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📰 Devagar e sempre
sotaque, produtividade e ia da maçã
11 de junho, Terça
Terçamos com um vídeo sobre ele, o sotaque paulistano. Ainda sobre o assunto, a gente lembrou também desta entrevista do Adnet no saudoso Jô Soares.
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Imagem: giphy
Hora de desacelerar, brother
A produtividade é um dos aspectos mais lembrados quando se fala em desempenho no trabalho. A internet, inclusive, está abarrotada de conteúdos que prometem técnicas para dar um boost no dia a dia.
O entendimento sobre o tema pode ser confuso, mas a real é que no contexto de trabalho rola confusão entre ocupação e efetividade. Por exemplo, ainda existe aquela ideia de que uma pessoa muito ativa produz mais.
Esse tipo de ~argumento~ foi bastante usado, por exemplo, para forçar o retorno dos empregos ao presencial. Viralizou no ano passado inclusive um vídeo da empresária Cris Arcangelli dando a entender que as pessoas “usavam o tempo da empresa” para fazer coisas pessoais no home office (mas pesquisas apontam alta de burnout na pandemia).
Chega de hambúrguer!
No contexto do pós-pandemia, demissão em massa e reconfiguração de cargos, as pessoas tiveram de se virar para garantir entregas adequadas com times enxutos.
Citamos no mês passado até um estudo da Microsoft em que profissionais usavam IA às escondidas porque não estavam dando conta das demandas.
🕧Apesar de as discussões do trabalho estourarem no TikTok, há décadas existe uma galera disposta a desafiar a lógica engessada da produtividade – de quanto mais tarefa, mais resultado.
Esse é o exemplo do movimento Slow Food, que nasceu na Itália na década de 1980 como um protesto do ativista Carlo Petrini à fast food, em específico, à abertura de uma unidade do McDonald’s em Roma.
A organização promovia o interesse pela comida local e a maneira tradicional de se cozinhar sem correria. “Ué, o que isso tem a ver com trabalho?”, você se pergunta.
Explicamos: o Slow se desdobrou em várias subculturas, como educação, moda, cidades, cinema, games e... Trabalho, com o Slow Work. O “Devagar” avançou tanto que se tornou uma organização global: The World Institute of Slowless, fundada por Geir Berthelsen em 1999.
O livro “In praise of slowness” (“Devagar”, em PT-BR), do britânico Carl Honore, reacendeu a filosofia slow no início dos anos 2000 ao contrapor um “culto da velocidade” presente em nosso dia a dia. Fonte: Amazon/ reprodução
É devagar, devagarinho
“SLOW não é uma apologia à preguiça ou lentidão”, explica ele no site da empresa. O movimento tem a ver com oferecer autonomia do tempo, prezar pela qualidade ante a quantidade e de o trabalho não ser o centro da vida das pessoas.
Essa gestão adequada do tempo se converte em produtividade, mas sem perder de vista a possibilidade do descanso e de outras atividades essenciais para a humanidade, como o lazer e até ócio.
Pode parecer papo de autoajuda, mas o assunto foi foco até de uma dissertação de mestrado aqui no Brasil - além de outros estudos.
Empresas que aderem ao slow têm, por exemplo, iniciativas como jornada de 32 horas/semana. A forma com que essa escala é aplicada pode variar, sendo em esquema 4x3 ou de segundas ou sextas mais curtas ou, ainda, de segunda a sexta em horários reduzidos.
Sem crise de domingo
O Wanderlust Group, firma estadunidense de tecnologia e marketplace para viajantes, lançou em 2020 um sistema de trabalho 100% home office de 32h semanais, com folgas nas segundas-feiras. Desse período até 2023, seu o faturamento saltou 121% no ano a ano.
Já aqui no Brasil, os resultados preliminares da semana de 4 dias, divulgados pela 4 Day Week Brazil e Reconnect Happiness at Work, apontam que rolou melhoria em:
energia dos trabalhadores (82,4%);
execução de projetos (61,5%);
na criatividade e inovação (58,5%).
Como destacado no movimento slow, vivemos em um período de exigência de produtividade não só no trabalho: na vida também entramos em um ciclo de tarefas, que se encerram com consumo desenfreado de redes sociais até na hora de dormir.
Há quem acredite que a atual jornada de trabalho influencia nesse aspecto.
Durma enquanto eles dormem
Prova disso é o Movimento Vida Além do Trabalho (VAT), que surgiu no TikTok após o desabafo do influencer brazuca Rick Azevedo.
📅A ideia se transformou em um movimento para acabar com escala 6x1 no Brasil e no seu lugar colocar a carga 4x3. O conteúdo se expandiu para fora da rede – que hoje acumula mais de 115 mil curtidas –, gerando mais de 1 milhão de assinaturas em uma petição.
Rick disse em entrevista à Exame que já recebeu respostas nada amigáveis de empresários nas redes por conta de sua empreitada, mas que pretende ir adiante em todo o Brasil com a redução.
Enquanto isso, vem rolando uma pressão dos investidores por mais lucro nas empresas desde o pós-pandemia.
A Samsung, por exemplo, vai exigir que executivos atuem na escala 6x1 na Coreia do Sul, embora pesquisas comprovem que descanso gera mais produtividade, e há pouco tempo estourou a primeira greve entre funcionários de lá.
É, parece que o tempo está passando como um vento no final de semana para mais pessoas pelo mundo.
