📰 Fala que eu te imito

netscape, voice engine e falsa tech

4 de abril, Quinta 

Hoje, mas em 1994, Marc Andreessen – figura famosíssima na cena tech dos EUA – fundou a Mosaic Communications Corporation. Companhia que, mais tarde, se tornou a Netscape Corporation. Dona do navegador Netscape que, durante os anos 1990, não deitou pra ninguém. 

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Imagem: Giphy

Gêmeo de voz 

A OpenAI segue trazendo mais recursos de inteligência artificial para o seu catálogo em 2024. Em fevereiro, a startup lançou o Sora, gerador text-to-video, que comentamos no Brifão. Agora, tem mais uma novidade: o Voice Engine, que falamos ontem em JLB, mas achamos importante retornar ao assunto.

👨‍💻Um grupo de 10 desenvolvedores está testando o sistema, que tem como objetivo recriar a voz de pessoas. A primeira demonstração contou com uma amostra do CEO Sam Altman, lendo o texto dado como prompt.  

A tecnologia funciona de maneira simples e pode ser usada para o bem, mas os riscos e contexto político pode impactar seu lançamento. 

Naturalmente falando 

O que o Voice Engine promete? Ser revolucionário por soar mais natural, ao reproduzir inclusive cadência e entonações específicas. Para a mágica acontecer, é necessária apenas uma amostra de 15 segundos. 

“Se você tiver a configuração de áudio correta, é basicamente uma voz humana. É uma qualidade técnica bastante impressionante. Há obviamente muita delicadeza de segurança em torno da capacidade de imitar com precisão a fala”, explicou Jeff Harris, líder de produto da OpenAI. 

Dá até para colocar a voz de uma pessoa que fala apenas português, por exemplo, em outros idiomas, como mandarim (!).  

“Desenvolvemos o Voice Engine pela primeira vez no final de 2022 e o usamos para potencializar as vozes predefinidas disponíveis na API de conversão de texto em fala, bem como ChatGPT Voice e Read Aloud”, disse a startup em uma publicação oficial. 

Os prós... 

Por mais assustadora que a tecnologia possa parecer, ela promete ter seu lado positivo. A OpenAI firmou parceria com o Instituto de Neurociências Norman Prince, nos EUA, para atuar no desenvolvimento do Voice Engine através do Lifespan, sistema de saúde sem fins lucrativos. 

O resultado? Uma jovem que perdeu a capacidade de falar, devido a um tumor cerebral, participou de parte dos testes. Assim, a  ferramenta foi usada para restaurar a voz da voluntária por meio da gravação antiga de um trabalho escolar. 

Dá ainda para usar o Voice Engine em coisas mais triviais, como tradução de podcasts populares para vários idiomas, mantendo as vozes originais. Aliás, o Spotify já usou a tecnologia em um piloto com o cientista da computação Lex Fridman. 

... E os contras 

Apesar das incríveis possibilidades, os danos causados por IAs que reproduzem vozes reais também são enormes, ainda mais em ano de eleição. Softwares semelhantes já foram usados para replicar a voz do presidente Biden e desencorajar votações nas primárias em New Hampshire.  

Isso levou a Comissão Federal de Comunicações dos EUA a declarar o uso de vozes geradas por IA como ilegais – aqui no Brasil rolou algo similar. Há ainda outros usos fraudulentos, como phishing e outros golpes. 

É melhor prevenir 

Esse risco levou a OpenAI a não implementar o Voice Engine de maneira extensa (ainda). Um red team, que envolveu responsáveis por formular políticas públicas, especialistas da área, educadores e profissionais criativos, demonstrou preocupação em feedbacks sobre o programa. 

“É importante que as pessoas no mundo entendam para onde essa tecnologia está indo, quer a implantemos amplamente ou não”, destacou a empresa. 

Para amenizar efeitos futuros, a OpenAI vai exigir que os usuários concordem com políticas de uso e obtenham autorização do dono da voz original. Além disso, os ouvintes devem ser informados que aquele áudio é gerado por IA.  

É impressionante como a startup vem mostrando resultados avançados em tão pouco tempo, briefers! Seria um pacotão de IAs uma saída rentável para a empresa? Até termos a resposta, muita coisa vai rolar. 

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Tecnologia e automação (?)

