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humor, gig economy e vestíveis de RV

20 de junho, Quinta 

A WWW nos apresentou este vídeo com dicas para melhorar o humor. Até porque um pouco mais de alegria é sempre bom. 

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Imagem: giphy

Já dizia Rochelle: ‘Ele tem dois empregos’ 

Já falamos aqui na news como as dinâmicas de trabalho estão em um momento de transição (não necessariamente positivo). Ao mesmo tempo em que ferramentas de automação (robôs e IAs) estão crescendo — e devem colocar em risco trampos manuais ou repetitivos —, vivemos uma era que acena para crise de empregos.  

Um dos sintomas disso é o processo de “juniorização”, em que profissionais experientes são trocados pela nova geração. Outro fenômeno que alerta essa transformação é a gig economy, uma espécie de freelancer intermediado por plataformas.

💸O termo surgiu nos EUA na crise financeira de 2008-2009, quando milhões de pessoas perderam o emprego e precisaram se virar nos 30 para manter a renda. Assim, muita gente explorou novas competências.  

Durante a pandemia, o formato voltou à tona. Em 2021, a Forbes perguntou: “Será que a gig economy se tornará a nova norma para o rendimento?”. Algumas previsões dizem que sim, sobretudo, em um futuro altamente automatizado, que impactaria nossa jornada (ou horas) de trabalho.

Quem faz parte? 

Nos últimos, anos a gig economy estourou também por conta de plataformas que conectam profissionais a potenciais trampos ou clientes, como Uber, iFood, GetNinjas e Fiverr.

Exemplos mais comuns são motoristas e entregadores de apps. No entanto, outras áreas entram na roda: trabalhadores da construção civil, comunicadores, artesãos, eletricistas, encanadores e muitos outros.

Mas não se trata apenas de um fenômeno para trampos operacionais ou braçais. Em janeiro, falamos sobre funções de C-level, tipo de CFO, já sendo executadas sob demanda. 

O McKinsey Global Institute inclusive categorizou esse trabalhadores em quatro grupos: 

  • Agentes livres: o trabalho independente é sua renda principal. 

  • Ocasionais: quem só busca uma renda extra porque quer. 

  • Relutantes: vivem principalmente dos freelas, mas preferem empregos tradicionais. 

  • Com dificuldades financeiras: quem suplementa a renda por necessidade. 

A flexibilidade da gig economy tem se tornado um atrativo para parte dos trabalhadores lá na gringa e no BR.

É skill que não acaba mais 

Outra característica do modelo é a multiplicidade de skills que uma pessoa pode desenvolver em atividade remunerada. A capacidade de carreiras paralelas ou até mesmo de mudar completamente de profissão é uma realidade no mercado. 

Se antes os profissionais de carreira, que passavam diversos anos em uma só empresa, eram os mais valorizados, hoje as firmas estão de olho naqueles que se adaptam conforme as necessidades.

📉O Relatório sobre o Futuro dos Empregos de 2023, do Fórum Econômico Mundial, mostra que 2 de cada 5 competências atuais sofrerão grandes mudanças com o avanço tecnológico até 2027. Será preciso se atualizar com mais frequência.

Já um estudo do site de planejamento de carreira Zippia.com mostrou que 39 anos tende a ser a idade média para uma mudança de carreira acontecer. 

Skills mais em alta. Fonte: Fórum Mundial Econômico, 2023/reprodução.

Para as empresas, a gig economy permite contratar alguém para uma demanda específica, vulgo sem um contrato de trabalho convencional. 

Isso ainda sugere uma realidade altamente flexível para daqui uns tempos. Assim, teríamos dois possíveis cenários:

  1. profissões ressignificadas, em que há integração de atividades — algo que se intensificou com as recentes demissões em massa. 

  2. as pessoas atuam em diferentes profissões para diferentes empresas ao longo de um dia. 

No segundo caso, entramos em um grau de relação de trabalho mais complexo, que levanta questionamentos: 

  • Como funcionaria uma CLT nessa realidade?  

  • Como combater a precarização? 

  • E a aposentadoria? Fica como?  

As discussões envolvendo os direitos de motoristas de aplicativo e entregadores podem abrir precedentes para inúmeros outros cenários. No Brasil, mais de 1,5 milhão de trabalhadores se encaixa nessas categorias, equanto um projeto de lei busca regulamentar a profissão. 

Frilas, jobs, trampos... 

taxa de informalidade no país, por outro lado, é alta: 38,7% no primeiro trimestre deste ano, segundo o IBGE. Isso equivale a quase 40 milhões de trabalhadores que podem migrar para a gig economy à medida que novas plataformas englobem suas habilidades. 

trabalho freelancer também está em alta por aqui. Isso faz sentido, diante de reclamações em peso no LinkedIn sobre a dificuldade de passar em processos seletivos da Gupy. 

Momentos de crise, em especial, levam o autônomo brazucas a buscarem novas possibilidades, inclusive com jobs internacionais. Nesse rolê todo, não sabemos o que pensar, só sentir. Mas fica aí o alerta... 

 Mercado e varejo

Estava ruim, mas parece que piorou 

Para entender o impacto no mercado de ações brasileiro, um gestor ouvido pelo Brazil Journal resolveu dar uma olhada na performance das empresas listadas desde 23 de março de 2020, o pior dia da B3 durante a pandemia, que hoje valem mais de R$ 500 milhões. 

