questão de ser um “PowerPoint das artes” do que uma ferramenta profissional. Convenhamos, nenhuma revista de moda vai permitir que um fotógrafo use o Canva para fazer uma colagem de um ensaio, mas um funcionário de uma empresa pode usar o aplicativo para fazer uma imagem promocional mais de boa.

Com a inteligência artificial dá pra seguir o mesmo caminho. Por mais que algumas empresas até queiram criar conteúdos do zero com IA, o profissional de design ainda vai existir pra criar toda uma base que serve de alicerce pra um algoritmo replicar essa arte.

😍 Brasileiros já adoram uma IA

Mesmo que o medo de ficar sem emprego seja algo normal, é preciso pensar que sem esse conteúdo base, a IA não faz nada. Em uma entrevista para o Voxel, um representante da Nvidia pontuou que não é a IA que iria roubar o trabalho das pessoas, mas sim “aqueles que sabem usar a IA”.

Uma pesquisa do Google em parceria com a Ipsos indica que 54% dos brasileiros revelaram já ter usado ferramentas de IA. O levantamento ainda aponta que 60% dos entrevistados entendem que essa tecnologia pode gerar mais empregos. No fim das contas, gostando ou não, a IA já é o nosso presente e será o nosso futuro.

Claro, não podemos apenas dizer que designers e profissionais do audiovisual estão com medo, enquanto as próprias empresas começam a olhar para IAs e pensar em demissões. O caminho mais plausível e aparentemente correto é que usemos essas ferramentas como um apoio, um auxílio para o trabalho, e aí dá pra ficar mais tranquilo.

👀 DE OLHO NO TECMUNDO (o grande irmão)

🏃‍♀️ ️ DON’T LEAVE, JUST READ (pra ler rapidinho)


🖋️Canetada

Donald Trump, enviou uma carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta quarta-feira (09) para defender o ex-presidente Jair Bolsonaro e anunciar tarifas de 50% sobre produtos brasileiros. Segundo o G1, a taxa entra em vigor no dia 1º de agosto. Em entrevista coletiva, o vice-presidente Geraldo Alckmin comentou a carta e disse que considera injustas as novas tarifas comerciais. Mesmo assim, o vice garantiu que o governo manterá uma postura diplomática nas relações.

👚 O fim da taxa das “brusinhas”?

Será que vamos poder voltar a comprar “brusinhas” e outros cacarecos em sites como Shopee, AliExpress e Shein sem pagar imposto? É o que pode acontecer caso seja aprovado o projeto de lei 3261/2025, que pretende cancelar o imposto de importação de 20% para compras internacionais de até US$ 50 que tem sido cobrado desde agosto de 2024.

Acontece que essa taxa desanimou geral de fazer essas comprinhas — os Correios dizem que o prejuízo chega a R$ 2,1 bilhões nas compras internacionais. Por outro lado, tivemos um aumento de 40% na arrecadação de impostos no setor. Agora, o projeto aguarda despacho do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta.

📖 Biblioteca de Alexandria 2

Destruir livros, além de não ser nem um pouco legal, remete a um período muito escroto da história da humanidade. Mesmo assim, a Anthropic, desenvolvedora do chatbot Claude, está sob controvérsia por destruir milhões de livros físicos para digitalizar e treinar sua inteligência artificial.

Depois de gastar milhões e milhões com esses livros pra serem “devorados” pela inteligência artificial, a empresa sofreu uma ação judicial nos EUA pela acusação de infração de direitos autorais, mas acabou sendo absolvida usando um brecha da lei. Isso só não evitou a fúria do mercado literário, que, com razão, entende que esses livros ainda poderiam ser muito bem utilizados, certo? E pra piorar, a Anthropic ainda está sendo acusada pelo download ilegal de 7 milhões de livros piratas. Vai sair caro esse aprendizado do Claude.

🫱🏽‍🫲🏽 Temos um acordo?

A treta entre a Epic Games e a Samsung aparentemente teve um final “feliz” (pra Epic, pelo menos). O CEO da empresa, Tim Sweeney, confirmou o encerramento do processo judicial — que metia o Google no meio também —, com a retirada das acusações da Epic contra os sul-coreanos. Iniciada em setembro de 2024, a ação alegava que a Samsung impedia a instalação de jogos e aplicativos de outras lojas em seus dispositivos Android, utilizando o Auto Blocker.

E como que todo mundo se acertou? Não se sabe ao certo, mas tudo indica que o acordo possa incluir a flexibilização do Auto Blocker, a pré-instalação da Epic Games Store ou a permissão para outras lojas serem instaladas em aparelhos Samsung. Quem sabe agora vai dar pra jogar aquele Fortnitezinho no seu dispositivo com Android, hein?

🤫 Sem conversinha

Você já deve ter ouvido falar que ficar de papinho com inteligências artificiais, aparentemente, consome uma energia absurda. Pois é, um estudo da University College London (UCL) e UNESCO indica que conversas mais curtas e diretas com IAs generativas podem diminuir o consumo de energia em até 54%. Pra se ter uma ideia, só o ChatGPT consome anualmente cerca de 310 GWh, o equivalente ao gasto de 3 milhões de pessoas na Etiópia — e o consumo de eletricidade da IA dobra a cada 100 dias!

E como lidar com isso? Segundo o estudo, pedir respostas concisas aos bots é crucial para reduzir essa demanda e os responsáveis por essa pesquisa acham que os desenvolvedores dessas IAs devem conscientizar os usuários a pegarem leve na conversa fiada. Já que o uso de IAs se tornou inevitável, é importante lembrar que essa atitude beneficia nações com infraestrutura computacional limitada.

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As máquinas são boas na computação, mas os humanos são bons na criatividade. É nisso que devemos nos concentrar.

Demis Hassabis

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