📰 Enganando o tempo

chocolate, rejuvenescer e canva

28 de março, Quinta 

Desejamos boa Páscoa adiantada para quem é de Páscoa. E bom descanso para quem é do descanso. Obs.: esta redação deve se esbaldar em chocolate meio amargo. 

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Imagem: Giphy

O preço do amanhã 

Em 2011, Justin Timberlake protagonizou um filme em que todas as pessoas vivem normalmente até completar 25 anos. A partir daí, elas teriam apenas um ano para viver, enquanto o tempo se torna literalmente dinheiro.

É possível viver para sempre, desde que herde, ganhe ou conquiste de alguma forma essa moeda em forma de horas.  

💊Essa transformação está ganhando um contorno literal também fora do cinema, com magnatas gastando cada vez mais em uma corrida contra o envelhecimento. 

A busca pelo elixir da vida, prometido há séculos por alquimistas, agora passa por empresas de biotecnologia. Algumas já se destacam no mercado, como a Altos Labs, Calico Labs, Tally Health e, em especial, a Retro Biosciences.

Essa última ganha destaque entre as concorrentes por ter recebido um investimento altíssimo de Sam Altman, CEO da OpenAI, empresa dona do ChatGPT. 

Os alquimistas 

Prestes a completar 39 anos, Altman entrou na empreitada em 2021. A startup, por sua vez, quer adicionar 10 anos saudáveis à expectativa das pessoas.

O projeto começou com a bagatela de USD 180 milhões e conta com a participação do cientista Joe Betts-LaCroix, biofísico que desenvolveu o menor computador pessoal do mundo, e passou por instituições de renome como Harvard, MIT e Caltech. 

Com uma equipe de 50 pessoas, ele construiu laboratórios em contêineres dentro de um prédio abandonado na Califórnia. Por fazer o trampo com as próprias mãos, o grupo economizou bastante, deixando o resto do financiamento para a pesquisa que realmente importa.  

Desse modo, a turma quer remover do corpo células danificadas, rejuvenescer o plasma sanguíneo e transformar células velhas em mais jovens, com a reprogramação celular parcial.  

Mais que um creme anti-idade 

O que a Retro Biosciences quer fazer agora começou com uma descoberta há 15 anos, quando cientistas da Universidade de Kyoto, no Japão, adicionaram quatro proteínas a uma célula de pele.

Após duas semanas, as células ficaram mais jovens, virando células-tronco. Ao testar em animais, eles afirmam que alguns órgãos acabam ficando mais jovens. 

Dentre outros processos, está a autofagia: reciclagem que mantém nossas células saudáveis. Essa área é a mais madura na busca de um retardamento no envelhecimento.

 A promessa é de que basta um comprimido, como usado por diabéticos ou transplantados renais, para aumentar a longevidade. Doideira né? 

A reprogramação celular, por sua vez, é mais moderna e mais difícil. Já a terapia plasmática conta com pesquisas promissoras, mas quem já tentou, não viu diferença, como o milionário da tecnologia Bryan Johnson, de 46 anos, que fez sessões de troca de sangue com o filho adolescente, de 17.  

Receita global do mercado de rejuvenescimento facial no mundo entre 2016 e 2026. Fonte: Statista/reprodução.

Tempo é dinheiro 

As ideias são velhas, dos tempos medievais, mas não deixam de ser atraentes com pesquisas novas. Por isso, tanta gente investe no retardamento do envelhecimento. O já citado Bryan Johnson, por exemplo, deve gastar cerca de USD 2 milhões neste ano para reduzir a própria idade biológica.  

Segundo o Longevity.Technology, em 2023 foram gastos mais de USD 5 bilhões em empresas relacionadas à causa, com dinheiro de gente famosa (e riquíssima), como Jeff Bezos e até atores como Pedro Pascal. 

É bom, mas…

Essa obsessão, porém, tem implicações tanto de saúde quanto éticas. Ninguém sabe ao certo como os tratamentos futuros serão, o que aumenta o ceticismo de críticos, que enxergam egos descontrolados em um entusiasmo crescente dentro de um terreno incerto.

Ainda existem riscos, como o câncer, em caso de alterações celulares - fora o potencial de ampliar o etarismo.

Como disse ao Vox o professor Stuart Jay Olshansky, expert em epidemiologia e bioestatística na Universidade de Illinois, em Chicago, não é possível reverter a idade.

