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Missão: descriptografar
Guerra das políticas governamentais

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MISSÃO: DESCRIPTOGRAFAR

Imagem: Giphy
Por André Gonçalves
Aplicativos como WhatsApp, Signal e Telegram revolucionaram a comunicação, mas nem todo mundo está feliz com isso. Além das operadoras, que perderam receita com a queda no uso de SMS e chamadas, as autoridades também não gostam muito dessas plataformas.
O “problema” está na criptografia forte oferecida por esses apps, que cria uma barreira quase intransponível para a vigilância de comunicações. Só quem está na conversa consegue acessar o conteúdo. Mas, afinal, por que isso incomoda?
Historicamente, governos ao redor do mundo sempre quiseram monitorar os cidadãos — seja pela segurança nacional, aplicação da lei ou por motivos menos nobres. O desejo esbarra no direito à privacidade. E, até agora, as autoridades vêm perdendo a guerra contra a criptografia, segundo Richard Forno, professor da Universidade de Maryland.
Quando tudo começou
Antes restrita aos militares, a criptografia se popularizou nos anos 1990, quando o cientista da computação Phil Zimmermann lançou o Pretty Good Privacy (PGP), um software gratuito para troca segura de e-mails e arquivos, acessíveis apenas por quem tem a chave de descriptografia.
Criado em 1991, o PGP é usado até hoje para encriptação de conteúdos e verificação de integridade. Mas o governo dos EUA não gostou da ideia de ver terroristas usando tecnologia aberta e, em 1993, a gestão Clinton tentou emplacar sua própria solução de criptografia: o famigerado Clipper Chip.
Desenvolvido pela NSA, o Clipper vinha com um backdoor embutido, uma chave que permitiria ao governo acessar os dados criptografados “quando necessário”. A ideia era convencer fabricantes e operadoras a adotar o padrão. Não colou.
O algoritmo era classificado como secreto e não pôde ser auditado por especialistas. Em 1996, o Clipper Chip foi descontinuado. Mas o conceito da “chave de ouro” continua influenciando tentativas de governos pelo mundo, mesmo com a crítica de que qualquer porta de entrada também serve para os invasores.
Se não pode vencê-los…
Em 2013, o mundo parou para ouvir Edward Snowden revelar os bastidores da espionagem americana. O ex-contratado da NSA e da CIA mostrou que qualquer um podia ser alvo — de cidadãos comuns a presidentes.
Desde então, Apple e Google passaram a reforçar a criptografia em seus dispositivos. Em muitos casos, nem mesmo ferramentas forenses conseguem desbloquear um aparelho. Trump, por exemplo, chegou a pedir que a Apple desbloqueasse o telefone de um suspeito de terrorismo e ouviu um não.
Com isso, os apps criptografados viraram a opção preferida até para troca de mensagens oficiais. Nos bastidores do governo dos EUA, o Signal virou o queridinho, mesmo entre militares e diplomatas.
Mas nem tudo é inviolável. Basta um deslize humano. O ex-membro do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, Mike Waltz, que o diga: adicionou por engano um jornalista a um grupo privado no Signal, revelando conversas sobre planos militares.
O preferido dos brasileiros
No Brasil, o cenário não é tão diferente, mas o protagonista é outro. Segundo pesquisa Mobile Time/Opinion Box de março de 2024, o WhatsApp está em 98% dos celulares do país. E isso inclui os aparelhos de políticos e autoridades.
Com as mudanças recentes nas políticas da Meta, que dizem priorizar a “liberdade de expressão”, algumas instituições públicas migraram para o app UNA, considerado ultra-seguro e já adotado pelo Exército. Mas, na prática, o WhatsApp segue dominante. E em caso de bloqueio judicial, o estrago seria grande.
Importante lembrar: a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) foi criada para reforçar a privacidade digital no Brasil. Mas está longe de ser cumprida.
Dados da Transparência Brasil mostram que 61 contratos com tecnologias de vigilância digital em SP, RJ, PR e BA nos últimos cinco anos violam pontos importantes da LGPD. Enquanto isso, apps com segurança de verdade devem continuar reinando. Pelo menos até que se respeite a regra do jogo.


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