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Sem tempo, irmão
Millennials e a crise

10 de junho, terça-feira
Hoje descobrimos que estudos em psicologia do desenvolvimento e sociolinguística mostram que a habilidade de compreender e usar ironia varia entre gerações. Não só por fatores cognitivos, mas por influência direta do contexto cultural e tecnológico em que a pessoa cresceu.
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O retorno da Huawei
A vitória da Amazon
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COMPORTAMENTO
SEM TEMPO, IRMÃO

Imagem: Giphy
Por André Gonçalves
A crise da meia-idade chega para todo mundo (ou não) e agora é a vez de os millennials lidarem com ela. Mas a geração de pessoas nascidas entre 1981 e 1996 está passando por esse período de questionamentos e reflexões de uma maneira bem diferente daquela vivida por seus pais e avós, de acordo com uma pesquisa feita pela Thriving Center of Psychology.
Para quem nasceu de 1946 a 1964 ou de 1965 a 1980, essa fase da vida foi marcada por uma série de extravagâncias. Diante do medo de envelhecer e dos novos desafios que se aproximavam com o período marcado por incertezas e ansiedade, muitas pessoas decidiram gastar como se não houvesse amanhã.
Comprar um carro novo, principalmente esportivo, conversível ou importado, foi uma das atitudes para se sentir mais jovem. Investir em cirurgias plásticas, novos penteados e longas viagens ao exterior, assim como trocar o par romântico atual por uma pessoa mais nova foram outros sinais da crise da meia-idade entre os baby boomers e a geração X.
Sem tempo, irmão...
Enquanto as gerações mais velhas recorriam às compras impulsivas e novas paqueras para se sentirem jovens de novo, os millennials estão rejeitando o período de mudanças e reflexões, pelo menos em sua concepção mais clássica. Na pesquisa feita pela plataforma de saúde mental com mais de 1 mil pessoas da geração Y, 81% delas disseram que não podem se dar ao luxo de ter uma crise da meia-idade e 58% afirmaram que não têm tempo para isso.
Mas isso não significa que elas não estejam passando por problemas ou transformações em suas vidas, com 64% dos entrevistados relatando ter sofrido ao menos uma crise na vida, dos quais 39% tiveram uma em 2024. Durante esse período, eles geralmente sofrem com depressão, ansiedade, tristeza, perda de propósito e esgotamento.
Na crise, os voluntários também passaram a beber mais álcool e tiveram ganho ou perda de peso. Além disso, adotaram um novo estilo de roupa, mudaram o corte ou a cor do cabelo e começaram a fazer terapia como forma de lidar com as dificuldades.
“A geração Y está apresentando esses sintomas por uma série de razões, incluindo, entre outras: crescer com a expectativa de sair de casa ainda jovem e ser auto suficiente sem os recursos necessários”, explicou o psicólogo clínico Tyrrel De Gannes, do Thriving Center of Psychology.
E também sem dinheiro
O estudo publicado em 2024 apontou, ainda, que os millennials ganham 20% menos do que a geração nascida entre 1945 e 1964, considerando os rendimentos na mesma faixa etária em cada época. A geração mais nova precisa lidar com dívidas relacionadas aos estudos, custos elevados de moradia e um mercado de trabalho cheio de instabilidades e muitas vezes insalubre.
Até por causa disso, os nascidos entre o início dos anos 1980 e meados da década de 1990 estão adiando marcos importantes na vida, como comprar um imóvel, casar e ter filhos, realidade apontada por 62% dos entrevistados. Isso também seria o motivo pela ausência de gastos extravagantes na crise da meia-idade da geração Y.
Um levantamento feito pela pesquisadora de tendências sociais e demográficas do Pew Research Center, Carolina Aragão, traz números que reforçam o cenário. A porcentagem de pessoas de 30 a 34 anos casadas caiu mais de 10% nos últimos 20 anos, mostrando que os adultos continuam a adiar o casamento.
Já a média da primeira maternidade era de 27,3 anos em 2021, a mais alta registrada até o momento, indicando a opção por ter filhos mais tarde. Outro estudo da mesma instituição revelou que adultos com idade entre 18 e 49 anos, que não são pais, têm planos de continuar assim por pelo menos mais algum tempo.
Quase nada
Se comprar a casa própria e constituir família são situações que parecem inalcançáveis para as gerações mais novas, por causa dos altos custos de vida, os millennials priorizam outros marcos importantes. Conquistar um diploma de pós-graduação, ter cartão de crédito e sair da casa dos pais são alguns deles.
Os entrevistados também citaram a companhia de animais de estimação e a compra de um carro entre seus maiores feitos. No caso do automóvel, os modelos preferidos continuam sendo os esportivos, como no passado, escolhidos por 36%, porém chama a atenção a preferência pelos veículos elétricos, que chega a 25%.
Vale ressaltar que alguns especialistas defendem a ideia de que a crise da meia-idade não é um fenômeno universal e nem afeta a todos, impactando apenas uma pequena parcela da população e ocorrendo em diferentes faixas etárias, não ficando restrita à fase entre os 40 e os 60 anos. Além disso, essa quebra de padrões liderada pela geração Y é apontada como positiva ao provocar novas discussões sobre um tema debatido há décadas.
E aí, tá enfrentando alguma crise? Pode desabafar com a gente.

