Plataformas, Piratarias e Prejuízos

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  • Os óculos da Snap

  • A promessa da IBM

  • O layoff da Paramount

  • O supercomputador da Nvidia e da HP

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PLATAFORMAS, PIRATARIAS E PREJUÍZOS

Por André Gonçalves

A proliferação das plataformas de streaming tem sido notória nos últimos anos, com uma grande oferta para todos os tipos de públicos, dos fãs de futebol, basquete, Fórmula 1 e futebol americano aos que gostam de filmes cult, artes marciais, animes e doramas. As assinaturas, inicialmente acessíveis, foram outro atrativo.

Esse movimento afetou em cheio a TV por assinatura, que encerrou 2024 com 9,3 milhões de clientes, redução de 21% em comparação com o ano anterior, a maior queda da história segundo a Anatel. Porém, a ampla gama de serviços e os preços aumentando, aliados a outros fatores, saturou o mercado e fez uma velha conhecida voltar a ganhar força.

De acordo com relatório divulgado pela Enders Analysis no final de maio, a pirataria do streaming está mais em alta do que nunca, resultando em bilhões de dólares em prejuízo para as grandes corporações. E ela não depende mais, somente, da famosa caixinha que libera acesso a canais e conteúdos protegidos. Boa parte dos acessos acontece pelo Amazon Fire TV Stick.

📺 Serviço alternativo

Usando versões modificadas do dispositivo da Amazon que transforma qualquer televisor comum em uma smart TV, os grupos responsáveis pela pirataria em escala industrial agem livremente no mercado europeu. Com os preços dos pacotes legalizados nas alturas, os consumidores voltaram a recorrer a este serviço “alternativo”.

Os eventos esportivos ao vivo estão entre os mais procurados pelos clientes, segundo o relatório “Pirataria de vídeo: as gigantes da tecnologia claramente não estão dispostas a resolver o problema”. No Reino Unido, 59% das pessoas que acessaram as transmissões por meios ilegais, ultimamente, estavam com um Fire TV Stick plugado à TV.

Durante os jogos da Premier League, uma grande parcela dos telespectadores busca plataformas para assistir futebol de graça ou serviços que cobram uma quantia mínima em comparação com as assinaturas dos canais de TV e do IPTV legalizado. Assim, os cofres de quem fornece as opções mais baratas vão ficando cheios.

Por outro lado, empresas como DAZN e Sky, entre outras que, juntas, pagaram cerca de US$ 60 bilhões (R$ 333 bilhões) pelos direitos de transmissão em 2024, acumularam prejuízos com a pirataria do streaming.

💰Quando a esmola é demais…

Assim como as empresas que acumularam bilhões em prejuízo com a pirataria digital, quem usa os serviços ilegais para economizar também está exposto a riscos. De acordo com o estudo feito pela consultoria britânica, os aparelhos Fire TV Stick modificados à venda em lojas online podem vir com malwares instalados, fazendo a coleta de dados sem o usuário desconfiar.

Outro perigo é o fornecimento de dados para quem oferece os conteúdos ilegais. Acreditando que estão seguros ao usar um dispositivo fabricado por uma marca conhecida, os clientes acabam compartilhando documentos, números de cartões de crédito e endereços de email para cibercriminosos, ficando vulneráveis a ataques de phishing e outros golpes online.

Embora o relatório tenha se concentrado na Europa, o alerta também vale para o Brasil, onde a pirataria de streaming possui um forte apelo. As autoridades têm fechado o cerco contra a pirataria, apreendendo milhões de box TV não homologados e até lançado uma competição para premiar quem desenvolvesse o melhor bloqueador para esses aparelhos.

Além disso, o Brasil é um dos maiores mercados para o Fire TV Stick, produto homologado pela Anatel e que atrai pelo preço reduzido. O dispositivo também se destaca pela facilidade de instalação de APKs, que são as versões de aplicativos oferecidas fora da loja oficial do Android, geralmente utilizadas para acessar conteúdos pirateados.

🏴‍☠️A culpa é de quem?

No relatório, a Amazon é uma das responsabilizadas pelo prejuízo bilionário causado pela pirataria do streaming. A gigante varejista respondeu afirmando que tem tomado medidas para coibir a prática, incluindo ajustes técnicos no aparelho e a emissão de alertas aos usuários, além de colaborar com as autoridades nas investigações. 

Sobrou também para o Google e a Microsoft, que não estariam atualizando as tecnologias de proteção digital (DRM) nas plataformas Widevine e PlayReady, respectivamente. A consultoria afirma que esses sistemas são defasados e totalmente suscetíveis às ferramentas de pirataria modernas.