Mercado e negócios
Streamings demais
Uma pesquisa com mais de 6,5 mil pessoas do México, Colômbia, Brasil, Peru, Chile e Argentina mostrou que 80% delas consideram que há mais serviços de streaming do que o necessário. A concorrência, que pode ser saudável para os negócios, no fundo está incomodando até mesmo os usuários.
Os dados são da 3Gem e mostram que esse mercado já movimenta USD 20 bilhões na América Latina, com potencial para dobrar essa quantia até 2026 – será que estão contabilizando os altos reajustes recentes das mensalidades?
O preço atual, inclusive, é outro fator de descontentamento. Em média, a galera está gastando USD 37 mensais sem conseguir acesso a tudo que gostariam. No Brasil, 73% das pessoas queriam assinar outras plataformas, porem a falta de grana impede.
Outro dado curioso: 71% dos entrevistados têm uma plataforma de estimação, isto é, que não devem cancelar em hipótese alguma. O índice é pouco abaixo dos 75% registrados nos EUA, mas bem acima dos 63% da Europa.
E é com base nessa fidelidade que estão surgindo pacotes que reúnem mais de um serviço de assinatura.
Tecnologia móvel
Só falta ter cheiro
As chamadas telefônicas estão prestes a passar por uma turbinada baseada na imersão. A Nokia garante que fez a primeira ligação desse tipo, mas não divulgou vídeos para entendermos exatamente o conceito.
A chamada aconteceu entre o CEO da empresa, Pekka Lundmark, e o embaixador de Digitalização e Novas Tecnologias da Finlândia, Stefan Lindström. Eles conversaram pelo celular, mas a sensação era como se estivessem frente a frente.
Na prática, a tecnologia usa o codec 3GPP Voice and Audio Services, ou IVA, para uma transmissão de dados com mínima compressão, garantindo melhores qualidades de áudio e vídeo. Inclusive, o áudio espacial 3D é um dos destaques que mais gera a sensação de imersão.
Outro detalhe: basta o aparelho ter conectividade padrão 5G advanced e ao menos dois microfones para o codec funcionar. E isso muitos smartphones, tablets e PCs já possuem!
IA
AI - Apple Intelligence
Ontem (10), rolou a Apple WWDC 2024, evento anual para desenvolvedores, e, como o mercado de tecnologia especulava, Tim Cook anunciou uma novidade de Inteligência Artificial. No caso, estamos falando do Apple Intelligence, sistema que será usado em dispositivos iPhone, iPad e Mac.
Mas o que ele faz? Basicamente é um mix de IA generativa com assistente, que criará imagens, gerará textos, resumos, entregará informações diversas aos usuários etc.
Assim como previmos ontem, essa é uma aposta da Apple de combinar recursos neurais (hardware) com software em seus aparelhos. Devem, então, entrar em chips mais modernos na marca, como A17 Pro, M1, M2, M3 e M4 - logo, nos sistemas iOS 18, iPadOS 18 e macOS Sequoia.
Segundo a big tech, todas as informações passadas pela IA serão contextuais, ou seja, vão considerar dados dos próprios usuários. Mas… A plataforma terá acesso a praticamente tudo que estiver nos aparelhos.
Durante a apresentação, Tim Cook ainda reforçou uma outra novidade que já tinha sido anunciada: a parceria com a OpenAI, em que o ChatGPT vem integrado à Siri, assistente da Maçã, e recursos de geração de texto.
IA2
GT de IA
O Governo Federal criou o grupo de trabalho para o Plano Brasileiro de Inteligência Artificial, que busca definir as diretrizes do desenvolvimento da tecnologia no país. A ideia é que a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, receba apoio para impulsionar a tecnologia de maneira sustentável e ética.
A princípio, apenas membros de órgãos oficiais relacionados ao ministério fazem parte do GT. Porém, está em análise a possibilidade de ele contar com outros representantes de entidades públicas e privadas ou de especialistas no tema, mas que ajudariam mais como assessoria do que com poder de decisão.
O grupo tem até o dia 29 de julho para elaborar um relatório sobre o assunto e entregar para a ministra.
TL;DR
Ainda mais little e mais BRIEF
🤑Com R$ 90,9 bilhões movimentados em 206,8 milhões de transações na última sexta-feira (7), o Pix registrou novos recordes nesses índices.
🚗Agora vai? China autorizou nove montadoras a realizarem testes em vias públicas com carros autônomos de nível 3.
🎯Os sites de bets possuem uma imagem negativa para mais da metade dos brasileiros, que acredita que as apostas podem viciar. Deixamos aqui uma matéria do G1 sobre uma galera que de fato está perdendo rios de dinheiro em cassinos on-line.
🧑⚖️Mais um: o Departamento de Justiça dos EUA e a Comissão Federal de Comércio colocaram a Microsoft, a OpenAI e a Nvidia na mira de uma ação antitruste por conta do aparente domínio dessas empresas na indústria de IA.
🎮Os consoles Xbox Series X e S vão ganhar versões totalmente digitais e sem disco rígido. Já uma edição especial do Series X terá 2 terabytes de armazenamento.
A Redação Recomenda
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e com altas entrevistas com uma galera da área
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ou o famoso time com diferentes tipos de habilidades, perfis ou profissões
É muito melhor fazer menos coisas e ter tempo para aproveitá-las ao máximo.
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