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🏃♀️ ️ DON’T LEAVE, JUST READ (pra ler rapidinho)
📱Bom filho à casa torna
Parece que a Huawei está mexendo os pauzinhos para voltar a vender oficialmente smartphones no Brasil. Após listar dois celulares no site oficial do país e realizar uma série de publicações enigmáticas nas redes sociais, o retorno da gigante chinesa parece certo. O TecMundo entrou em contato com a Huawei para obter explicações, mas a empresa mantém em sigilo os produtos que serão anunciados. Gigante pela própria natureza, o Brasil se torna extremamente atraente para as marcas chinesas. Há meses marcas como Oppo e Honor realizaram o lançamento de seus smartphones por aqui. Um bom exemplo é a Realme, que há alguns anos já vem aumentando sua participação por aqui e até passou a Apple no mercado brazuca.
🍎 WWDC: resumo para os preguiçosos
Ontem rolou a edição 2025 da Worldwide Developers Conference (WWDC), evento anual da Apple. A maior novidade é que, a partir de agora, o iOS passará a ter o número do ano de lançamento. Ele também ganhou mudanças no design, que vinham sendo especuladas há tempos, assim como os softwares que rodam no iPad, Apple Watch e demais aparelhos, que também vão ganhar novo nome.
Também rolaram atualizações de recursos de inteligência artificial, com a principal novidade sendo a tradução ao vivo de ligações e mensagens de texto. Para quem tem AirPods, a Apple Intelligence fará traduções de conversas ao vivo. Aliás, os fones de ouvido também ganharam a gravação de áudio com qualidade de estúdio e o controle remoto da câmera, oferecendo novas capacidades para criadores de conteúdo.
Teve ainda o lançamento da nova plataforma de games, que chega para substituir o Game Center; maior personalização no watchOS 26 com experiência aprimorada de condicionado físico com o Workout Buddy e mais experiências espaciais no visionOS 26. No MacOS, a chegada do app Telefone é uma das maiores novidades. Quer saber detalhes dos detalhes? Leia tudo no TecMundo.
🛒 Totalmente vencedora
A Amazon venceu uma batalha contra a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) que impunha que empresas de e-commerce incluíssem um campo para código de homologação em anúncios de celulares e a remoção do produto sem a devida homologação. A empresa buscou a justiça em segunda instância, alegando que opera somente como um marketplace, ou seja, não possui responsabilidade pelo conteúdo gerado por terceiros. Na decisão, ficou entendido que a Anatel não tem a autonomia para multar e bloquear páginas de internet.
Vale lembrar que a treta entre a Anatel e diversos marketplaces não é de hoje. Na última semana, a Anatel apreendeu mais de três mil itens não homologados de galpões da própria Amazon, Mercado Livre e Shopee. Os produtos apreendidos eram drones não homologados, smartphones e carregadores, TVs Box pirata, baterias, e roteadores sem fio. O Mercado Livre também entrou com uma ação para solicitar a anulação do despacho.
📺 Mitose ou meiose?
A Warner Bros. Discovery está se dividindo em duas empresas autônomas de capital aberto, separando o serviço de streaming HBO Max, o estúdio de cinema e o negócio de produção de TV a cabo.
Uma das empresas, chamada Global Networks, vai ficar com a CNN, a TNT, a TBS e as dezenas de canais a cabo da Warner e suas participações internacionais. Ela terá até 20% de participação na segunda entidade, à qual a Warner está chamando carinhosamente de Streaming & Studios. A ideia da Warnerzona é usar os ganhos da S&S para pagar dívidas.
A Warner, assim como outras empresas de entretenimento – tipo a Disney e a Paramount Global – viu a audiência e a receita minguarem na operação de rede a cabo, com os consumidores abandonando a televisão paga tradicional para aderir ao streaming.
💰 Open de bilhões
A taxa de receita anualizada da OpenAI disparou para US$ 10 bilhões em junho. Isso significa que Sam Altaman está no caminho certo para atingir sua meta de US$ 12,7 bilhões em 2025, que havia sido prometido aos investidores.
Sua receita anual projetada com base nos dados atuais, era de cerca de US$ 5,5 bilhões em dezembro de 2024, algo mais próximo da concorrente Anthropic. A dona do Claude, aliás, ultrapassou recentemente os US$ 3 bilhões em receita anualizada devido à alta demanda de startups de geração de códigos.
A OpenAI disse em março que levantaria até US$ 40 bilhões em uma nova rodada de financiamento liderada pelo SoftBank Group, com uma avaliação de US$ 300 bilhões. Até o final de março, a empresa tinha 500 milhões de usuários ativos semanais.
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