Acabou a magia 🪄

Em 2016, a Amazon inovou com a tecnologia Just Walk Out em seus minimercados, permitindo compras sem passar pelo caixa — era só pegar e sair. Mais tarde, a empresa substituiu essa tecnologia pelo Dash Cart, um carrinho com leitor de código de barras.

Porém, agora foi revelado que cerca de 70% das transações do Just Walk Out não eram totalmente automatizadas, mas sim verificadas por uma equipe de funcionários na Índia (!). Descritos como “profissionais de dados associados para Aprendizado de Máquina”, eles auxiliavam na precisão do sistema.  

A Amazon afirma que o Just Walk Out continuará em algumas lojas Fresh no Reino Unido e Amazon Go nos EUA, porém enfatiza “o papel humano” como parte do processo de aperfeiçoamento da IA. 

Economia e mercado

De cabeça pra baixo 🎡

O mundinho tech é uma roda gigante: um dia você está lá em cima, no outro vai lá para baixo. É o caso da Intel, gigante da fabricação de chips, que reportou prejuízo operacional de USD 7 bilhões. Nesse “pacote” estão a redução de 31% em suas receitas e queda de 4,3% em suas ações.  

Pat Gelsinger, CEO da empresa, atribui os problemas a decisões anteriores, incluindo a não adoção de máquinas ultravioleta extrema (EUV) da ASML. Agora, a Intel busca recuperar a liderança tecnológica por meio de um investimento de USD 100 bilhões em fábricas nos EUA e reduzir a terceirização de wafers de chips. 

A empresa também passará a reportar os resultados da fabricação como uma unidade independente, em uma tentativa de revitalizar seu negócio e concorrer com a TSMC e Samsung.  

Computação

União faz a força (quântica) 👨‍💻

A Microsoft e a Quantinuum, firma de computação quântica, anunciaram um avanço significativo na correção de erros quânticos, utilizando o hardware ion-trap da Quantinuum e um novo sistema de virtualização de qubits da Microsoft.  

A equipe realizou mais de 14 mil experimentos sem erros, um passo além da era de computadores quânticos intermediários. O sistema permitiu a detecção e correção de erros em qubits lógicos sem destruí-los, usando 30 qubits físicos para criar quatro qubits lógicos confiáveis.  

Esse progresso na correção de erros é crucial para avançar além da era NISQ e rumo a computadores quânticos poderosos e tolerantes a falhas.   

IA

Fazendo o bem, mas olhando a quem 👀

A Google.org (versão non-profit da empresa) lançou uma aceleradora focada em AI generativa para apoiar ONGs com financiamento, treinamento técnico e mentoria.  

O programa de seis meses quer capacitar entidades sem fins lucrativos no uso de ferramentas de IA em seus projetos, incluindo assistentes AI e chatbots baseados em modelos de Processamento de Linguagem Natural (NLP) em outros idiomas.  

Esse esforço faz parte da Agenda de Oportunidades em IA da Google, que busca integrar a tecnologia globalmente para enfrentar grandes desafios sociais, incluindo iniciativas como treinamento para comunidades vulneráveis e suporte a startups.   

TL;DR

Ainda mais little e mais BRIEF

🗝️O Banco Central agora permite que pessoas físicas e jurídicas acessem um relatório com informações sobre suas chaves Pix, visando prevenir fraudes e irregularidades no cadastro dessas chaves.  

🤑Saiu a listinha da Forbes com os maiores bilionários do mundo, e os ricaços da tecnologia dominam o top 10. Jeff Bezos (USD 198,4 bilhões), Elon Musk (USD 195,3 bi) e Mark Zuckerberg (USD 170,3 bi) estão entre os mais bem colocados.

🎤Centenas de artistas americanos, incluindo Smokey Robinson, Stevie Wonder, Pearl Jam e Billie Eilish, estão pedindo proteção contra o uso predatório da IA na música. Se o Eddie Vedder falou, ele está certo.  

🎬Não é tech, mas é pop: a Warner Bros. aprovou a produção de um quinto filme da saga Matrix, com Drew Goddard, conhecido por seu trabalho em Buffy e Perdido em Marte, como diretor e roteirista, enquanto Lana Wachowski atuará como produtora executiva. 

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Estamos tão ocupados cuidando do que está à nossa frente que perdemos tempo em não aproveitar o momento em que estamos.  

Bill Watterson 

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