“Alguns dos trabalhos em andamento na epigenética são válidos e podem estar nos dizendo algo sobre a taxa de envelhecimento. Ainda não está nos falando sobre longevidade.”

Quem vai estar aqui para ver? 

Mercado e negócios

Chegando lá 🚶‍♂️

O Canva, maior substituto do “meu sobrinho é designer e faz”, comprou a suíte de softwares criativos Affinity, e agora quer ameaçar a liderança da Adobe no setor. Famosa por sua abordagem simples, a empresa agora controla Affinity Designer, Photo e Publisher, oferecendo alternativas ao Illustrator, Photoshop e InDesign da Adobe.  

O valor do negócio não foi divulgado, mas é estimado em milhões de libras. Com 170 milhões de usuários mensais globais, o Canva expande seu alcance para profissionais criativos. Enquanto Affinity, com 3 milhões de usuários, se destaca pelo seu modelo de compra única, sem assinatura.  

O Canva planeja integrações leves, mantendo as plataformas separadas. Com essa jogada, a plataforma não só diversifica sua oferta como também atrai criativos em busca de alternativas ao modelo de assinatura da Adobe.  

Mercado e negócios2

Eu não vou embora sem a Uni! 

Um estudo da Defiance Capital sobre fundadores de unicórnios (empresas avaliadas acima de um bilhão de dólares) nos EUA e Reino Unido revelou a predominância de “azarões”.

Grande parte desse grupo é oriunda das 10 melhores universidades globais, com aumento de fundadoras mulheres e mercado de investimento inicial fragmentado.  

Cerca de 70% dessas startups ainda têm fundadores imigrantes, mulheres ou de diferentes etnias; já 53% possuem diplomas de universidades de ponta. Além disso, 49% têm formação em STEM — maior percentual entre mulheres.  

O interessante também é que apenas 34% dos fundadores trabalhavam com empregadores de elite antes de fundar um unicórnio, sugerindo que esse histórico não é essencial para o sucesso.  

IA

Alô, Skynet 🤖🤖

Cientistas da Universidade de Genebra, na Suíça, criaram uma IA capaz de se comunicar com outra IA, o que inclui o repasse de informações e realização de tarefas sem treinamento prévio. Essa inovação, destacada na revista Nature, usa o processamento de linguagem natural (NLP) para tornar as interações menos artificiais. 

A ideia é reduzir a necessidade de treinar cada modelo de IA individualmente, já que os sistemas podem aprender uns com os outros. Isso representa um grande passo no trabalho conjunto de IA e humanos — embora ainda estejamos distantes de uma com raciocínio humano.  

Essa tecnologia, porém, alimenta velhas preocupações relacionada aos perigos de sua autonomia. 

IA2

Test drAIve 

Alguns cineastas e criadores de conteúdo puderam testar a Sora, geradora de vídeos de IA da OpenAI, e ficaram impressionados com a capacidade da plataforma de dar vida a ideias impossíveis e surreais.  

Profissionais como o cineasta Paul Trillo e a produtora shy kids conseguiram, por exemplo, criar obras que variam do abstrato ao realista. O diretor usou a ferramenta para ilustrar a jornada do disco dourado da Voyager, enquanto a shy kids criou um curta sobre um homem com cabeça de balão amarelo.  

Apesar de algumas limitações, como a consistência de personagens, o Sora eleva o padrão em vídeos gerados por IA, oferecendo clipes mais longos e imersivos a partir de um único prompt de texto. Impressionante e assustador na mesma medida. Falamos tudo sobre a tech aqui.   

TL;DR

Ainda mais little e mais BRIEF

👩‍💻Uma nova pesquisa revelou que a flexibilidade do trabalho híbrido está abrindo novas oportunidades de liderança para mulheres, sobretudo de minorias étnicas. 

🕵️A Meta, proprietária do Facebook e Instagram, está sendo acusada de espionar dados de usuários em apps concorrentes, como Snapchat e YouTube, através do serviço Onavo. 

📈As ações da Trump Media e Technology Group dispararam 40% na Nasdaq no primeiro dia de negociação da rede social Truth Social, elevando o valor de Donald Trump e consolidando a TMTG como gigante tecnológico. 

📉Operações no Tesouro Direto caíram 16,4% em fevereiro, com emissão líquida de R$ 217,3 milhões e maior demanda por títulos do Tesouro Selic. 

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B.C Forbes

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