O levantamento mostrou que, das 243 firmas analisadas, 39 perderam valor desde aquela época caótica. Destaque para Lojas Renner, Alpargatas, Carrefour Brasil, Hapvida e Eztec, que caíram mais de 40%.  

📉As campeãs de queda foram Casas Bahia (-94%), Dasa (-94%), Lojas Marisa (-87%), Grupo Pão de Açúcar (-86%) e Magazine Luiza (-84%). 

Muitas dessas quedas se devem a problemas específicos das empresas, como altas dívidas e/ou erros de gestão. Além disso, aparentemente há um desânimo geral com a Bolsa brasileira, agravado por venda de ações por investidores estrangeiros, além de elevados resgates dos fundos. 

Economia e finanças

Do lado de lá da linha do Equador… 

O S&P 500, principal índice de ações dos EUA, atingiu uma nova máxima histórica de 5.490 pontos na terça-feira, acumulando alta de 15% no ano.  

O otimismo com a inteligência artificial tem levado grandes bancos, como Goldman Sachs e Citi, a revisar suas projeções para o índice, agora em 5.600 pontos.

  • A Nvidia, cujas ações subiram 180% no ano, impulsionou significativamente o S&P, contribuindo sozinha com 4% da alta. 

Enquanto a Nasdaq subiu quase 20%, o Dow Jones teve alta de apenas 3% e o Russell 2000, menos de 1%. O cenário é diferente no Brasil, onde o Ibovespa caiu quase 11% no ano, devido a preocupações fiscais e incertezas sobre o Banco Central. 

IA

Menos estresse

A gente está sempre alertando para os perigos de uma IA mal aplicada, mas e quando ela tenta ajudar o trabalhador? Algumas empresas estão usando a tech para aliviar o estresse da turma do call center.

O SoftBank Corp., por exemplo, desenvolveu um sistema que altera a voz de clientes irritados, tornando-a mais tranquila nesse contexto. Prevista para 2025, a novidade modifica o tom, mas mantém o conteúdo das reclamações.

👩🏼‍💻Já o banco First Horizon usa IA para enviar vídeos personalizados aos operadores quando a tech detecta sua perda de paciência em meio a atendimentos. O resultado? Redução em 13% no nível de burnout.  

A Microsoft também lançou um software que agiliza a busca por respostas, melhorando o atendimento ao cliente. Já a AT&T adotou IA para transcrever chamadas e sugerir respostas. O plano é, assim, dar um alívio na carga de trabalho dos funcionários do setor.

Por outro lado, o boom de IA nesse contexto sugere um problema para essas profissões (que falamos logo acima): substituição humana por máquinas. 

Tecnologia e mercado

Olar, vestíveis  

A Meta anunciou ontem (19) a união de duas divisões: metaverso (“Metaverse”) e a (nova) de vestíveis (“Wearables”). Isso dará fim ao seu Reality Labs, lançado em 2020, que trazia iniciativas ou produtos de RV e RA, como a linha de headsets Quest.

  • A mudança não só incluirá esse segmento como também integrará outros esforços de hardware da big tech, como os óculos Meta Ray-Ban. 

A notícia foi dada por Andrew Bosworth, CTO da Meta, por meio de um memorando, que incluiu uma péssima novidade para o antigo time do Reality Labs: corte de funcionários.

Segundo informações obtidas pelo The Verge, a reestruturação não seria grande e teria pegado lideranças, consideradas “redundantes” nessa nova realidade. 

Os óculos Meta Ray-Ban fizeram um sucesso acima do esperado, de acordo com Bosworth, o que impulsionou o interesse da empresa em fazer a fusão e ampliar projetos com foco em equipamentos de RV.

Uma nova geração do vestível inclusive estaria a caminho, com tecnologia heads-up display (capaz de projetar informações) e uma pulseira inteligente com interface neural, que ajudaria a controlá-lo. 

TL;DR

Ainda mais little e mais BRIEF

🍏O grupo de cibercriminosos IntelBroker afirma ter obtido o código-fonte de três ferramentas internas da Apple e colocado os dados à venda na dark web. 

☁️A Compass, divisão de tecnologia do Uol, fez a aquisição da Oak Rocket, firma estadunidense especializada na adoção de nuvem da Amazon Web Service (AWS).

🔒Ilya Sutskever, cofundador da OpenAI, anunciou a criação da Safe Superintelligence Inc. (SSI), uma empresa de IA focada em segurança e livre das pressões comerciais de curto prazo. 

📈Mais uma para o clube do trilhão: a Taiwan Semiconductor Manufacturing (TSMC) está crescendo, com várias corretoras de Wall Street aumentando seus alvos de preço devido à alta demanda relacionada à IA. 

🐅Para a surpresa de zero pessoas, uma investigação da Polícia Civil revelou que influencers que promoveram o Jogo do Tigrinho recebiam contas privilegiadas com apostas garantidas para vencer. Falamos um pouco sobre o tema aqui. 

🚐A CBMM e a Volkswagen apresentaram o protótipo do e-Bus, o primeiro ônibus elétrico do mundo equipado com uma bateria de íons de lítio com nióbio — metal do qual o Brasil possui 90% da produção global e 95% das reservas conhecidas.  

A Redação Recomenda

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Não deveríamos procurar heróis, deveríamos procurar boas ideias

Noam Chomsky

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