Outra big tech citada no estudo foi a Meta. Neste caso, o problema é relacionado à livre veiculação de anúncios das transmissões piratas nas redes sociais da companhia. Aliás, um britânico que vendia versões modificadas do Fire TV Stick no Facebook foi preso em Liverpool, em novembro de 2024.

Alguns meses antes, na mesma cidade, a polícia deteve outro vendedor do dispositivo que desbloqueava acesso a conteúdos pagos. Ele anunciava o aparelho no Facebook e no WhatsApp, tendo lucrado o equivalente a quase R$ 1 milhão com as vendas. O homem chegou a ser condenado a dois anos de prisão, mas teve a sentença suspensa. Cuidado com o gatonet.

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🏃‍♀️ ️ DON’T LEAVE, JUST READ ^{_{(pra ler rapidinho)}}

👓Filtro analógico

A Snap, dona do Snapchat e forte concorrente da Meta, quer intensificar ainda mais a briga com o tio Mark. A empresa anunciou seus primeiros óculos inteligentes voltados ao público geral no próximo ano. O gadget de realidade aumentada, chamados Specs, serão leves e terão uma versão B2C dos óculos Spectacles lançados em setembro para desenvolvedores. Integrar tecnologia a produtos vestíveis pode abrir novos mercados lucrativos e diversificar as fontes de receita da Snap, especialmente diante da instabilidade no mercado de publicidade digital causada por mudanças nas políticas comerciais dos EUA. A popularidade dos óculos inteligentes Ray-Ban Meta, desenvolvidos pela Meta em parceria com a EssilorLuxottica, motivou outras empresas, como o Google, a explorarem investimentos semelhantes.

🖥️ Mais um “vem aí”

A IBM anunciou que planeja ter um computador quântico “prático” até 2029, e apresentou os passos detalhados que a empresa tomará para chegar lá. A empresa afirmou ter como meta desenvolver um sistema muito melhor até 2033 e planeja construir o computador quântico, chamado “Starling”, em um centro de dados que está sendo construído em Poughkeepsie, Nova York. A máquina terá cerca de 200 qubits lógicos. A IBM está na corrida pela computação quântica ao lado de outras gigantes da tecnologia como Microsoft, Google (da Alphabet) e Amazon, além de diversas startups que já arrecadaram centenas de milhões de dólares em investimentos. Todos enfrentam o mesmo problema fundamental: qubits são rápidos, mas produzem muitos erros. Cientistas podem usar parte dos qubits de uma máquina para corrigir esses erros, mas é necessário que sobrem qubits suficientes para realizar tarefas úteis. O Brifão falou sobre o futuro da CQ aqui.

🙁 Estamos vivendo ou demitindo?

Mais um layoff no mercado. Desta vez, a Paramount Global está demitindo 3,5% de sua equipe nos Estados Unidos em mais uma rodada de cortes. Segundo um memorando interno, a empresa está sofrida com a queda no número de assinantes de TV a cabo e os desligamentos podem afetar parte da força de trabalho fora dos EUA também com o tempo.

💻 SuperNvidia

A Nvidia e a HP anunciaram que estão fazendo parceria com o Centro de Supercomputação Leibniz, na Alemanha, para construir um novo supercomputador usando os chips de próxima geração da Nvidia. O supercomputador, chamado Blue Lion, estará disponível para cientistas no início de 2027 e utilizará os chips "Vera Rubin". Separadamente, a Nvidia também informou que o Jupiter — outro supercomputador que utiliza seus chips — tornou-se oficialmente o sistema mais rápido da Europa. Muito antes de se tornar uma potência em inteligência artificial, a Nvidia já buscava convencer cientistas a usarem seus chips para acelerar problemas computacionais complexos. Agora, a Nvidia trabalha para convencer esses mesmos cientistas a adotarem sistemas de inteligência artificial. A empresa, inclusive, apresentou o modelo de IA chamado "Climate in a Bottle", em que os cientistas poderão inserir algumas condições iniciais, como temperaturas da superfície do mar, e gerar uma previsão para os próximos 10 a 30 anos.

🤑 A aposta do Governo

O Ministério da Fazenda e as bets estão articulando com Google e Apple a liberação de aplicativos de apostas esportivas nas lojas oficiais do Android e iOS no Brasil. Atualmente, a maior parte desses apps está fora da Play Store e App Store por questões regulatórias. Com a regulamentação em andamento, o governo quer garantir que apenas empresas autorizadas operem legalmente no país. As conversas envolvem exigências técnicas e de compliance para liberação. A inclusão nas lojas daria mais segurança jurídica e controle sobre a operação das bets no Brasil.

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